segunda-feira, 26 de julho de 2010

Fragmentos de Editorial 2 - Inteligência colectiva

Ao criar um blogue, retomo o meu diário de adolescescente (na altura... fechado à chave) e procuro integrar-me num dispositivo de "inteligência colectiva". Mas não pensem que me vou queixar, vou fazer o que sempre fiz: agir. Vou procurar fugir à insustentável leveza da ignorância que nos rodeia, e de que têm falado diversos autores -a democratização da escola e das profissões, com todas as vantagens, nem sempre foi acompanhada por um aumento de saberes e competências!
E vou contribuir enquanto "cidadã participativa" na construção da inteligência colectiva de que fala Pierre Levy. Convido os meus alunos (a quem dedico este blogue) e a todos os outros cidadãos participativos a construir esta "Universidade". Se me enganar, digam-me. A velocidade das tecnologias nem é sempre compatível com o tempo da reflexão.

domingo, 25 de julho de 2010

Os Mestres, as referências...

Matthias Langhoff, encenador suíço a residir em França, deu uma entrevista ao suplemento Ípsilon do Público de 23 de Julho, na qual se queixa da falta de mestres. Diz o encenador: « olho à volta e pergunto quem são os mestres hoje» e acrescenta: «eu tinha uma massa de mestres, que eu respeitava e que tinham uma função que não se restringia ao teatro. Eram mestres em áreas diferentes e isso obrigava-nos a sermos melhores... as pessoas desaparecem e são apagadas com muita facilidade, e isso é uma característica da nossa sociedade. Faz-me falta a quem ligar, isso faz».

Que falta me fazem também os mestres que me permitiram ser melhor. Uns passaram para o outro lado, outros afastaram-se, caíram no esquecimento..já nem são citados. Citam-se, por vezes, em trabalhos de mestrado, os colegas, os pares... e os mestres, os «clássicos» que ajudaram a construir os campos disciplinares, que contribuíram para o progresso científico, onde estão? É que «não é evidente que, lá porque uma pessoa faça o mesmo que nós, consigamos falar a mesma linguagem», diz ainda Langhoff.

A sociedade, a escola estão a promover os «pares«, o «trabalho colaborativo» e esquecem-se, muitas vezes que há trabalho colaborativo sem ser entre pares. E que «pares» sem orientação de mestres nem sempre são tão «criativos» como se defende.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Fragmentos de Editorial - Um blogue

Um blogue (espécie de mot- valise composto por web e log- «diário») é um diário na WEB, no qual o indivíduo escreve o que quer (no meu caso a motivação foi alguma mágoa), mas que se destina a ser partilhado. Habituada a partilhar os conhecimentos que fui adquirindo ao longo dos anos, vou partilhar não as mágoas, mas esses conhecimentos de modo a contribuir para o meu desenvolvimento pessoal e para o desenvolvimento do Outro. Actualizado com frequência, um blogue é aberto à leitura e aos comentários da blogosfera( termo proposto em 2002 por William Quick). É , deste modo, um um instrumento dinâmico centrado sobre «si» e dirigido a uma comunidade. Trata-se, assim, de um discurso híbrido, multimodal, entre a autobiografia e o diário.

Este aspecto paradoxal é sublinhado por De Kerckove que, em 2004, afirma o seguinte «não creio que (o blogue) seja uma forma de exibição do eu, mas antes de relação cpom os outros » (G. Granieri-2006- Geração Blogue. Lisboa:Presença). ou ainda « ponto de encontro entre redes sociais e tecnológicas, a blogosfera é uma rede de interacções intelectuais directas e navegáveis, resultado da contribuição gratuita, aberta e verificável das consciências e opiniões de muitas pessoas sobre assuntos de interesse geral e em tempo quase real. O funcionamento dos blogues baseia-se inteiramente nestas conexões. Tal como a inteligência, desenvolvem-se e crescem com o uso. Os blogues são um espaço de reflexão compartilhada» (pp11,12) e um espaço de relação.

Sobre os blogues ver o meu artigo, acabado de publicar, em
Eckert- Hoff, B. M, e Coracini,M.J. (2010) Escrit(ur)a de si e alteridade no espaço papel-tela. Campinas: Mercado de Letras.
http://www.mercado-de-letras.com.br/livro.php?id=000253

«Intertextualidades»: Exposição de pintura de Antígona/Clara Ferrão

Está patente, até 6 de janeiro de 2024, no Centro Cultural Penedo da Saudade , do Instituto Politécnico de Coimbra, uma exposição de pintura...