Uf!... Aposentei-me já não vou ser avaliada! E, no entanto, fui avaliada pelo maître da Didáctica das Línguas – Robert Galisson- e por uma geração de excelentes professores e especialistas em Didáctica das Línguas, Ciências da Educação e Linguística Aplicada, no DEA, reconhecimento do mesmo, Doctorat de 3e Cycle, Doctorat Nouveau, equivalência em Portugal, Agregação, para não falar da formação inicial ou de estágio pedagógico.
Avaliei milhares de alunos, duas centenas de professores no acesso ao 8º escalão, dezenas no estágio pedagógico, alguns no PNEP, para não falar dos professores avaliados também em provas de Agregação, Doutoramento, Mestrado, CESE, cursos de formação complementar e especializada. Avaliei algumas dezenas de projectos.
Fui avaliada por quem tinha legitimidade para o fazer e creio que avaliei porque tinha legitimidade para o fazer. Por isso, independentemente de até poder não concordar com alguma crítica expressa nos relatórios, ter tido sempre muito respeito, consideração e admiração pelos meus avaliadores. Por isso, também, ter tido sempre o cuidado de respeitar os avaliados, sem nunca ter deixado de apontar os aspectos positivos e os negativos ( de justificar as boas notas como as reprovações).
E aqui está a questão… como se pode substituir a legitimidade dos avaliadores por fichas de ingredientes como se se tratasse de culinária básica ou melhor cozinha molecular? O conceito de legitimidade de Bourdieu é essencial em avaliação. Só pode ser avaliador quem tiver legitimidade. Os pares só muito raramente podem ser avaliadores - também para não levantar a questão do conflito de interesses . Também não pode ser avaliador um chefe sem legitimidade.
E por isso, não gosto do processo no Ensino Básico e Secundário –que por efeitos do PREC actual (Processo Revolucionário em Curso para quem não era nascido em 1975 – reinventado) se foi distanciando, cada vez mais, das visões «elitistas» que eu defendo. Elite de saberes, de competências, de atitudes, bref de legitimidade. O processo avaliativo gerou comunicação paradoxal nas Escolas com os efeitos que se estão a ver.
Também não gosto do processo do Ensino Superior em início: porque vai gerar comunicação paradoxal nas Escolas
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