Blogue de professora de didáctica das línguas, de análise do discurso dos média, de comunicação, de mediaculturas... com «aulas virtureais»... e alguns desabafos.
terça-feira, 26 de abril de 2011
REDINTER- Intercompreensão
Acaba de ser publicado o nº 1 da Revista REDINTER- Intercompreensão, revista da REDINTER, rede temática da União Europeia. Dirigida, por designação da Redinter por mim (para o formato papel), da UIIPS do Instituto Politécnico de Santarém, e por Christian Ollivier (para o formato on line) da Universidade da Reunião. Esta revista é editada pelas quase 50 instituições do Ensino Superior que fazem parte do projecto, coordenado por Filomena Capucho, da Universidade Católica, Pólo das Beiras.A distribuição é assegurada pela Cosmos(apartado 82 -2140-909 Chamusca Portugal). A revista online vai estar disponível no sítio da REDE http://www.redinter.eu/web/
Homenagem a Maria do Céu Roldão
Estou satisfeita! Foi publicada uma colectânea intitulada «Um currículo de currículos» da Professora Maria do Céu Roldão, pela Unidade de Investigação do Instituto Politécnico de Santarém.
A decisão de publicar esta colectânea (e de outra) surgiu no programa da minha candidatura à direcção da UIIPS e até fui eu que dei o título... Na altura não estava a pensar em aposentar-me... e o livro acaba de sair com a nova Direcção da UIIPS, com o Professor Pedro Sequeira, a quem agradeço ter dado continuidade a este projecto.
Porquê publicar colectâneas de professores aposentados? Porque, quer os próprios queiram quer não, o seu pensamento faz parte do património das instituições a que estiveram ligados.
Porquê da Maria do Céu Roldão? Por ter sido professora do IPS durante13 anos e pelo facto de ter construído uma carreira científica com enormes implicações pedagógicas. Tive várias divergências com a Maria do Céu Roldão e, curiosamente, muitas estão explicadas pela Professora Isabel Alarcão - no Prefácio notável que escreveu: duas militantes, uma do currículo, outra da didáctica... tinham forçosamente de discordar em alguns momentos, mas, ao mesmo tempo, aprendiam uma com a outra - passe a falta de modéstia. Eu aprendi muito contigo, como muitos alunos e professores deste país aprenderam. Em nome dos alunos e dos professores que foram teus alunos, muito obrigada por teres disponibilizado os teus textos para o IPS e para a UIIPS, até porque estariam para ser publicados por outra instituição.
A capa deste livro, do pintor José Manuel Soares, docente da ESE do IPS, é um fragmento ou melhor, um «sopro», na minha perspectiva - e também fui eu que a encomendei, passe a modéstia - de «Arlequim, um mestiço de culturas» deste pintor. Um bocadinho de história ajuda a perceber as metáforas. Foi este o título que fui buscar a Michel Serres para encomendar, também, a José Manuel Soares uma obra que representasse o IPS numa exposição do Ensino Superior Politécnico, em 1997.
Arlequim começa por ser uma personagem da comédia italiana que faz divertir o público, para se transformar posteriormente numa personagem espiritual, sensível e com profundidade dramática, sem perder o Humor: Arlequim, vestido de várias peças, capaz de transformação, com rigor, sensibilidade e humor. As peças coloridas encontram-se no quadro, compondo o conceito de puzzle. José Manuel Soares, além do conceito de diversidade expresso através do puzzle, do colorido, retomou em palimpsesto, a representação do homem de Vitrúvio de Leonardo da Vinci e com essa representação as metáforas da construção, da articulação de temporalidades, de transformação, de harmonia, de confiança nas descobertas do Homem. De Vitrúvio deriva o conceito de rigor, de equilíbrio, de construção. Leonardo da Vinci, escultor, arquitecto, engenheiro, pintor, físico, matemático, investigador em anatomia, organizador de festas, em resumo investigador, cientista, artista, inventor, um mestiço de culturas. Para Michel Serres, o cidadão do futuro é um mestiço de culturas humanística, científica, tecnológica, artística. É essa a missão do Ensino Superior: «formar mestiços».
A UIIPS apropriou-se desta representação pictórica no seu logótipo (de José Manuel Soares, claro!:) Construção transformação, equilíbrio, rigor, qualidade estética, harmonia, confiança, diversidade, versatilidade, profundidade, mestiçagem ou interdisciplinaridade.
Nesta capa do livro da Maria do Céu, está também um «sopro » do «currículo» da Maria de Céu: rigor, equilíbrio, versatilidade, mestiçagem de culturas, confiança no futuro, na transformação, humor e prazer nas festas...
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Todos os professores são professores de Português
Consideramos geralmente que os trabalhos do Conselho da Europa se destinam às línguas línguas estrangeira. Ora La Platforme de ressources et de références pour une éducation plurilingue et interculturelle tem materiais importantíssimos não só como para línguas estrangeiras, segundas, minoritárias, mas também para a língua materna enquanto disciplina escolar e língua materna nas outras disciplinas escolares. Chamo a atenção para os artigos sobre os discursos de História e Ciências experimentais de Jean Claude Beacco e Helmut Vollmer respectivamente.
O quadro geral é traçado neste texto:
Langue et matières scolaires Dimensions linguistiques de la construction des connaissances dans les curriculums
Jean-Claude Beacco, Daniel Coste, Piet-Hein van de Ven et
Helmut Vollmer
Document préparé pour le Forum politique Le droit des apprenants à la qualité et l’équité en éducation
– Le rôle des compétences linguistiques et interculturelles
Genève, Suisse, 2-4 novembre 2010
Division des Politiques linguistiques.
Neste documento, a questão das línguas é vista numa perspectiva geral de educação plurilingue e pluricultural, como se pode ler:
«on pose donc que la construction des connaissances dans les différentes matières dépend largement d’une meilleure maîtrise des discours scientifiques, artistiques et techniques produits dans la langue de scolarisation. Or, souvent, soit cette langue est réputée commune et supposée transparente, soit la spécificité des discours scientifiques est ramenée au seul lexique spécialisé. Nombre d’élèves – et tout
particulièrement une bonne part de ceux issus de milieux défavorisés - rencontrent des difficultés d’apprentissage qui tiennent non seulement au fait que leurs savoirs spontanés se trouvent en décalage avec les connaissances à acquérir, mais aussi à ce que leur répertoire discursif (les genres qu’ils connaissent et pratiquent) ne comporte pas - ou ne comporte que peu - de genres relevant des discours scientifiques (...)Valoriser et élargir les répertoires langagiers des apprenants et accroître leur maîtrise de nouveaux genres de discours est une des finalités de l’éducation plurilingue et interculturelle».
Como se pode ler no relatório do Gave já referido neste blogue, muitas dificuldades dos alunos do ensino secundário nas provas de Geologia ou de Matemática estão no domínio da língua materna. Para não falar de dificuldades de alunos do Ensino Superior!!!
É por isso que me parece que estes textos são de leitura obrigatória para todos os professores do Secundário. E talvez do Superior...
O quadro geral é traçado neste texto:
Langue et matières scolaires Dimensions linguistiques de la construction des connaissances dans les curriculums
Jean-Claude Beacco, Daniel Coste, Piet-Hein van de Ven et
Helmut Vollmer
Document préparé pour le Forum politique Le droit des apprenants à la qualité et l’équité en éducation
– Le rôle des compétences linguistiques et interculturelles
Genève, Suisse, 2-4 novembre 2010
Division des Politiques linguistiques.
Neste documento, a questão das línguas é vista numa perspectiva geral de educação plurilingue e pluricultural, como se pode ler:
«on pose donc que la construction des connaissances dans les différentes matières dépend largement d’une meilleure maîtrise des discours scientifiques, artistiques et techniques produits dans la langue de scolarisation. Or, souvent, soit cette langue est réputée commune et supposée transparente, soit la spécificité des discours scientifiques est ramenée au seul lexique spécialisé. Nombre d’élèves – et tout
particulièrement une bonne part de ceux issus de milieux défavorisés - rencontrent des difficultés d’apprentissage qui tiennent non seulement au fait que leurs savoirs spontanés se trouvent en décalage avec les connaissances à acquérir, mais aussi à ce que leur répertoire discursif (les genres qu’ils connaissent et pratiquent) ne comporte pas - ou ne comporte que peu - de genres relevant des discours scientifiques (...)Valoriser et élargir les répertoires langagiers des apprenants et accroître leur maîtrise de nouveaux genres de discours est une des finalités de l’éducation plurilingue et interculturelle».
Como se pode ler no relatório do Gave já referido neste blogue, muitas dificuldades dos alunos do ensino secundário nas provas de Geologia ou de Matemática estão no domínio da língua materna. Para não falar de dificuldades de alunos do Ensino Superior!!!
É por isso que me parece que estes textos são de leitura obrigatória para todos os professores do Secundário. E talvez do Superior...
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Pergunta para os jornalistas fazerem a candidatos a deputados...
Todos os candidatos a deputado deveriam fazer uma prova de acesso à carreira ou ter «cv relevante». Sugiro uma pergunta eliminatória:
Que lugar se deve atribuir ao Conde da Abranhos? Secretaria de Estado, Direcção Geral?
No artigo anterior cometi um erro. Digo que os «jotas» adquiriram competência comunicativa. Ora a competência comunicativa implica, para além das dimensões linguística, discursiva e sociocultural, a referencial. O que falta, muitas vezes, aos candidatos a cargos, daí o «discurso líquido»! Ou «pitoresco» com «cartolas de onde saem coelhos», «esqueletos nos armários». É certo que o Professor Marcelo de Sousa também terminou a sua intervenção com uma expressão figurativa inacabada que o espectador completou «quem se lixa é o mexilhão». Mas, primeiro, teve uma função pragmática, concluir uma perspectiva pessimista com algum humor e depois o Senhor Professor tem «legitimidade» para jogar com as palavras porque tem competências referenciais, socioculturais...
Que lugar se deve atribuir ao Conde da Abranhos? Secretaria de Estado, Direcção Geral?
No artigo anterior cometi um erro. Digo que os «jotas» adquiriram competência comunicativa. Ora a competência comunicativa implica, para além das dimensões linguística, discursiva e sociocultural, a referencial. O que falta, muitas vezes, aos candidatos a cargos, daí o «discurso líquido»! Ou «pitoresco» com «cartolas de onde saem coelhos», «esqueletos nos armários». É certo que o Professor Marcelo de Sousa também terminou a sua intervenção com uma expressão figurativa inacabada que o espectador completou «quem se lixa é o mexilhão». Mas, primeiro, teve uma função pragmática, concluir uma perspectiva pessimista com algum humor e depois o Senhor Professor tem «legitimidade» para jogar com as palavras porque tem competências referenciais, socioculturais...
Precisam-se bons economistas, engenheiros... e não jotas
Desabafo de professora e de cidadã!
Em 1975, tive uma turma com 32 alunos, os melhores e os piores alunos da minha vida profissional: juventudes MRPP, PC, PS, PSD, CDS... e outros de cujas siglas já nem me lembro. Os bons alunos tinham, uma cultura espantosa, liam tudo o que era proposto, e mais..., para poderem fundamentar as respostas. Os outros... limitavam-se a copiá-los. Os bons iam sempre às aulas... era um prazer! Mas, tinha de eliminar as respostas com que alguns, teimosamente, concluiam os testes: «e viva a classe operária!» e outros slogans do mesmo tipo. Depois, fui tendo «jotas» mais moderados, mas ... com um grande problema: fazem obstáculo epistemológico. Estão tão cheios de certezas que não ouvem e não percebem factos e saberes. Falta-lhes, na maioria, capacidade de se distanciarem. Não são capazes de distinguir o interessante do demonstrativo. Como não vão, muitas vezes às aulas ... colam os conhecimentos à pressa na memória. E, como tal, os resultados não são brilhantes. Como, normalmente, até são dirigentes associativos- e devo reconhecer a importãncia destes cargos no desenvolvimento de competências relacionais e comunicativas - têm direito a épocas especiais, em função dos diferentes regulamentos das instituições e vão fazendo exames... repetem, repetem ... até que saem licenciados...
Ora tanto quanto sei - o mundo dos professores é pequeno! - há por aí muitos maus alunos a «candidatar-se» a lugares de ministros. Que fizeram na vida? Foram alunos medíocres, poucos saberes adquiriram, não são especialistas de nada, ocuparam lugares na política quando andavam de fraldas, também não tiveram tempo para aprofundar nada...
Por favor, nesta altura os competentes têm obrigação de aceitar lugares! Sigam o conselho do Senhor Cardeal Patrirca!
Em 1975, tive uma turma com 32 alunos, os melhores e os piores alunos da minha vida profissional: juventudes MRPP, PC, PS, PSD, CDS... e outros de cujas siglas já nem me lembro. Os bons alunos tinham, uma cultura espantosa, liam tudo o que era proposto, e mais..., para poderem fundamentar as respostas. Os outros... limitavam-se a copiá-los. Os bons iam sempre às aulas... era um prazer! Mas, tinha de eliminar as respostas com que alguns, teimosamente, concluiam os testes: «e viva a classe operária!» e outros slogans do mesmo tipo. Depois, fui tendo «jotas» mais moderados, mas ... com um grande problema: fazem obstáculo epistemológico. Estão tão cheios de certezas que não ouvem e não percebem factos e saberes. Falta-lhes, na maioria, capacidade de se distanciarem. Não são capazes de distinguir o interessante do demonstrativo. Como não vão, muitas vezes às aulas ... colam os conhecimentos à pressa na memória. E, como tal, os resultados não são brilhantes. Como, normalmente, até são dirigentes associativos- e devo reconhecer a importãncia destes cargos no desenvolvimento de competências relacionais e comunicativas - têm direito a épocas especiais, em função dos diferentes regulamentos das instituições e vão fazendo exames... repetem, repetem ... até que saem licenciados...
Ora tanto quanto sei - o mundo dos professores é pequeno! - há por aí muitos maus alunos a «candidatar-se» a lugares de ministros. Que fizeram na vida? Foram alunos medíocres, poucos saberes adquiriram, não são especialistas de nada, ocuparam lugares na política quando andavam de fraldas, também não tiveram tempo para aprofundar nada...
Por favor, nesta altura os competentes têm obrigação de aceitar lugares! Sigam o conselho do Senhor Cardeal Patrirca!
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Logotipos Google
Os logotipos comemorativos da Google são geralmente espantosos, mas o vídeo de hoje dedicado a Chaplin é uma maravilha... e depois há as explorações pedagógicas... É por isso, pela constante imprevisibilidade dos materiais pedagógicos que tenho tanta pena de não estar a dar aulas, todos os dias. E ainda há professores que utilizam os mesmos materiais anos e anos! Não quer dizer que alguns documentos e, em algumas disciplinas, não sejam «imortais» (como os filmes de Charlot), mas, em mediaculturas, surgem todos os dias novos documentos, estabelecendo pontes entre as culturas eruditas e as culturas populares, entre o passado e o presente (de acordo com a própria designação de mediaculturas). O que implica que o professor altere planificações em função da imprevisibilidade dessas culturas.
Didactique du français langue étrangère
Grao Ediciones vient de publier trois ouvrages coordonnées para Carmen Guillén. Je suis en train de les lire pour présenter un compte-rendu, mais je vous laisse avec les présentations de l'éditeur et une invitation à la lecture.
«Didáctica del francés
En aquest llibre s'aborden els continguts metodològics i tècnics relatius als actes professionals de programar, intervenir i avaluar. S'ofereix un itinerari formatiu en 8 capítols, les unitats didàctiques dels quals, activitats, materials i recursos es tracten des de la perspectiva d'una planificació estratègica coherent.
Carmen Guillén Díaz, Juan María Supiot Ripoll, Carmen Vera Pérez, M. Luisa Villanueva Alfonso, Guillaume Gravé-Rousseau, Jerome Béliard, Evelyne Bérard, Jean Michael Ducrot
Francés. Complementos de formación disciplinar
Elements que componen el currículum de la matèria Llengua estrangera, Francès. S'ofereix un itinerari formatiu de 8 capítols que s'han redactat en francès per afavorir el tractament dels termes i nocions d'especialitat i garantir la seva utilització efectiva com a factor de desenvolupament i inserció professional docent.
Carmen Guillén Díaz, Christian Jean Puren, Magdalena De Carlo, Jean Michael Ducrot, Beatriz Mangada Cañas
Francés. Investigación, innovación y buenas prácticas
Llibre que aborda els continguts relatius a investigació, observació, experimentació i innovació, i ofereix un itinerari formatiu que aborda la problemàtica del desenvolupament del currículum en la seva dimensió de gestió i aplicació pràctica. Compagina el rigor científic amb una presentació pràctica.
Carmen Guillén Díaz, Gemma Sanz Espinar, Juan María Supiot Ripoll, Félix Núñez París, Juan Ángel Canal Diez, Clara Ferrao Tavares, Faouzia Messaoudi»
«Didáctica del francés
En aquest llibre s'aborden els continguts metodològics i tècnics relatius als actes professionals de programar, intervenir i avaluar. S'ofereix un itinerari formatiu en 8 capítols, les unitats didàctiques dels quals, activitats, materials i recursos es tracten des de la perspectiva d'una planificació estratègica coherent.
Carmen Guillén Díaz, Juan María Supiot Ripoll, Carmen Vera Pérez, M. Luisa Villanueva Alfonso, Guillaume Gravé-Rousseau, Jerome Béliard, Evelyne Bérard, Jean Michael Ducrot
Francés. Complementos de formación disciplinar
Elements que componen el currículum de la matèria Llengua estrangera, Francès. S'ofereix un itinerari formatiu de 8 capítols que s'han redactat en francès per afavorir el tractament dels termes i nocions d'especialitat i garantir la seva utilització efectiva com a factor de desenvolupament i inserció professional docent.
Carmen Guillén Díaz, Christian Jean Puren, Magdalena De Carlo, Jean Michael Ducrot, Beatriz Mangada Cañas
Francés. Investigación, innovación y buenas prácticas
Llibre que aborda els continguts relatius a investigació, observació, experimentació i innovació, i ofereix un itinerari formatiu que aborda la problemàtica del desenvolupament del currículum en la seva dimensió de gestió i aplicació pràctica. Compagina el rigor científic amb una presentació pràctica.
Carmen Guillén Díaz, Gemma Sanz Espinar, Juan María Supiot Ripoll, Félix Núñez París, Juan Ángel Canal Diez, Clara Ferrao Tavares, Faouzia Messaoudi»
terça-feira, 12 de abril de 2011
Catar livros
Novo site para crianças. Obrigatório para pais e profesores e para quem constrói sites para crianças
Empregabilidade, adaptabilidade e competência plurilingue
Os filhos dos meus amigos estão quase todos empregados. Uns em Portugal (por vezes em empresas internacionais), outros em Espanha, Alemanha, Inglaterra, Holanda, Alemanha...
Quais as razões?
A primeira será a capacidade de adaptação. Habituados a ver os pais sem horários, a andar de mala às costas, a ter de gerir orçamentos limitados, a comer sandes quando é preciso e quando há tempo para isso... adaptam-se facilmente a qualquer contexto.
Começaram, quase todos, a trabalhar quando começaram os cursos superiores. Com uma formação num sítio, outra noutro... foram acumulando habilitações no CV que, no final do curso, implicaram diferenças em relação a outros candidatos.
E sobretudo, além de falarem português sem dizerem «hades», «houveram formações«, «fizestes», que «as suas ideias vão de encontro à empresa»... Saberem que não podem tratar o superior hierárquico por você, que não podem passar a porta antes do chefe, que não podem ficar sentados quando o chefe está de pé... que devem vestir-se de acordo com o código vestimentar da empresa...
Têm competêcia plurilingue. Dominam o inglês sem problemas, mas falam outras línguas: francês, espanhol, alemão... e adquiriram cedo as capacidades para poder aprender outras línguas sem problemas (e fazer os exames correspondentes, em tempo limitado).
E outros alunos do ensino superior que conheço? Pedem traduções de inglês, de francês nem querem ouvir falar... «castelhano dá muito trabalho» e «português do Brasil parece diferente»... E os professores até lhes fazem as vontades! É assim que contribuem para a empregabilidade?
Escola fácil, vida difícil, escola difícil vida fácil ... retomo Valadares Tavares.
Quais as razões?
A primeira será a capacidade de adaptação. Habituados a ver os pais sem horários, a andar de mala às costas, a ter de gerir orçamentos limitados, a comer sandes quando é preciso e quando há tempo para isso... adaptam-se facilmente a qualquer contexto.
Começaram, quase todos, a trabalhar quando começaram os cursos superiores. Com uma formação num sítio, outra noutro... foram acumulando habilitações no CV que, no final do curso, implicaram diferenças em relação a outros candidatos.
E sobretudo, além de falarem português sem dizerem «hades», «houveram formações«, «fizestes», que «as suas ideias vão de encontro à empresa»... Saberem que não podem tratar o superior hierárquico por você, que não podem passar a porta antes do chefe, que não podem ficar sentados quando o chefe está de pé... que devem vestir-se de acordo com o código vestimentar da empresa...
Têm competêcia plurilingue. Dominam o inglês sem problemas, mas falam outras línguas: francês, espanhol, alemão... e adquiriram cedo as capacidades para poder aprender outras línguas sem problemas (e fazer os exames correspondentes, em tempo limitado).
E outros alunos do ensino superior que conheço? Pedem traduções de inglês, de francês nem querem ouvir falar... «castelhano dá muito trabalho» e «português do Brasil parece diferente»... E os professores até lhes fazem as vontades! É assim que contribuem para a empregabilidade?
Escola fácil, vida difícil, escola difícil vida fácil ... retomo Valadares Tavares.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Communication non-verbale
Le blog de Guy Barrier sur la communication non verbale me semble important à suivre. Par exemple le post sur l'étude sur le regard des politiciens. Et pour les politiciens qui aiment être regardés comme José Sócrates...
Eye tracking e Google Instantâneo
Um estudo que recorre à metodologia de eye tracking mostra que a rapidez nos processos nem sempre é geradora de receitas. Pelos vistos com Google Instant fazemos pesquisas mais rápidas mas não vemos os anúncios geradores de receitas.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Didactique de l'internet?
Regardez des suggestions dans Did@cTIC- Langues de l'Université de Salzbourg et Commission Européenne.
Planifier un cours en français
Je n'aime pas beaucoup les présentations décontextualisées, mais je dois dire que cette planification d'un cours Faire faire en classse de français est très claire. Avec PREZI que je n'apprécie pas beaucoup. On ne voit pas des références au CECRL, mais il s'agit d'une bonne déclinaison de cet outil du Conseil de l' Europe.
Cultura partilhada - Culture partagée
Dans le numéro des 146 des ELA que je dirige avec Jacques da Silva, nous établissons des relations entre les cultures et les médias.
Cette désignation de culture partagée est de Robert Galisson et pour comprendre les médiascultures (Magret et Macé) elle nous semble essentielle. De même pour l'organistation de la classe de FLE aujourd'hui.
No blog, Aula de português (et) de Français propomos a exploração pedagógica de um dos exemplos publicitários que consideramos mais bonitos: O Peageot... e «Le baiser de l'Hotel de Ville» de Doisneau.
Ferrão Tavares. Escola e televisão: olhares cruzados, Plátano Editora
Cette désignation de culture partagée est de Robert Galisson et pour comprendre les médiascultures (Magret et Macé) elle nous semble essentielle. De même pour l'organistation de la classe de FLE aujourd'hui.
No blog, Aula de português (et) de Français propomos a exploração pedagógica de um dos exemplos publicitários que consideramos mais bonitos: O Peageot... e «Le baiser de l'Hotel de Ville» de Doisneau.
Ferrão Tavares. Escola e televisão: olhares cruzados, Plátano Editora
«Subscrevemos facilmente a seguinte afirmação de L. Porcher : «Les cultures sont toutes par définition, métissées, produites par un mélange, résultat d’une mixité» (1994: 180). Deste modo, uma cultura é um conjunto de culturas e cada geração adopta práticas culturais diferentes. Pode falar-se de cultura dos jovens, culturas profissionais, culturas religiosas, mediáticas, tecnológicas, científicas, humanísticas, de culturas correntes, etnográficas ou partilhadas...
A cultura é o resultado de uma síntese. E esta síntese implica a memória. Factos do quotidiano ou dos media refrescam a nossa memória.
Já em 1962, E. Morin sublinhava esta síntese provocada pelos media, referindo que «la culture de masse est le seul terrain de communication des classes sociales». Quem viaja de táxi frequentemente sabe muito bem como esta afirmação corresponde à realidade.
Para melhor compreender o conceito de cultura e as suas implicações pedagógicas, parece-nos importante tecer algumas considerações sobre a noção de competência cultural, pois permite compreender não só os media, mas também a diversidade cultural da escola e da sociedade. O conceito é definido por G. Zarate como «un savoir faire interprétatif» e por L. Porcher como «la maîtrise d’un système de classement». A aquisição da competência cultural não passa, pois, apenas pela acumulação de conhecimentos. A competência implica certamente conhecimento, mas também a capacidade de classificar, de compreender, de interpretar as diferentes culturas, as ditas «eruditas» e as culturas antropológicas em geral, as práticas sociais, as mentalidades, os sistemas de valores. Ora, a televisão tem um papel importante no desenvolvimento desta competência, fornecendo muitas vezes instrumentos de descodificação da cultura erudita.
Estas definições de cultura, de competência cultural, levam-nos a interrogar-nos sobre a seguinte questão: de que modo a televisão pode ajudar a escola e a sociedade a desenvolver estas competências?
A Televisão apresenta o fragmento, o mosaico. A Escola insiste muitas vezes na acumulação. Se as duas se encontrarem, a televisão pode fornecer instrumentos que reavivem a memória, que permitam a compreensão, o encontro. A escola pode fornecer instrumentos de contextualização, de estruturação desta cultura mosaico».
E agora, os exemplos estão na Internet! Vejam-se os palimpsestos na construção de publicidades, artigos...
Zonas de proximidade entre a Escola e os Media
Em a Escola e a televisão : Olhares Cruzados, Plátano Editora falamos de televisão, mas as considerações que se seguem são adaptáveis aos outros media. Colocamos «em evidência «zonas de proximidade» entre dois espaços de aprendizagem que, muitas vezes, estão de costas voltadas: a escola e a televisão., ou os media em geral. Ao adoptarmos este título, temos presente o conceito de «zona de desenvolvimento potencial» ou de «zona de desenvolvimento próximo»[1] desenvolvido por Vygostky. Este autor introduziu a distinção entre o que a criança consegue executar autonomamente – nível actual de desempenho – e o que ela não consegue realizar sozinha, mas que pode fazer desde que ajudada. Assim, a noção de zona de desenvolvimento próximo (ZDP) (1978) tem a ver com A distância entre o nível real de desenvolvimento, tal como foi determinado por uma resolução independente do problema, e o nível de desenvolvimento potencial, tal como foi determinado pela resolução do problema sob a orientação de um adulto ou em colaboração com pares mais capazes de o resolverem. (26) O conceito de Vygotsky põe, assim, em destaque o papel do outro como membro mais experiente, aquele que ajuda as crianças a atingir níveis de domínio e desempenho que, por si sós e sem ajuda, lhes seria mais difícil ou mesmo impossível conseguir. O funcionamento inteligente é, deste forma, mediado por ferramentas e sinais (a linguagem, os símbolos) que transformam as acções dos indivíduos. Vygotsky entende o desenvolvimento humano como uma responsabilidade colectiva. Dentro deste quadro de referência, a aprendizagem ocorrerá, portanto, num contexto social. Situando-nos na linha de pensamento reflectida na obra Pensamento e linguagem de Vygotsky (1986), acreditamos que «aquilo que a criança pode fazer hoje em cooperação será amanhã capaz de o fazer sozinha» (7). Construindo esta designação em palimpsesto sobre a designação de Vygostski, e tirando partido da evolução tecnológica, consideramos que o aluno pode ir mais longe no seu desenvolvimento graças à esola paralela que os media constituem. No entanto, o nosso objectivo não se circunscreve ao aluno. Pretendemos, também, que o professor desenvolva a sua zona de desenvolvimento próximo. Estas utilizações da televisão permitem o desenvolvimento de competências de recepção, de tratamento cognitivo, mas, ao mesmo tempo, tornam possível uma aproximação integrada dos meios linguísticos, do léxico, da gramática. Permitem, além disso, uma comparação entre factos de cultura que aparecem integrados, contextualizados. A televisão é uma base de dados e de documentos praticamente inesgotável e sempre actualizada. Certos programas destinados ao grande público podem contribuir para reforçar ou, ao contrário, para desmontar um certo número de estereótipos relativos às outras culturas. Seríamos mesmo tentados a afirmar que certos programas provocam transformações profundas a longo prazo e daríamos como exemplo as telenovelas brasileiras, que contribuíram para uma abertura, para a aceitação do outro, para a aceitação da diferença na sociedade portuguesa. Como conclusão, gostaríamos de sublinhar que os programas de televisão podem ser submetidos a uma dupla abordagem: sobre os conteúdos e sobre as formas de encenação desses conteúdos. Levar os alunos a procurar matrizes às quais obedecem os programas, a identificar os vários géneros televisivos, os esquemas formais, as formas culturais de estruturar os programas, mas também a interrogar-se sobre a sua maneira de ver televisão e a diversificar estratégias de ver televisão, são sem dúvida processos que eles poderão transferir para a compreensão do discurso da aula. A televisão serve de suporte, o aluno aprende com ela, não só conteúdos, mas maneiras de ver televisão, desenvolve capacidades, desenvolve atitudes críticas, desenvolve valores. A imprensa, como sublinha F. Mariet, «não matou o saber, como temiam algumas pessoas quando ela surgiu, mas modificou as condições de aquisição e de transmissão. A televisão provoca sem nós querermos modificações análogas, de igual importância» (1989: 216). Como é que a escola poderá desconhecer estas modificações?» |
[1] Esta tradução adapta-se melhor à nossa proposta. Ou adaptava, porque hoje utilizamos o termo «potencial».
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