terça-feira, 19 de outubro de 2010

Eye tracking, usabilidade e investigação em Educação

Os meus alunos sabem que não oriento teses sobre representações. Talvez por ter acompanhado a evolução do Ensino das Línguas sou defensora de uma abordagem accional. Estou um bocadinho farta de ver teses, monografias, projectos, relatórios sobre o que «as crianças pensam do Francês, do Inglês...», «Representação de pais, empresários...», «Representações sobre TIC, Quadros Interactivos Multimédia, Televisão, Moodle, Redes sociais...».
Já é tempo dos nossos estudantes em Educação centrarem a investigação na questão: «Que fazemos nós (adultos, crianças, adolescentes...) com os Média, com ...». »Quais as marcas de aprendizagem... com o dispositivo comunicativo x..».

Estive na 6ª feira numa demonstração dos equipamentos de Eye Tracking integrada no ETVCE 2010 - 1st International Conference on Eye Tracking, Visual Cognition and Emotion, na Universidade Lusófona.

E... se já estava convencida pelas leituras feitas, ainda mais convencida fiquei pela acção desenvolvida. Assim, verifiquei a facilidade com que com este dispositivo se podem fazer investigações para responder às seguintes perguntas:
« Que lê num texto escrito um leitor adulto (no caso)...Quanto tempo demora a ler uma frase, texto, página, em formato escrito...a resolver uma pergunta de um teste de usabilidade sobre um sítio Web...Que vê quando olha para rostos (olhos, boca). Lê o primeiro ou o 4ª rosto? Ou o 3º?

E que fizeram os outros 45 indivíduos submetidos ao mesmo teste minutos antes? E que fazem na China, na Austrália outros 45 indivíduos de outras equipas?

E que fazem crianças boas leitoras e más leitoras?

Para estas questões surgem de imediato todos os dados registados.


Mas interessa responder ao porquê?
Por que não soube responder à pergunta «quem construiu o Coliseu de Roma?» cuja resposta se encontrava num texto de 4 linhas? Por que saltei essa linha? E não saltei linhas no texto anterior?

É, nessa altura, que revindo as respostas e o meu traçado do olhar verbalizo( se souber) as minhas justificações (thinking aloud). E o registo do meu traçado do olhar e das minhas verbalizações continua a ser feito. E são mais dados que são recolhidos? E por que não «li» o primeiro rosto e fui primeiro ao 4º. Porque fui atraída pela alegria do rosto que estava no canto direito da «página». E posso, assim, continuar a minha investigação sobre «comportamentos não verbais» que iniciei no meu doutoramento com outras bases.

E posso comparar as diferentes verbalizações de x sujeitos submetidos a n testes na minha Escola, país no Mundo. Fazer estudos com variáveis como a idade, o sexo, a cultura... a partir da «leitura» de textos, de sites (por que razão sites tão «apelativos,amigáveis, interactivos» não são lidos/vistos?),de blogues, de imagens, de homens, de mulheres, de crianças (detectar pela expressão do rosto quando uma criança «tropeça» numa palavra, ver que não a fixa e eventualmente que não a verbaliza ou não), da televisão, da publicidade, de situações (intriga-me por exemplo como é feita a recepção de apresentações em power point, por exemplo, num auditório, mas isso fica para outro dia.

Enquanto procuro maneira de adquirir/ alugar equipamento (caro!) PROCURO equipa para integrar!

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