segunda-feira, 14 de março de 2011

Observação de aulas- Análise das interacções

Numa aula de língua, podem distinguir-se três tipos de funções (Dabène):
informação, animação, avaliação.

Estas funções estão ligadas aos macro-actos de fala que fazemos quando falamos. Assim, falamos para contar, descrever, explicar, argumentar, prescrever.

Na aula, quer o professor quer o aluno têm de realizar enunciados que desenvolvam estas capacidades (não todos na mesma aula, mas ao longo do ano) têm de ter momento em que «praticam» estes macro-actos que, assim, podem ser considerados os objectivos comunicativos da aula de língua que podem ser estabelecidos em relação com as metas de aprendizagem.

Assim, o professor pode interrogar-se, no final da aula? Que fiz quando falei? E o aluno X que fez quando falou? Qual foi o objectivo comunicativo? Falou para contar, para explicar?...

Os estudos que têm sido feito sobre as interacções mostram que nas aulas, quer em termos de géneros de escrita (textos que os alunos lêem e produzem) quer em termos de oralidade, predomina o falar para contar (descrever integrado). Isso significa que a explicação e a verdadeira argumentação (não o achismo que se traduz por construções simples) que implicam a verbalização da noção de hipótese de causa e consequência, emprego de condicionais e conjuntivos, conjunções... ou a prescrição (é preciso que os alunos estudem..., se não fizerem...) são menos «praticados». Não é pois de estranhar, como se mostra no Relatório Gave, que em Matemática ou Ciências os alunos tenham dificuldade para compreender os enunciados dos problemas ou fazerem justificações.

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