E não sou eu que digo. É Jeff Bridges que participa em « Tron: o legado». Aliás o actor foi «digitalizado» para o filme. Trata-se de um filme sobre as tecnologias que não irei ver. Também não consegui ver «Matrix até ao fim - Eu confesso!
Bridges declara que «os filmes estão a caminhar numa direcção surreal. Em pouco tempo os realizadores poderão misturar um pouco de Bridges com um pouco de Marlon Brando e De Niro, e teremos filmes sem a presença física do actor» (Expresso 26 de Janeiro). E eu que gosto tanto de actores e de cinema!
Mas poderia dizer mais: Não gosto de caixas do supermercado, sem funcionárias, de portagens sem «portageiros», de hospitais, como o da CUF, sem as funcionárias que atendiam substituídas por senhas (nos outros já era assim), de escolas sem funcionárias, de contas on line, de apresentar os meus impostos na Internet... Porque estamos a extinguir postos de trabalho. Porque estamos a extinguir o relacionamento e depois falamos da sociedade do relacionamento! Enfim gosto de gente, de pessoas, de sorrisos... E gosto de dar trabalho a todos os que precisam de trabalhar e alguns só têm a sua presença e a sua simpatia para dar! E já era muito, numa sociedade mais solidária! Há tantos movimentos de protecção a x causas e ninguém se lembra que estamos a criar uma sociedade que não é para todos e não o é certamente para os mais velhos!
Blogue de professora de didáctica das línguas, de análise do discurso dos média, de comunicação, de mediaculturas... com «aulas virtureais»... e alguns desabafos.
sábado, 29 de janeiro de 2011
Sociedade da informação, sociedade do conhecimento e sociedade do relacionamento
Reflexão a partir do Expresso, artigo de Hugo de Melo e Gomes, «Redes sociais, smartphones, Wikileaks - o ano que findou deixou para trás a Sociedade do Conhecimento».
Andámos durante anos entusiasmados com a sociedade da informação. As tecnologias disponibilizavam a todos os cidadão a informação pelo que seriam um meio de combater as desigualdades sociais. Depois começámos a chegar à conclusão que era preciso dar um passo e que as tecnologias precisavam de ser «tratadas». Sem o esforço do utilizador para construir o conhecimento não se ia muito longe! Entretanto a WEB 2.0 transformou o cidadão de consumidor em produtor do conhecimento. Mas mais uma vez uma possibilidade ... só alguns deram este passo. Outros aproveitaram os meios para o conhecimento «estratégico» que faz «trepar» nas profissões (a aparência do conhecimento ou a mise-en-scène do mesmo. Conhecimento rápido, superficial, interessante...
Mas outro passo foi dado. As redes tornaram possível o relacionamento entre as pessoas. Facebook, Twitter, redes mais especializadas entraram nos nossos espaços conviviais. Entraram nos nossos portáteis, nos nossos tablets... passámos para a mobilidade, para a imposição do relacionamento... muitos conhecidos, mas onde estão os amigos?
Não me parece que se possa abandonar a Sociedade do Conhecimento.
De que conhecimento precisamos para nos adaptarmos à sociedade? Para crescer? Para inovar, como tanto se diz?
E esta partilha rápida... com inúmeras vantagens, por isso aqui estou e em redes mais «populares»? Como irá ser gerida a rede de amigos? E os empregadores que vão fazer com as nossas redes? E os políticos?
Andámos durante anos entusiasmados com a sociedade da informação. As tecnologias disponibilizavam a todos os cidadão a informação pelo que seriam um meio de combater as desigualdades sociais. Depois começámos a chegar à conclusão que era preciso dar um passo e que as tecnologias precisavam de ser «tratadas». Sem o esforço do utilizador para construir o conhecimento não se ia muito longe! Entretanto a WEB 2.0 transformou o cidadão de consumidor em produtor do conhecimento. Mas mais uma vez uma possibilidade ... só alguns deram este passo. Outros aproveitaram os meios para o conhecimento «estratégico» que faz «trepar» nas profissões (a aparência do conhecimento ou a mise-en-scène do mesmo. Conhecimento rápido, superficial, interessante...
Mas outro passo foi dado. As redes tornaram possível o relacionamento entre as pessoas. Facebook, Twitter, redes mais especializadas entraram nos nossos espaços conviviais. Entraram nos nossos portáteis, nos nossos tablets... passámos para a mobilidade, para a imposição do relacionamento... muitos conhecidos, mas onde estão os amigos?
Não me parece que se possa abandonar a Sociedade do Conhecimento.
De que conhecimento precisamos para nos adaptarmos à sociedade? Para crescer? Para inovar, como tanto se diz?
E esta partilha rápida... com inúmeras vantagens, por isso aqui estou e em redes mais «populares»? Como irá ser gerida a rede de amigos? E os empregadores que vão fazer com as nossas redes? E os políticos?
Família, escola e empresas
Entre a Família e a Escola há cada vez mais desentendimentos.
Primeiro caso: Numa escola em meio muito desfavorecido... uma professora pega na manga de casaco de um aluno que se passeava pelo meio dos outros a beliscar e morder os colegas e obriga-.o a sentar-se. O aluno responde: «Vou dizer à minha mãe que me bateu (Será bateste?)». No dia seguinte, a mãe vai falar com a Directora de Turma que chama a Professora. «Bateu no meu filho:» «Não não bati, obriguei-o a sentar-se, diz lá o que fiz?» Responde o menino: «bateste-me». Responde a professora: «Vamos à turma!» Responde o menino: «Menti». A mãe chora e sai acompanhada do menino e nem pede desculpa à professora.
Segundo caso: Escola de cidade que «prepara» meninos «dotados» para entrar em Medicina. Chega o pai junto da Directora de Turma e declara: «O meu filho teve nota fraca (16 ou 17) porque a professora pediu um resumo em Português e não é do programa!».
Ser mãe ou pai não é fácil, sobretudo se criarem pequenos «ditadores» dentro de casa (cf Crónicas de Daniel Sampaio). Ser professor com alguns alunos é complicado...e se tiver que lidar com pais destes... muito pior.
E aqui remeto para a peça « Empresas ajudam a melhorar notas» do Expresso de hoje. Um grupo de empresários decidiu investir na Educação para melhorar resultados: Projecto EPIS. Parece estar a conseguir sucesso junto de muitos alunos. Recorrendo a professores-mediadores, os empresários estarão a conseguir o que as outras instituições não conseguem?
Outro exemplo... uma empresa está a recrutar operadores fabris, mas, antes de entrarem ao serviço, os candidatos vão ter de frequentar um curso com Física... Português, Inglês... «Não sabem compreender um esquema... um artigo ... explicar uma ideia...redigir um relatório », «Não sabem nada de Inglês...» e não podem desempenhar uma função tecnológica sem adquirir as competências básicas». Pergunta-se: «Mas qual o grau de escolaridade? «12ºAno e Licenciatura- alguns já de Bolonha».
A Escola Pública (e não fala da outra) está a gerar uma população altamente qualificada, mas está também a dar diplomas a candidatos a desempregados. Até porque cada vez mais haverá menos empregos para todos (cf próximo artigo).
Primeiro caso: Numa escola em meio muito desfavorecido... uma professora pega na manga de casaco de um aluno que se passeava pelo meio dos outros a beliscar e morder os colegas e obriga-.o a sentar-se. O aluno responde: «Vou dizer à minha mãe que me bateu (Será bateste?)». No dia seguinte, a mãe vai falar com a Directora de Turma que chama a Professora. «Bateu no meu filho:» «Não não bati, obriguei-o a sentar-se, diz lá o que fiz?» Responde o menino: «bateste-me». Responde a professora: «Vamos à turma!» Responde o menino: «Menti». A mãe chora e sai acompanhada do menino e nem pede desculpa à professora.
Segundo caso: Escola de cidade que «prepara» meninos «dotados» para entrar em Medicina. Chega o pai junto da Directora de Turma e declara: «O meu filho teve nota fraca (16 ou 17) porque a professora pediu um resumo em Português e não é do programa!».
Ser mãe ou pai não é fácil, sobretudo se criarem pequenos «ditadores» dentro de casa (cf Crónicas de Daniel Sampaio). Ser professor com alguns alunos é complicado...e se tiver que lidar com pais destes... muito pior.
E aqui remeto para a peça « Empresas ajudam a melhorar notas» do Expresso de hoje. Um grupo de empresários decidiu investir na Educação para melhorar resultados: Projecto EPIS. Parece estar a conseguir sucesso junto de muitos alunos. Recorrendo a professores-mediadores, os empresários estarão a conseguir o que as outras instituições não conseguem?
Outro exemplo... uma empresa está a recrutar operadores fabris, mas, antes de entrarem ao serviço, os candidatos vão ter de frequentar um curso com Física... Português, Inglês... «Não sabem compreender um esquema... um artigo ... explicar uma ideia...redigir um relatório », «Não sabem nada de Inglês...» e não podem desempenhar uma função tecnológica sem adquirir as competências básicas». Pergunta-se: «Mas qual o grau de escolaridade? «12ºAno e Licenciatura- alguns já de Bolonha».
A Escola Pública (e não fala da outra) está a gerar uma população altamente qualificada, mas está também a dar diplomas a candidatos a desempregados. Até porque cada vez mais haverá menos empregos para todos (cf próximo artigo).
«Tecnologia precisa-se» para a área da saúde ... e literacia
É um subtítulo do Expresso de hoje (peça intitulada «Controle remoto para tratar o corpo»). A propósito da possibilidades futura (muito próxima) de instalar um mediador cardíaco wireless, tatuagens de alerta para medir a tensão arterial, fita de cabeça para detecção de apneia, adesivos check-up, aplicações de iPhone, Android , BlackBerry para medir níveis de açúcar... é feito um apelo à população portuguesa para a necessidade de desenvolver níveis de literacia da população, já que estes dispositivos vão permitir:_ «a substituição da informação massificada por personalizada e e da verticalização dos serviços pela horizontalização» , segundo Constantino Sakellarides, Director da Escola Nacional de Saúde Pública_ e formação de profissionais de saúde que dominem tecnologias biométricas a distância.
Ora é neste campo em que me parece que, por exemplo, o Ensino Politécnico poderia intervir. Na proposta que fiz , há alguns anos de uma Escola nova de Tecnologias da Saúde, avancei com a sugestão de formar técnicos «mestiços» que dominassem a Física, por exemplo; (exigida para a criação e manipulação de software que é rara, dado os Cursos de Física não terem «clientes»), as Tecnologias, a Saúde e as Humanidades - para comunicarem a distância (valências das diferentes escolas dos IPS).
Olhando para os planos de estudo de muitas Escolas, continuo a interrogar-me sobre os cursos que têm sido criados para responder a esta necessidade de intervenção na saúde pública.
A nova maneira de fazer Medicina passa certamente por estas vias. Não é só de técnicos que se precisa (sobretudo de técnicos de comunicação, design, multimédia, marketing... muitos deles no desemprego). Precisamos de técnicos nesta área que saibam construir dispositivos e «ler» os relatórios dos dispositivos que teremos instalados no nosso corpo...e comunicar com os doentes. E estes, enquanto cidadãos, terão de dispor de alguma literacia para se desembaraçarem sozinhos em casa. Esta é outra questão!
Ora é neste campo em que me parece que, por exemplo, o Ensino Politécnico poderia intervir. Na proposta que fiz , há alguns anos de uma Escola nova de Tecnologias da Saúde, avancei com a sugestão de formar técnicos «mestiços» que dominassem a Física, por exemplo; (exigida para a criação e manipulação de software que é rara, dado os Cursos de Física não terem «clientes»), as Tecnologias, a Saúde e as Humanidades - para comunicarem a distância (valências das diferentes escolas dos IPS).
Olhando para os planos de estudo de muitas Escolas, continuo a interrogar-me sobre os cursos que têm sido criados para responder a esta necessidade de intervenção na saúde pública.
A nova maneira de fazer Medicina passa certamente por estas vias. Não é só de técnicos que se precisa (sobretudo de técnicos de comunicação, design, multimédia, marketing... muitos deles no desemprego). Precisamos de técnicos nesta área que saibam construir dispositivos e «ler» os relatórios dos dispositivos que teremos instalados no nosso corpo...e comunicar com os doentes. E estes, enquanto cidadãos, terão de dispor de alguma literacia para se desembaraçarem sozinhos em casa. Esta é outra questão!
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Encontrei ontem uma professora feliz!
O que é difícil nos dias que correm! Colocada numa zona difícil de Lisboa, com meninos difíceis, pais ainda mais problemáticos... «Agarrou» os meninos e está a «agarrar» os pais. Mas não vai pela solução mais directa: o facilitismo! Está a ensinar a ler e escrever. Fez planos de recuperação para muitos alunos. Sabe os conteúdos e aprofunda-os para ensinar. Tem imensos alunos, numa zona daquelas!!! Está numa escola com bom ambiente.
Foi minha aluna. Numa das primeiras aulas indignou-se com uma generalização apressada da minha parte. Tinha toda a razão e pedi-lhe desculpa.Uma vontade enorme de ser professora, uma capacidade impressionante de contornar situações difíceis da vida. O ensino superior tirou-lhe parte da confiança que tinha nela. Não gostei de ver o que lhe estava a acontecer, no final do curso. Mas está com o nariz outra vez arrebitado! Com brilho nos olhos, quando fala dos meninos. E fala com uma segurança dos assuntos profissionais, dos conteúdos (até diz que tem muitas dúvidas!).
Foi avaliada na nossa conversa e eu fui avaliada. Ensinei alguma coisa a esta aluna que ela aprendeu (cf artigo sobre Erick Hanushek ). E esta aluna está a ser uma boa professora. Está a ensinar meninos que muitos professores se recusariam a ensinar. E com entusiasmo! Força Senhora Professora!
Foi minha aluna. Numa das primeiras aulas indignou-se com uma generalização apressada da minha parte. Tinha toda a razão e pedi-lhe desculpa.Uma vontade enorme de ser professora, uma capacidade impressionante de contornar situações difíceis da vida. O ensino superior tirou-lhe parte da confiança que tinha nela. Não gostei de ver o que lhe estava a acontecer, no final do curso. Mas está com o nariz outra vez arrebitado! Com brilho nos olhos, quando fala dos meninos. E fala com uma segurança dos assuntos profissionais, dos conteúdos (até diz que tem muitas dúvidas!).
Foi avaliada na nossa conversa e eu fui avaliada. Ensinei alguma coisa a esta aluna que ela aprendeu (cf artigo sobre Erick Hanushek ). E esta aluna está a ser uma boa professora. Está a ensinar meninos que muitos professores se recusariam a ensinar. E com entusiasmo! Força Senhora Professora!
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Marraquexe
Fim de semana em Marraquexe. Instalada num Riad (casa com pátio com jardim e fonte), espécie de hotel de charme situado na Medina- melhor dizendo... num beco da Medina (cf imagem). É assim mesmo. Os riads são os melhores sítios para ficar para quem gosta de ficar no interior da diversidade cultural. Um pátio, uma pequena piscina, um tanquinho, melhor dizendo, 6 ou 7 quartos, todos diferentes, muito giros- escolhe-se o quarto quando se faz a reserva- apoio constante do dono e pessoal, com design local ou mistura com moderno, um chá de menta... Anda-se sem qualquer tipo de problema Toda a gente é simpática. Durante duas noites. Se se for mais tempo, é melhor escolher-se um hotel fora da Medina, na cidade nova, «Hivernage», com jardim. A Palmeraie fica bastante longe... bons hotéis para para quem faz golf!
Não é por acaso que a Praça Jemaa El Fna é património oral, porque é efectivamente a esse nível que a cidade é mais interessante, vozes, sons, sabores, cores... Tem alguns palácios e monumentos, mas vêem-se em relativamente pouco tempo. Depois ... o programa consiste em passear, discutir preços, olhar para coisas e gentes, sentir os cheiros... perder-se ... e visitar um hammam. O meu filho ofereceu-me, como prenda de anos, um SPA, no «bains de Marrakech». Sítio muito bonito com a mesma disposição dos riads que, por sua vez, têm a mesma disposição dos palácios. Como sofro de claustrofobia, apesar de fazer sauna, gostei mais das massagens que pouco têm a ver com as habituais dos nossos hotéis.
A 1 hora e 20 minutos de Lisboa, um programa óptimo para quem gosta da interculturalidade. Gostei muito. Obrigada à família pela óptima estadia e convite a outras famílias.
Não é por acaso que a Praça Jemaa El Fna é património oral, porque é efectivamente a esse nível que a cidade é mais interessante, vozes, sons, sabores, cores... Tem alguns palácios e monumentos, mas vêem-se em relativamente pouco tempo. Depois ... o programa consiste em passear, discutir preços, olhar para coisas e gentes, sentir os cheiros... perder-se ... e visitar um hammam. O meu filho ofereceu-me, como prenda de anos, um SPA, no «bains de Marrakech». Sítio muito bonito com a mesma disposição dos riads que, por sua vez, têm a mesma disposição dos palácios. Como sofro de claustrofobia, apesar de fazer sauna, gostei mais das massagens que pouco têm a ver com as habituais dos nossos hotéis.
A 1 hora e 20 minutos de Lisboa, um programa óptimo para quem gosta da interculturalidade. Gostei muito. Obrigada à família pela óptima estadia e convite a outras famílias.
Francés, Investigación, innovación y buenas prácticas
Cet ouvrage coordonné par Carmen Guillén, Professeur de l'Université de Valladolid et didacticienne reconnue des langues étrangères, vient d' être publié par le Ministère de l' Education d'Espagne et les Éditions GRAO. Je ne parle pas de mon chapitre - ou je parle aussi - mais je suggère vivement la lecture des différents chapitres, indispensables aux enseignants de tous les niveaux d'enseignement.
«Llibre que aborda els continguts relatius a la investigació, observació, experimentació i innovació, i ofereix un itinerari formatiu en 8 capítols, dels quals es redacten en francès (com a llengua de treball) els que es consideren relacionats amb un saber i un saber d'acció docent per abordar la problemàtica del desenvolupament del currículum en la seva dimensió de gestió i aplicació pràctica. A més a més, compagina el rigor científic dels continguts amb una presentació pràctica dels mateixos, que pot ser útil tant per al professor en formació inicial (Màster de Secundària) com per al docent en exercici que vulgui potenciar el seu desenvolupament professional».
«Llibre que aborda els continguts relatius a la investigació, observació, experimentació i innovació, i ofereix un itinerari formatiu en 8 capítols, dels quals es redacten en francès (com a llengua de treball) els que es consideren relacionats amb un saber i un saber d'acció docent per abordar la problemàtica del desenvolupament del currículum en la seva dimensió de gestió i aplicació pràctica. A més a més, compagina el rigor científic dels continguts amb una presentació pràctica dels mateixos, que pot ser útil tant per al professor en formació inicial (Màster de Secundària) com per al docent en exercici que vulgui potenciar el seu desenvolupament professional».
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Erick Hanushek e o impacto dos bons professores no sucesso
Erick Hanushek esteve em Lisboa a proferir algumas conferências e deu uma entrevista ao jornal «Expresso intitulada «É preciso afastar os maus professores da sala de aula». Mas o que são os bons professores? Segundo o especialista em Economia da Educação da Universidade de Stanford, «os estudos mostram que a quantidade da formação de um professor não tem nada a ver com o facto de serem bons ou maus na sala de aula. Nos EUA, a maioria tem uma licenciatura: mas se tiverem um mestrado isso não nos diz nada sobre o que vai ser o seu desempenho». Também a experiência não explica o desempenho para o especialista.
Nuno Crato na mesma página do «Expresso», numa crónica sobre Eric Hanushek, conclui o seguinte: «E os professores devem ser seleccionados sobretudo com base no seu conhecimento das matérias que ensinam e não dos seus estudos de pedagogia - é outra conclusão que retira da mesma comparação internacional».
Se não tivesse assistido a tantas aulas de tantos professores, se não tivesse sido formadora de tantos professores de sucesso, tinha ficado triste. E são bons professores se se vê que «os seus alunos estão a aprender e se os seus resultados melhoram ao longo da vida». Tive felizmente muitos assim e acho que também formei muitos assim.
Concordo que nem todas as formações resultam e que nem todos os mestrados e doutoramentos têm implicações. Mas esta é uma componente obrigatória - ou deveria ser- de uma pesquisa em Educação ou de uma pesquisa na área «que ensinam» (cf Estudos sobre Didáctica das Línguas- Culturas de Robert Galisson).
Mas... a existência de cursos com nomes bonitos, mais perto de casa ou mais baratos determina, por vezes, a escolha!
Também concordo que um bom conhecimento das matérias que ensinam é fundamental. Para ser professor de Francês, para dar um exemplo, dominar a língua francesa, conhecer a cultura francesa, dominar aspectos metalingísticos e metaculturais (este é o objecto do ensino de uma língua) é necessário, mas ...como se põem os alunos a ouvir, a falar uma língua, a ler e a escrever numa língua sem uma formação adequada?
A matriz conceptual de Robert Galisson mostra a relação entre as diferentes componentes da situação educativa: Sujeito (aluno), Objecto (Língua- Cultura), Agente (professor), Grupo, Meio instituinte (sociedade), Meio instituído (escola), Espaço, Tempo.Considerar a formação de professores sem equacionar a relação entre estas componentes parece-me inadequada.
E agora tenho de dizer que fico muito preocupada porque todos os professores de Francês que conheço saíram do sistema. Muitos nem fizeram mestrado, mas fizeram estágios em Prtugal, em França (graças à Embaixada de França), estágios promovidos pela embaixada de França em Portugal, pela Associação Portuguesa de Professores de Francês, pelo Ministério, pelas Universidades, pelas ESE, pelos Centros de Formação... Até estavam em escolas com sucesso! Foram substituídos por colegas que não têm a possibilidade de fazer os mesmos estágios, fazem agora formações em áreas genéricas propostas pelas escolas, integradas nos tempos em que têm de estar nas escolas. Não têm formação em Didáctica das Línguas- Culturas, não vão a seminários, a conferências, a colóquios... (veja-se o que está a acontecer nos colóquios recentemente organizados). Não saem das escolas... E não têm experiência.
Mas para que servirá a formação ou a experiência?
Vamos esperar para ver!
Nuno Crato na mesma página do «Expresso», numa crónica sobre Eric Hanushek, conclui o seguinte: «E os professores devem ser seleccionados sobretudo com base no seu conhecimento das matérias que ensinam e não dos seus estudos de pedagogia - é outra conclusão que retira da mesma comparação internacional».
Se não tivesse assistido a tantas aulas de tantos professores, se não tivesse sido formadora de tantos professores de sucesso, tinha ficado triste. E são bons professores se se vê que «os seus alunos estão a aprender e se os seus resultados melhoram ao longo da vida». Tive felizmente muitos assim e acho que também formei muitos assim.
Concordo que nem todas as formações resultam e que nem todos os mestrados e doutoramentos têm implicações. Mas esta é uma componente obrigatória - ou deveria ser- de uma pesquisa em Educação ou de uma pesquisa na área «que ensinam» (cf Estudos sobre Didáctica das Línguas- Culturas de Robert Galisson).
Mas... a existência de cursos com nomes bonitos, mais perto de casa ou mais baratos determina, por vezes, a escolha!
Também concordo que um bom conhecimento das matérias que ensinam é fundamental. Para ser professor de Francês, para dar um exemplo, dominar a língua francesa, conhecer a cultura francesa, dominar aspectos metalingísticos e metaculturais (este é o objecto do ensino de uma língua) é necessário, mas ...como se põem os alunos a ouvir, a falar uma língua, a ler e a escrever numa língua sem uma formação adequada?
A matriz conceptual de Robert Galisson mostra a relação entre as diferentes componentes da situação educativa: Sujeito (aluno), Objecto (Língua- Cultura), Agente (professor), Grupo, Meio instituinte (sociedade), Meio instituído (escola), Espaço, Tempo.Considerar a formação de professores sem equacionar a relação entre estas componentes parece-me inadequada.
E agora tenho de dizer que fico muito preocupada porque todos os professores de Francês que conheço saíram do sistema. Muitos nem fizeram mestrado, mas fizeram estágios em Prtugal, em França (graças à Embaixada de França), estágios promovidos pela embaixada de França em Portugal, pela Associação Portuguesa de Professores de Francês, pelo Ministério, pelas Universidades, pelas ESE, pelos Centros de Formação... Até estavam em escolas com sucesso! Foram substituídos por colegas que não têm a possibilidade de fazer os mesmos estágios, fazem agora formações em áreas genéricas propostas pelas escolas, integradas nos tempos em que têm de estar nas escolas. Não têm formação em Didáctica das Línguas- Culturas, não vão a seminários, a conferências, a colóquios... (veja-se o que está a acontecer nos colóquios recentemente organizados). Não saem das escolas... E não têm experiência.
Mas para que servirá a formação ou a experiência?
Vamos esperar para ver!
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Blogues e redes
Afinal ainda se podem escrever textos longos num blogue. E os blogues ... parece não terem os dias contados. Precisamos efectivamente de tempo para aprofundar assuntos. Para mensagens rápidas, temos as redes. É o que diz este artigo da Wired. Voltarei a esta questão, dado que agora, efectivamente, estou sem tempo.
Ted e Pecha-Kucha
TED é uma organização que junta comunicadores de várias áreas para partilhar ideias. Vários vídeos mostram diferentes comunicadores «reconhecidos» a construir conhecimento em conjunto.
Esta conferência recente sobre criatividade é muito interessante.
Pecha- Kucha é um formato cidadão-comum que partilha também ideias num formato contraído. Realizou-se em Coimbra um primeiro evento. Não estive. Os meus alunos costumam fazer apresentações neste formato. E costumam observar vídeos TED.
Esta conferência recente sobre criatividade é muito interessante.
Pecha- Kucha é um formato cidadão-comum que partilha também ideias num formato contraído. Realizou-se em Coimbra um primeiro evento. Não estive. Os meus alunos costumam fazer apresentações neste formato. E costumam observar vídeos TED.
Primitivos Portugueses 1450-1550 no Museu de Arte Antiga
Uma ida ao Museu é sempre um óptimo programa. No museu de Arte Antiga gosto muito de ver a Tentação de Santo Antão de Bosch, os quadros de Zurbaran , entre outros.
A exposição Primitivos Portugueses está patente no museu de Arte Antiga até 27 de Fevereiro.
Esta exposição interessou-me, entre outros aspectos, pela articulação com a tecnologia. Graças a reflectografia de infravermelhos, é possível reconstituir o processo de construção de algumas telas, chegando ao desenho.
A exposição Primitivos Portugueses está patente no museu de Arte Antiga até 27 de Fevereiro.
Esta exposição interessou-me, entre outros aspectos, pela articulação com a tecnologia. Graças a reflectografia de infravermelhos, é possível reconstituir o processo de construção de algumas telas, chegando ao desenho.
Não sou «uma mísera professora»
«mísero.adj. 1 muito pobre, miserável, paupérrimo 2 fig pobre de ideias ou desprovido de inteligência 3 muito reduzido; miserável, ínfimo, insignificante 4 sem valor ou importância, desprezível, insignificante, reles... ETIM lat. misererum, míserável, mísero, coitado, infeliz, mesquinho, mal-aventurado,desgraçado... (dicionário Houais da Língua Portuguesa.p. 2506).
Sei que no calor de campanha política se podem dizer muitas coisas sem pensar e que nem sempre se empregam palavras com conhecimento do seu significado ou emprego... mas...
O candidato a Presidente da República e Professor Aníbal Cavaco Silva não poderia ter ofendido assim a classe a que pertenço e a que ele próprio até pertence!
Sou professora com muita honra. Sou uma boa professora. Não sou uma «mísera professora».
Sei que no calor de campanha política se podem dizer muitas coisas sem pensar e que nem sempre se empregam palavras com conhecimento do seu significado ou emprego... mas...
O candidato a Presidente da República e Professor Aníbal Cavaco Silva não poderia ter ofendido assim a classe a que pertenço e a que ele próprio até pertence!
Sou professora com muita honra. Sou uma boa professora. Não sou uma «mísera professora».
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Efeitos da música... e sugestopedia
Em Sugestopedia, a música tem um papel importante. A primeira sessão (concerto em designação anterior) é feita a partir de música da época romântica. A segunda da época barroca. Qual a justificação? Para Lozanov a música pode levar o indivíduo a situação favorável à memorização. Um estudo recente, entre outros, mostra os efeitos provocados pela música.
Os média e a aprendizagem
Já que estou em fase de publicidade, relembro «Os media e a aprendizagem», publicado pela Universidade Aberta. Neste manual desenvolvo, entre outros, os seguintes conteúdos:
- Comunicação interpessoal
- Zonas de proximidade entre a Escola e os média
- Caracterização de géneros mediáticos (artigo, crónica... entrevista radiofónica, reportagem, jornal televisivo...)
- Regras de encenação de discursos mediáticos.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Sucesso em blogues
Decididamente não conheço as regras da web social. Vou utilizar a regra da «revelação» para não revelar, directamente, as cinco regras. Entretanto, mandei o endereço do meu artigo sobre formação profissional de políticos aos partidos políticos.
A escrita em Didáctica tem de ter implicações. Será que há alguém a aprender algo neste blogue?
A escrita em Didáctica tem de ter implicações. Será que há alguém a aprender algo neste blogue?
Formação profissional… de políticos
Fala-se imenso de formação profissional, mas curiosamente nunca ouvi dizer que o político X ou Y estivesse a fazer um estágio no governo da Alemanha, dos Estados Unidos, da Grécia ou da Irlanda. Também nunca ouvi dizer que X ou Y estivesse trancadinho em casa durante uma semana a estudar um dossiê.
E, no entanto, ouço dizer a colegas que X ou Y reprovaram no 10º ou no 12 º ano porque eram péssimos alunos a Português, Francês, Matemática…(E se um deles ainda for Ministro da Educação ou do Ensino Superior!). Alguns, sobretudo no passado, foram engenheiros, médicos, economistas… Outros até fizeram estágios em outros países porque a isso eram obrigados. Mas agora? Se andam todos os dias a debitar discursos «interessantes» , quando terão tempo para relacionar, comparar, hierarquizar… e construir discursos demonstrativos (cf. dificuldades dos alunos nas provas intermédias)?
Assustam-me os« homens rápidos» (cf David Lodge), os que não são capazes de relacionar dados das culturas humanísticas, científicas, artísticas, tecnológicas (Poderão ler «Le Tiers Instruit» de Michel Serres). E até acham que as humanidades não servem para nada e que, por isso, há que fechar cursos nessas áreas!
Formadores e formações precisam-se.
Estou disponível para leccionar uma formação na área da comunicação interpessoal.
Apprendre avec et à partir de la télé
Dans un ouvrage sous presse je propose quelques activités pédagogiques qui peuvent être proposées à partir d'Internet. Dans cet article je reviens sur des propositions faites à partir de la télé.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Relatório do Gave 3... e o PNEP
O Programa Nacional para o Ensino do Português
«iniciado no ano lectivo 2006/07, procurou responder ao desafio e à necessidade de melhorar o ensino da língua portuguesa no primeiro ciclo da educação básica, particularmente nos níveis de compreensão de leitura e de expressão oral e escrita». Terminou em 2009-2010. As práticas dos pnepianos mantêm-se e evoluem, por isso o Programa não acabou, mas...
Com este programa pretendia-se mudar as práticas dos professores e dos alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico. Pretendia-se que os professores ensinassem os alunos a ler e a escrever- e digo ensinar porque foi esse o termo que sempre foi utilizado, fugindo-se a alguns chavões pedagógicos. Não basta, efectivamente, dar livros aos meninos e dizer-lhes que leiam ou que escrevam o que quiserem ... «já que são muito criativos»... é verdade que é um passo, mas um pequeno passo.
As crianças abrangidas por esse Programa ainda não chegaram ao fim do 9º ano. Portanto não foram ainda avaliadas. Será que estas crianças terão menos problemas de leitura e de escrita?
Acredito que sim. Pelo que vi nas Escolas e na Internet acredito que muito mudou e estará a mudar. Os materiais (alguns) estão disponíveis na página da DGIDC: (O ensino da leitura, o ensino da escrita, o ensino do conhecimento da língua). Outros estão disponíveis em versão impressa e outros, ainda, aguardam publicação... É o caso da brochura de que sou co-autora: Implicações das TIC na aula de Língua Portuguesa. Uma versão condensada pode ser encontrada em artigo publicado na Revista Intercompreensão.
Como tudo neste país o Programa acabou... vamos ter de aguardar alguns anos para ver se os alunos do 9º ano têm melhores resultados nas provas intermédias. Nas provas de aferição parece haver melhorias. Mas, como todos sabemos, exigia-se continuidade para poder colher frutos! E avaliação!
As brochuras PNEP ficaram, os professores habituaram-se a utilizar plataformas de ensino a distância, os blogues entraram e alguns continuam nas Escolas, levando as crianças a sair destas. As crianças mostram os textos que produzem a partir de leituras...
Em algumas instituições o PNEP mantém-se, apesar, da limitação de meios. Fazendo hoje uma pesquisa encontrei o blogue de Penacova, por exemplo, outros deixaram de adoptar a sigla PNEP e, por isso, são mais difíceis de encontrar.
«iniciado no ano lectivo 2006/07, procurou responder ao desafio e à necessidade de melhorar o ensino da língua portuguesa no primeiro ciclo da educação básica, particularmente nos níveis de compreensão de leitura e de expressão oral e escrita». Terminou em 2009-2010. As práticas dos pnepianos mantêm-se e evoluem, por isso o Programa não acabou, mas...
Com este programa pretendia-se mudar as práticas dos professores e dos alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico. Pretendia-se que os professores ensinassem os alunos a ler e a escrever- e digo ensinar porque foi esse o termo que sempre foi utilizado, fugindo-se a alguns chavões pedagógicos. Não basta, efectivamente, dar livros aos meninos e dizer-lhes que leiam ou que escrevam o que quiserem ... «já que são muito criativos»... é verdade que é um passo, mas um pequeno passo.
As crianças abrangidas por esse Programa ainda não chegaram ao fim do 9º ano. Portanto não foram ainda avaliadas. Será que estas crianças terão menos problemas de leitura e de escrita?
Acredito que sim. Pelo que vi nas Escolas e na Internet acredito que muito mudou e estará a mudar. Os materiais (alguns) estão disponíveis na página da DGIDC: (O ensino da leitura, o ensino da escrita, o ensino do conhecimento da língua). Outros estão disponíveis em versão impressa e outros, ainda, aguardam publicação... É o caso da brochura de que sou co-autora: Implicações das TIC na aula de Língua Portuguesa. Uma versão condensada pode ser encontrada em artigo publicado na Revista Intercompreensão.
Como tudo neste país o Programa acabou... vamos ter de aguardar alguns anos para ver se os alunos do 9º ano têm melhores resultados nas provas intermédias. Nas provas de aferição parece haver melhorias. Mas, como todos sabemos, exigia-se continuidade para poder colher frutos! E avaliação!
As brochuras PNEP ficaram, os professores habituaram-se a utilizar plataformas de ensino a distância, os blogues entraram e alguns continuam nas Escolas, levando as crianças a sair destas. As crianças mostram os textos que produzem a partir de leituras...
Em algumas instituições o PNEP mantém-se, apesar, da limitação de meios. Fazendo hoje uma pesquisa encontrei o blogue de Penacova, por exemplo, outros deixaram de adoptar a sigla PNEP e, por isso, são mais difíceis de encontrar.
Relatório do Gave 2 - Ensinar alunos "pronetários"
Não é fácil ensinar alunos pronetários a ler e a escrever. Esta designação provém de La Révolte du Pronétariat de Joel de Rosnay.
Os pronetários fazem uma gestão polícrona das actividades (multitasking), fazem «leituras» rápidas da informação, gostam de imagens, do jogo...
Muitos alunos que responderam aos testes tiveram dificuldade em relacionar, hierarquizar informação, comparar, sintetizar informação, construir uma definição ou demonstração. E não vai ser muito fácil aprenderem estas operações cognitivas e discursivas. A dificuldade deriva, possivelmente, da gestão do tempo. Alunos polícronos saltam de brinquedo em brinquedo, de jogo em jogo, de ecrã em ecrã. Fazem zapping na televisão como fazem zapping na aula, nos processos de leitura e de escrita. Terão de aprender a linearizar quando vêem uma imagem ou um texto? Terão de se sentar... mas «o difícil é sentá-los» e terão efectivamente de se sentar. Aí os pais poderão dar uma ajuda - enquanto há tempo para isso. Num artigo, sobre implicações das TIC na aula de língua, eu e Luís Filipe Barbeiro propomos algumas propostas pedagógicas retiradas de uma brochura elaborada no âmbito do PNEP para que os alunos aprendam a ler também a partir do ecrã.
Os pronetários fazem uma gestão polícrona das actividades (multitasking), fazem «leituras» rápidas da informação, gostam de imagens, do jogo...
Muitos alunos que responderam aos testes tiveram dificuldade em relacionar, hierarquizar informação, comparar, sintetizar informação, construir uma definição ou demonstração. E não vai ser muito fácil aprenderem estas operações cognitivas e discursivas. A dificuldade deriva, possivelmente, da gestão do tempo. Alunos polícronos saltam de brinquedo em brinquedo, de jogo em jogo, de ecrã em ecrã. Fazem zapping na televisão como fazem zapping na aula, nos processos de leitura e de escrita. Terão de aprender a linearizar quando vêem uma imagem ou um texto? Terão de se sentar... mas «o difícil é sentá-los» e terão efectivamente de se sentar. Aí os pais poderão dar uma ajuda - enquanto há tempo para isso. Num artigo, sobre implicações das TIC na aula de língua, eu e Luís Filipe Barbeiro propomos algumas propostas pedagógicas retiradas de uma brochura elaborada no âmbito do PNEP para que os alunos aprendam a ler também a partir do ecrã.
France 2025- Joël de Rosnay présente l'exposition
France 2025, exposition à la Cité des Sciences
France 2025 : interview de Joël de Rosnay
Enviado por cite-des-sciences. - Vídeos sobre as últimas descobertas da ciência e tecnologia.
France 2025 : interview de Joël de Rosnay
Enviado por cite-des-sciences. - Vídeos sobre as últimas descobertas da ciência e tecnologia.
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
IPad e Escola
Segundo o New York Times do dia 4 de Janeiro, alguns alunos tiveram a surpresa de chegar a escolas com iPad . Um dos motivos invocados prende-se com a possibilidade de levar os alunos a sair da sala. "It allows us to extend the classroom beyond these four walls,” said Larry Reiff, an English teacher at Roslyn who now posts all his course materials online. Parece-nos que é a Internet que o permite, não o tablet. Mas tem, entre outras, uma vantagem assinalada na peça: não impede o olhar.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Relatório do Gave 2010 … o achativo e o demonstrativo
Foi divulgado o relatório dos testes intermédios 2010 elaborado pelo Gave.
Tem sido sublinhada a dificuldade dos alunos dos Ensinos Básico e Secundário nas respostas nas provas em Língua Portuguesa. Mas é sobretudo nas provas de Matemática, de Física e Química, de Biologia e Geografia que as dificuldades em compreender e verbalizar operações cognitivas se manifestam. Os alunos do Básico tiveram dificuldade nas questões que «exigiam leitura, interpretação e definição de uma estratégia. Também nos conteúdos que exigiam comunicação escrita de conceitos ou de raciocínios »(Matemática 9º ano). Os alunos do Secundário revelaram, também, dificuldade na «produção e comunicação de raciocínios demonstrativos, compreensão de relações existentes entre os conceitos, selecção, análise, interpretação de informação fornecida de modo diversificado, comunicação de ideias por escrito e, finalmente, produção e comunicação de raciocínios demonstrativos» (Física).
O demonstrativo é problemático não só para os alunos do Ensino Superior que vão ser ou já são professores (cf artigo sobre o achativo, o interessante e o demonstrativo, mas, claro, para os alunos do básico e secundário. É muito mais fácil escrever «eu acho tudo muito interessante ou eu concordo com o autor» do que justificar argumentos, estabelecer relações de causa consequência, construir hipóteses… ah é preciso saber conjunções e empregar conjuntivos…»
Estes resultados levam-nos não só a questionar o ensino dessas disciplinas que passa também por ensinar a verbalizar as operações cognitivas relativas às diferentes disciplinas (e todos os professores são professores de Português), mas também a questionar práticas da aula de Língua Portuguesa. Muitos professores de Português, ainda, continuam a «mandar ler» e a «mandar escrever» sem ensinar a ler e a escrever (basta folhear cadernos de alunos para nos apercebermos do facto de serem, normalmente, os cadernos de Português que têm menos páginas escritas). Por isso os programas insistem e o relatório insiste na necessidade de reforçar fases de escrita nas práticas dos professores dessa disciplina. Mas a aula de Português continua muito centrada no «interessante». Os meninos e adolescentes lêem - quando lêem – os textos de que gostam e continuam a dar a sua opinião sobre os mesmos. O conhecimento explícito da língua nem sempre é sistematizado ou não é contextualizado.
Há 10, 15 anos a nossa colega e querida amiga, infelizmente desaparecida tão cedo, Odete Santos, chamava a atenção para o efeito negativo da retirada do ensino das conjunções dos programas. Ora como aprender noções de causa, consequência, hipótese sem ter o conhecimento da função das conjunções? Estamos a colher os resultados deste erro.
Em Francês, aprendia-se e creio que se aprende a cantilena (a cantilena tem função de mnemónica). Por exemplo, «si -présent- futur-action possible», «si-imparfait-conditionnel-action irréel dans le présent»,«si-plus-que-parfait-conditionnel antérieur-irréel dans le passé». Assim, se eu disser «si je prends le train, je serai à Tomar à midi», estou a assumir que é uma acção possível. Se disser «si je prenais le train à… je serais…». Estou a assumir que já não tenho tempo e, por isso, essa acção é irreal, no momento presente. Ao dizer «si j’avais su, j’aurais fait d’autres choix dans ma vie» estou ,finalmente, a assumir que errei no passado.
Em Inglês aprende-se uma cantilena semelhante.
E em Português? Numa simulação do tipo «se estivesse numa aula e tivesse de explicar x que faria?», tive de corrigir tantas vezes a mudança de plano traduzida na passagem do condicional para o futuro!
Ex: « Nesta situação proporia um jogo… e depois farei um exercício».
Os textos literários, nomeadamente, os poéticos, nos quais os alunos tiveram dificuldade são importantes pela dificuldade da sua construção. A compreensão de metáforas é necessária para a compreensão de textos científicos, para a elaboração de publicidades, construção de sites.
Mas a leitura aprofundada de textos e a escrita de textos demora muito tempo. Exige um grande esforço ao professor e ao aluno. E aqui está uma das razões da dificuldade dos novos alunos e talvez de muitos professores. E, nem sempre, é por falta de vontade. São nativos digitais. Voltaremos a este assunto.
Revue Intercompreensão- Littératies Académiques Multimodales
Appel à collaboration
INTERCOMPRENSÃO 16
À partir de ce numéro 16, la revue intercompréhension commence une nouvelle vie marquée par une édition rénovée - de la responsabilité de l'Unité de recherche de l'Institut Polytechnique de Santarém - et l'existence d'une "publication-sœur» -. REDINTER Intercompreensão –. Aux changements institutionnels découlant de la création d'une unité centrée sur la recherche, s’ajoute l'intérêt d'élargir le domaine et le public de la revue.
Le premier numéro de cette nouvelle série, coordonné par Clara Ferrão Tavares et Luísa Alvares Pereira, aborde une problématique aussi actuelle que pertinente- les Littératies Académiques Multimodales –. centrée sur les transformations que subit l'enseignement supérieur au Portugal Ce numéro cherche à apporter une contribution pour la thématisation d'un domaine qui, malgré sa tradition dans d'autres pays, n'a pas encore fait l'objet d’une grande réflexion parmi nous.
En effet, tant aux États-Unis - Composition Studies – qu’en Angleterre - Academic Literacies – cette thématique compte déjà une large production de connaissances, alors que, dans quelques pays d’Europe, on cherche encore à entamer le dialogue avec ces deux domaines afin d'améliorer les connaissances et contribuer, ainsi, pour une réflexion plus rigoureuse et plus productive centrée sur la lecture et l'écriture dans l'enseignement supérieur.
Dans le cas du Portugal, et compte tenu des accords de Bologne qui renforcent l'autonomie de l'étudiant, notamment au niveau des travaux académiques devenus plus nombreux, la réflexion sur les Litteraties Académiques Multimodales voit sa motivation dans la difficulté que les enseignants détectent chez leurs étudiants tant au niveau de la lecture qu’à celui de l'écriture de genres académiques auxquels ils sont alors exposés. Au-delà des aspects référentiels, les genres requièrent effectivement une gestion et une maitrise en techniques socio-culturelles, discursives et linguistiques dont ne disposent pas toujours les étudiants. La construction d'une thèse, d’une monographie, d’un rapport ou d’un projet implique avant tout la caractérisation des genres discursifs qui donnent forme à ces types de travaux. Nous comprenons donc que s’avèrent aussi difficiles l'acculturation des étudiants aux genres académiques que l’orientation de tout le processus proposée par les enseignants. Ainsi, aborder la thématique Littératies Académique, permet avant tout - mais non seulement – de questionner et d’interpréter les difficultés des étudiants en lecture et écriture- en déplaçant le centre de l'analyse vers les contextes dans lesquels écrivent ces étudiants et donc, la façon dont ils saisissent les univers culturels inhérents aux différentes disciplines
Concevoir les écrits de l'enseignement supérieur en tant que genres discursifs présuppose donc prendre en compte l'utilisation réelle de la langue en contexte et passe par une réflexion sur de nombreux axes thématiques inscrits dans l'univers des Littératies. Les littératies académiques multimodales peuvent, ainsi, être comprises comme des pratiques culturelles auxquelles sont associées les capacités permettant de procéder au traitement de différents textes, en différentes langues, en différents supports, en espaces différents, en conditions temporelles variées, en diverses situations.
Partant de ces hypothèses et des exigences en matière de littératie académique, la pratique habituelle de centrer l'intervention de l’enseignant sur le domaine du contenu spécifique s’avère insuffisante face aux diverses difficultés – issues non seulement de la composante linguistique (orthographique, lexicale, morphologique, syntaxique ...), mais surtout, de la compétence référentielle en articulation avec le domaine de spécialité des étudiants et des compétences discursive et pragmatique (en rapport au contexte et à la culture académique) considérées dans une dimension plurisémiotique. De ce qui précède, nous ne pouvons que constater l’évidente nécessité d'un enseignement plus systématique de la spécificité linguistique et discursive des genres - ainsi que la formulation d’un questionnement quant à la forme de réalisation de cet enseignement et des instances responsables dans les institutions de l'Enseignement Supérieur.
Dans le contexte portugais, et compte tenu de l’accroissement des cours post-universitaires (Masters et doctorats), cette question a été abordée en de nombreux séminaires et autres cours.
En ce sens, il est important, d'une part, de partager et diffuser les études et les pratiques jusqu’ici mobilisées afin de décrire les difficultés des étudiants et d'identifier aussi bien les points critiques que la manière positive de les analyser.
Ainsi, seront bienvenus les articles abordant une problématique et/ou des études empiriques sur
• Les différences entre les pratiques d'écriture des étudiants et les exigences de l'écriture académique;
• La description des genres les plus communs dans l'enseignement supérieur (thèses, monographies, rapports, projets ...);
• L'analyse de certaines pratiques discursives auxquelles les étudiants sont exposés (portfolio, présentations multimédias, réflexions ...);
• Les caractéristiques discursives du discours scientifique (polyphonie, citation des voix d'auteurs, construction de la voix de l’étudiant dans le texte, reformulations, résumés, paraphrases, paraphrases de schémas ...);
• Analyse de productions d’étudiants, en fonction du contexte;
• Autres articles se révélant d’intérêt du point de vue, de la conceptualisation du domaine des Littératies Académiques Multimodales ou de l'émergence de méthodes d'enseignement et de l'analyse des (genres de) textes académiques.
Délais- Remise des articles : 1 juillet 2011
Information sur l’acceptation des articles : 15 juillet 2011.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Vagamente auto-retrato e vagamente à maneira de Noronha da Costa
Os blogues são narcisistas por natureza, não é (cf. artigos sobre blogues) ?
Este fim de semana resolvi brincar com tintas e telas. Foi este o resultado.
«Vagamente auto-retrato e vagamente à maneira de Noronha da Costa».
Noronha da Costa que me desculpe.
Este fim de semana resolvi brincar com tintas e telas. Foi este o resultado.
«Vagamente auto-retrato e vagamente à maneira de Noronha da Costa».
Noronha da Costa que me desculpe.
Concurso, criatividade e direitos de autor
Está aberto concurso no âmbito do Grande © que é « um projecto promovido pela AGECOP – Associação para a Gestão da Cópia Privada, dirigido às escolas do Ensino Secundário e 3º Ciclo. Este projecto tem como principal objectivo a educação, sensibilização e literacia do público mais jovem no que respeita ao Direito de Autor e aos Direitos Conexos».
Um exemplo de vídeo disponível com conselhos:
Um exemplo de vídeo disponível com conselhos:
Avaliação de Professores 2
A filha de uma amiga minha que está no 5º ano de escolaridade contou-me que «tinha avaliado os professores:
- Então e como foi?
- A Directora da Turma perguntou-nos quanto dávamos a cada professor e nós… fomos dando. A Professora de Português teve muito bom, com 27 votos… a professora de EVT não teve nenhum voto e ficou furiosa connosco».
Sem comentários!
Sempre pedi aos estudantes que escrevessem comentários às minhas aulas . E sempre aprendi com esses comentários. E nem sempre eram favoráveis. Muitas alterações que fiz nas minhas aulas deveram-se a esses papéis. Agora há fichas on line.- anónimas. Se combatemos as cartas anónimas como é que propomos que a avaliação dos professores seja feita de forma anónima? Onde está a responsabilização de uns e de outros?
As fichas na minha anterior instituição tinham cinco colunas, pelo que , como os itens custam a ler… «coloca-se a cruz no meio».
Como nos últimos tempos não há faltas, os alunos não assíduos podem avaliar a assiduidade dos professores… e adoptando o discurso de aluno: « aqui até dou 2».. Nos materiais disponíveis… «Ah .. há plataforma na Unidade Curricular…nunca acedi… mas como não acedi, dou 3» «No programa… mas há programa? Foi dado na aula, está no site da Escola, está na plataforma… não li, mas vou responder à pergunta se a matéria dada corresponde aos objectivos». E assim sucessivamente.
Depois há que ter em conta o momento de preenchimento da avaliação. Os estudantes que fizeram a Unidade curricular por frequência e preencheram os papéis informais sobra a Unidade, já não preenchem a ficha. Estão em férias e, frequentemente, a trabalhar em restaurantes, supermercados, centros comercias… Os estudantes que vão a exame, que reprovaram, que não acompanharam a disciplina… esses preenchem. Não me posso queixar… mesmo esses alunos ainda me deram muitos 4 e 5.
Mas, curiosamente, as avaliações «informais» não coincidem com as «oficiais» em muitos aspectos. No entanto, são as oficiais que contam para a avaliação oficial do professor, dos cursos e das instituições!
Por isso o meu Uf!
Mas não é necessária uma avaliação. Claro, mas por avaliadores com legitimidade que consultem todas as partes. A avaliação de professores exige processos menos «moleculares» por parte de avaliadores legítimos.
_
Avaliação de Professores 1
Uf!... Aposentei-me já não vou ser avaliada! E, no entanto, fui avaliada pelo maître da Didáctica das Línguas – Robert Galisson- e por uma geração de excelentes professores e especialistas em Didáctica das Línguas, Ciências da Educação e Linguística Aplicada, no DEA, reconhecimento do mesmo, Doctorat de 3e Cycle, Doctorat Nouveau, equivalência em Portugal, Agregação, para não falar da formação inicial ou de estágio pedagógico.
Avaliei milhares de alunos, duas centenas de professores no acesso ao 8º escalão, dezenas no estágio pedagógico, alguns no PNEP, para não falar dos professores avaliados também em provas de Agregação, Doutoramento, Mestrado, CESE, cursos de formação complementar e especializada. Avaliei algumas dezenas de projectos.
Fui avaliada por quem tinha legitimidade para o fazer e creio que avaliei porque tinha legitimidade para o fazer. Por isso, independentemente de até poder não concordar com alguma crítica expressa nos relatórios, ter tido sempre muito respeito, consideração e admiração pelos meus avaliadores. Por isso, também, ter tido sempre o cuidado de respeitar os avaliados, sem nunca ter deixado de apontar os aspectos positivos e os negativos ( de justificar as boas notas como as reprovações).
E aqui está a questão… como se pode substituir a legitimidade dos avaliadores por fichas de ingredientes como se se tratasse de culinária básica ou melhor cozinha molecular? O conceito de legitimidade de Bourdieu é essencial em avaliação. Só pode ser avaliador quem tiver legitimidade. Os pares só muito raramente podem ser avaliadores - também para não levantar a questão do conflito de interesses . Também não pode ser avaliador um chefe sem legitimidade.
E por isso, não gosto do processo no Ensino Básico e Secundário –que por efeitos do PREC actual (Processo Revolucionário em Curso para quem não era nascido em 1975 – reinventado) se foi distanciando, cada vez mais, das visões «elitistas» que eu defendo. Elite de saberes, de competências, de atitudes, bref de legitimidade. O processo avaliativo gerou comunicação paradoxal nas Escolas com os efeitos que se estão a ver.
Também não gosto do processo do Ensino Superior em início: porque vai gerar comunicação paradoxal nas Escolas
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