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domingo, 1 de março de 2020

Décès de Robert Galisson: «Quand il est mort le poète» ...

Pour annoncer le décès de Robert Galisson, le 1er février 2020, en tant que son étudiante, j'ai cherché, dans « Des mots pour communiquer»  et dans «Dictionnaire de compréhension et de production des expressions imagées», des  expressions  moins douloureuses. Malheureusement, parmi les 13 expressions que Galisson propose, je n'en ai trouvé aucune.

Mais pendant deux jours, je n'ai laissé de chantonner «Quand il est mort le poète». Et finalement,  voilà un mot que ma mémoire m'a imposée  et qui définit, pour moi, Robert Galisson: un poète, même si j'ignore s'il a écrit des poèmes. Il savait lire ses textes comme s'il lisait  de la poèsie. En effet, il déclinait la dimension démonstrative de sa pensée didactologique dans une prose fort poétique. Et avoir eu l'occasion de l'entendre lire, sur fond de Mozart ses textes, dans un temps où il s'est laissé séduire par la suggestopédie, ou même,  dans la dernère rencontre didactique, où j'ai cru comprendre (ou plutôt craindre) que c'était la dernière fois que j'entendais sa voix, a été un énorme privilège.
     Il avait la sensibilité d'un artiste, d'un poète et il savait éveiller chez ses disciples cette envie d'être créatifs et de courir des risques. Francis Yaiche manifeste le sentiment de peine de le voir partir, parlant de la façon dont Galisson l'a incentivé à faire une thèse sur les simulations globales. Moi... quel directeur de recherche aurait accepté que je m'engage sur deux projets de thèse sur la communication non verbale? Aujourd'hui, il y a déjà des thèses dans notre domaine  qui s'intéressent à la multimodalité, mais à l'époque qui oserait s'engager sur cette «dimension» souvent «cachée» de la communication? Et bien un maître de la communication verbale, de «l'information»,  mais aussi un maître de la «relation». 

En  2002, dans le  numéro 10 de la Revue  Intercompreensão, à la suite d'un Colloque  en son hommage,  j'écrivais:

«Sa réflexion et son action sur le statut de la discipline «Didactologie des langues cultures», sa sensibilité à l'articulation entre langues-cultures, en s'interrogeant sur les différentes formes de culture qui contribuent à l'universalité de la culture des hommes, son côté militant contre toute forme d'intolérance, son acceptation de l'innovation, son enthousiasme généreux dans les relations humaines, son respect vis-à-vis  des autres, son extrème lucidité et modéstie font de Robert Galisson l'exemple du maître  que les étudiants aiment suivre. Et l'ami que l'on aime avoir».





En 2016, avec Jacques Cortès et d'autres auteurs, la revue Synergies Portugal a voulu rendre hommage à Robert Galisson. J'ai voulu montrer dans mon article ce que la formation des enseignants de français ( FLE) au Portugal  ou plutôt  des langues (D-DL-C) doit à Robert Galisson.


«Adieu Monsieur le Professeur»! On ne vous oubliera jamais puisque vos ouvrages seront dans  nos bibliographies et l'image de votre cape (comme disait Teresa Sousa qui souhaitait qu'elle vous protège) nous accompagne. À suivre une bibliographie sélective  de Robert Galisson,  destinée à la formation des   enseignants portugais (et autres).

domingo, 2 de junho de 2019

Michel Serres no Instituto Politécnico de Santarém

No momento em que  o filósofo francês Michel Serres nos deixou, convirá  prestar-lhe homenagem. A memória é fundamental para compreender as instituições e preparar o futuro das mesmas. Michel Serres nunca esteve no IPS. Mas, o IPS deve-lhe muito. Os conceitos que elaborou estiveram ou estão presentes nos documentos programáticos de diferentes  unidades. Não sei se todos se lembrarão e identificarão  o autor de alguns conceitos, mas é minha obrigação enquanto docente do IPS associar-me a todos os que, hoje, escrevem sobre o grande Filósofo francês.

Michel Serres  também  esteve presente nos meus programas de unidades curriculares e  na organização das minhas aulas, como ex-estudantes se lembrarão. Também inspiraram a pintora Antígona que irá apresentar, em setembro, na Galeria da Câmara Municipal de Almeirim, uma exposição intitulada «Mestiçagem de culturas». Mas essas dimensões serão abordadas em outro post.

Aqui, é da sua «presença» no IPS, em vários momentos, alguns apagados, como o projeto de Escola Superior de Saúde que coordenei, enquanto Vice-Presidente do IPS. No projeto desta Escola, que viria  a conhecer um caminho diferente do que estava traçado e que desconheço, as tele-medicinas cruzavam-se com saberes humanísticos, artísticos e científicos... Espero que  este cruzamento, ainda, seja uma prioridade da nova Escola, dada a necessidade de formar «mestiços de culturas» científicas, tecnológicas, mas sempre com a dimensão humanística, em Saúde.

Há outros momentos em que Michel Serres foi convocado na história do IPS.  Por exemplo, no Anuário do IPS de 1999-2000,  que coordenei.  Mas o filósofo francês foi  sobretudo convocado por um pintor do IPS, José Manuel Soares, pintor e professor da ESE,  que criou uma metáfora  visual de «Arlequim: um mestiço de culturas». O IPS  deveria ser esse «Arlequim».  O  trabalho original deve, possivelmente,  encontrar-se no Gabinete da Presidência do IPS.     




Anuário do IPS 1999-2000


Como a minha memória  me pode falhar, o melhor, para reavivar a memória da Instituição,  consiste em reproduzir, aqui, o meu discurso de criação da Unidade de Investigação do Politécnico, enquanto Diretora desta Unidade, em 2010:


«Declaro o nascimento da Unidade  de investigação  do IPS: UIIPS
   
A Unidade de Investigação do IPS tem como conceito e missão  contribuir para a “produção e difusão do conhecimento, criação, transmissão e difusão do saber de natureza profissional, da cultura, da ciência, da tecnologia, das artes, da investigação orientada e do desenvolvimento experimental”, de acordo  com os estatutos do IPS, publicados no Diário da República, 2.ª série, N.º 214 de 4 de Novembro de 2008.
Na sequência  desta frase  dos Estatutos do IPS, a UIIPS adoptou  o conceito de «mestiçagem de Culturas», ou prevê-se que adopte porque o Regulamento não está aprovado ainda,  designação que resulta de um empréstimo lexical ao filósofo francês Michel Serres, na obra « Le tiers instruit».
Retomo então a frase de Michel Serres: «o  cidadão do futuro é  Arlequim: um mestiço de culturas : científica, tecnológica, artística, humanística».

Foi a partir desta citação que, em 1997, propus ao Senhor Presidente do IPS,  na qualidade de Vice- Presidente do IPS e coordenadora dos IP para a organização do Congresso sobre investigação, a encomenda  ao  pintor e docente deste Instituto José Manuel Soares de uma obra que retomasse a metáfora de « Arlequim, mestiço de culturas» do filósofo francês, desenvolvida em livro, publicado na altura, «Le tiers Instruit». Arlequim, que  começa por ser uma personagem da comédia italiana que faz divertir o público, para se transformar, no século   XVIII, numa personagem mais espiritual, sensível e com profundidade dramática, sem perder o humor.
Temos assim os conceitos de  Arlequim, vestido de várias peças, capaz de transformação, com rigor, sensibilidade e humor. As peças  coloridas encontram-se no quadro, compondo o conceito de puzzle  Foi por isso que gostei desta metáfora linguística e icónica.
Mas a maior  «transformação» foi operada pelo pintor José Manuel Soares que, além do conceito de diversidade expresso através  do puzzle, do colorido,  retomou, em palimpsesto, a  representação do homem de Vitrúvio   de Leonardo da Vinci. E já estamos a ver a articulação entre Roma, o Renascimento e os nossos dias: metáforas da  construção,  da articulação de temporalidades diferentes, de transformação, de harmonia, de confiança nas descobertas do Homem.  Vitrúvio, arquitecto romano - dele deriva o conceito de rigor, de equilíbrio, de construção. Leonardo da Vinci,  escultor, arquitecto, engenheiro, pintor, físico, matemático, investigador em anatomia, organizador de festas, em resumo investigador,  cientista, artista, inventor, um «mestiço de culturas». Assim, em palimpsesto, podemos encontrar nesta tela, reproduzida no Anuário do IPS de 1999-2000 do IPS que coordenei,    as metáforas da harmonia, da mestiçagem entre domínios do saber e artes, cultura, versatilidade e profundidade. Acho que devemos ao  Investigador, artista e professor José Manuel Soares uma salva de palmas pelo seu trabalho que constitui um marco na história do Instituto.
São todos estes conceitos que deverão caracterizar a UIIPS que se apropriou desta representação  pictórica: Construção transformação, equilíbrio, rigor, qualidade estética, harmonia, confiança, diversidade, versatilidade, profundidade, mestiçagem ou interdisciplinaridade.

São estes os nosso conceito de UIIPS e que estão  declinados no programa que propusemos ao Conselho Científico (eu e o Vice-Presidente Pedro Sequeira) e que iremos apresentar em seguida.
Promover a articulação entre culturas, do passado do presente, antecipar o futuro, aumentar a intervenção, contribuir para o desenvolvimento é esta a finalidade da UIIPS.  Dar visibilidade à investigação que tem  de estar na base da docência e da intervenção, passar da investigação individual ou de pequenas equipas  para redes de conhecimento; responder às necessidades de desenvolvimento da região e simultaneamente internacionalizar  a investigação são objectivos que  fazem parte desse programa.
(...)
Criar uma identidade, uma cultura de «mestiçagem de culturas» é a nossa grande dificuldade, mas,  simultaneamente, o nosso maior desafio. Todos somos funcionários do IPS, todos somos docentes das Escolas e todos somos investigadores da UIIPS. Esta é a partir de hoje uma  componente da nossa identidade. Da nossa parte, tudo faremos para a criar e desenvolver essa identidade. Contamos com todos».
Retirado do discurso de tomada de posse da Diretora e Sub-Diretor  da UIIPS, em 2010.
       
Neste momento em que o filósofo Michel Serres nos deixou,  presto , assim, a minha homenagem  emocionada, enquanto Professora coordenadora aposentada  do Instituto Politécnico de Santarém, a este  grande Mestre.

sábado, 6 de janeiro de 2018

Maria Emília Ricardo Marques: In memoriam e reflexões sobre a «memória» em Didática das Línguas-Culturas

Maria Emília Ricardo Marques: In memoriam


Terminei hoje artigo,em coautoria com Teresa Salvado Sousa, para publicação no número 5 da Revista Synergies Portugal, como forma de homenagem de ex-alunas e colegas à Professora. Maria Emília Ricardo Marques foi copresidente de Synergies Portugal e é da mais elementar justiça que as instituições que a ela estiveram ligadas e as pessoas que com ela aprenderam relembrem o seu legado para que as gerações mais novas o conheçam e não precisem de iniciar percursos sociológicos, literários, didáticos, de reflexão sobre efeitos das tecnologias a partir do «nada». Há um pensamento construído também em Ciências Sociais!

Desse artigo, sublinho o seguinte:

" Maria Emília concluait un article publié dans le numéro 1 de la revue Intercompreensão Revista de Didáctica das Línguas, sur le passé de l’enseignement des langues, avec le regret suivant « Il y avait autant de chemins ouverts.. et on a tant oublié ! (1990 :111) Or, on ne saurait oublier un parcours de scientifique et professeur comme celui de Maria Emília, exemple d’«un tiers instruit» (pour emprunter le titre de l’ouvrage de Michel Serres1995), métis de culture humaniste, artistique, scientifique et technologique!" 



Não vou, evidentemente, justificar a homenagem de Synergies Portugal a Maria Emília Ricardo Marques, nem referir o seu currículo ou as áreas em que foi pioneira. São tópicos desenvolvidos no artigo que será publicado em breve, mas gostaria  de remeter o leitor para um vídeo sobre Didática das Línguas.

Com todos os meios tecnológicos de que dispomos hoje, seria suposto que na Internet se encontrassem vídeos de qualidade didática, quer de apoio às aulas quer à formação de professores. Ora, paradoxalmente, quase não existe esta produção e os  materiais  produzidos nos anos 90 do século passado e na primeira década deste século não  foram atualizados. (Lamento, por exemplo, que vídeos de que sou coautora da Universidade Aberta (a convite de Maria Emília Ricardo Marques), sobre comunicação pedagógica e mediática, que acompanhavam os materiais produzidos para a disciplina «Os média e a aprendizagem» não tivessem sido objeto de atualização).


Na investigação para o artigo encontrámos um vídeo   de uma grande atualidade pedagógica (apesar das deficientes qualidades técnicas ou da desatualização do guarda-roupa, se atendermos às possibilidades de hoje), coordenado pela Professora Maria Emília Ricardo Marques que seria bom ser visto, até porque uma das autoras (Professora Helena Peralta) é coautora de documento de referência sobre a flexibilidade curricular seguinte:


CURRÍCULO DO ENSINO BÁSICO E DO ENSINO SECUNDÁRIOPARA A CONSTRUÇÃO DEAPRENDIZAGENS ESSENCIAISBASEADAS NO PERFIL DOS ALUNOS

Concluo esta mensagem com o convite para ver o vídeo  sobre o qual escrevi, com Teresa Salvado Sousa, o seguinte:

Une vidéo de la discipline Didáctica das Línguas Estrangeiras que nous avons redécouverte lors de la rédaction de cette conclusion est un exemple de la «définition» de Maria Emília proposée ci-dessus. Dans cette vidéo que Maria Emília a coordonné en tant que responsable de cette discipline, diffusée en 1990, par Universidade Aberta, la conception «plurilingue» de la didactique des langues est présente. La didactique des langues est commune aux différentes langues et la langue est indissociable de la culture. Par ailleurs, les documents authentiques, notamment de la vidéo, de la chanson, de la publicité sont proposés et insérés dans une perspective didactique. Une perspective communicative de la grammaire avec des exercices de conceptualisation est adoptée et justifiée. Le travail de projet visant l’autonomie est également explicité à partir d’échantillons de la communication en classe (Ricardo Marques et al.1990). Cette vidéo mériterait d’être refaite aujourd’hui avec d’autres moyens technologiques et communicatifs, le contenu didactique étant d’une actualité incroyable. C’est probablement l’une des lignes d’avenir que Maria Emília et les collègues qui l’ont accompagnée dans ce projet ont laissées. Les voies de l’avenir sont lancées… "
https://vimeo.com/user34119652/review/168768961/8998d50e4a



Ainda um comentário: hoje há muitas atividades propostas, até em manuais em formato digital, para exploração de canções, publicidades, BD, filmes, blogues... mas, muitas vezes, os autores «poupam» na conceptualização, na justificação para essas atividades. E, assim, estas aparecem como umas «pequenas brincadeiras para motivar alunos», sem uma visão integrada no desenvolvimento linguístico-cultural e comunicativo do aluno.  Até em congressos de associações de professores são propostas comunicações sobre diferentes suportes ou «documentos autênticos»... sem que os autores as justifiquem (nem sequer na  perspetiva comunicativa quanto mais na perspetiva acional)!

Com Maria Emília Ricardo Marques, no número 1 de Intercompreensão,  lamento:
«Havia tantos caminhos abertos... e tanto foi esquecido»!

Também a Revista Intercompreensão Revista de Didáctica das Línguas (Maria Emília Ricardo Marques pertencia à Comissão Científica)  foi esquecida. Ficou no número 16!
E, no entanto», o tema do número 15  (Abordagens plurais e multimodais) era bem atual...
Wook.pt - Intercompreensão - Revista de Didáctica das Línguas
https://www.wook.pt/livro/intercompreensao-revista-de-didactica-das-linguas/9857607

Ou... a leitura  do último número Literacias académicas multimodais parece justificar-se  quando se constata a dificuldade de escrita e apresentação oral de trabalhos académicos!
Intercompreensão n.º 16  Literacias académicas multimodais
http://edicoescosmos.pt/index.php?route=product/product&product_id=163~

Mas permitam que faça uma pergunta provocadora? Onde  está o nome de  Maria Emília Ricardo Marques (e de outros autores portugueses de referência) em programas de formação de professores ou de UC (disponíveis na Internet)? O de Galisson, de Porcher...? Perguntem a professores se conhecem estes nomes? Ou até...  se alguma vez ouviram falar do PNEP (2006-2009)?

Não é uma queixa pessoal, dado que, felizmente, ainda falo e escrevo... E é porque sempre falei que utilizo o blogue (e o Facebook  também) como meio para chegar a ex-alunos e colegas de todo o mundo. Vantagens das tecnologias na educação, campo em Maria Emília Ricardo Marques foi pioneira!



 


quinta-feira, 9 de junho de 2011

Referências do livro de Maria do Céu Roldão

Para quem lê este blogue no estrangeiro:
 Roldão, M.C. ( 2011). Um currículo de currículos: Maria do Céu Roldão. Santarém: Col UIIPS. ed. Cosmos. ISBN 978-972-768-358-7

Ed. Cosmos Apartado 82
2140-909 Chamusca
Portugal

Agradecimento... um professor também precisa de palmas!

Obrigada Pedro Sequeira e Marília, da UIIPS

Deram-me a possibilidade de me despedir feliz da  sala da ESE, onde tantas vezes estive com os meus alunos! Como dizia a Maria do Céu Roldão, sem alunos não há necessidade de professores e, ontem, ainda  vi alguns alunos meus e fiquei feliz, porque estão a acabar um percurso e a a iniciar um outro  que espero lhes  traga tantas alegrias como o meu e pude despedir-me deles - embora  os encontre também, até aqui!
E acho que, ontem, aprenderam  alguma coisa connosco, como alguns o disseram, mesmo num acto simbólico! Agora precisam de ler o livro!

Obrigada Céu por teres aceitado o nosso convite para ofereceres  à UIIPS uma amostra da tua Obra. Foi uma honra para mim,  na qualidade de Ex- Directora e "criadora" (com o Pedro) da UIIPS, contar com um livro simbólico. Abriu-se a colecção, ou melhor, o «currículo» da UIIPS com a marca de três mestres, no sentido que lhes deste ontem:  tu, Professora Doutora Isabel Alarcão (Prefácio) e Professora Doutora Helena Peralta (Leitura partilhada da Obra).

Um momento de aprendizagem que foi, também, a oportunidade de estar com colegas e alguns amigos.

Um desabafo bom!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Homenagem a Maria do Céu Roldão

Estou satisfeita! Foi publicada uma colectânea intitulada  «Um currículo de currículos» da  Professora  Maria do Céu Roldão, pela Unidade de Investigação do Instituto Politécnico de Santarém.
A decisão de  publicar  esta colectânea (e de outra)  surgiu no programa da minha candidatura  à direcção da UIIPS e até fui eu que dei o título... Na altura não estava a pensar em aposentar-me... e o livro acaba de sair com a nova Direcção da UIIPS, com o Professor Pedro Sequeira, a quem agradeço ter dado continuidade a este projecto.
Porquê publicar  colectâneas de professores aposentados? Porque, quer os próprios queiram quer não, o seu pensamento faz parte do património das instituições  a que estiveram ligados.
Porquê da Maria do Céu Roldão? Por ter  sido professora do IPS durante13 anos e pelo facto de ter construído uma carreira científica com enormes implicações pedagógicas.  Tive várias divergências com a Maria do Céu Roldão e, curiosamente,  muitas estão explicadas pela  Professora Isabel Alarcão -  no Prefácio notável que escreveu:  duas militantes, uma do currículo, outra da didáctica...  tinham forçosamente de discordar em alguns momentos, mas, ao mesmo tempo, aprendiam  uma com a outra - passe a  falta de modéstia.  Eu aprendi muito contigo, como muitos alunos e professores deste país  aprenderam. Em nome dos alunos e dos professores  que foram teus alunos, muito obrigada por teres disponibilizado os teus textos para  o IPS e para a UIIPS, até porque estariam para ser publicados por outra instituição.

A capa deste livro, do pintor José Manuel Soares, docente da ESE do IPS, é um  fragmento ou melhor, um  «sopro», na minha perspectiva - e também fui eu que a encomendei, passe a modéstia -  de «Arlequim, um mestiço de culturas» deste pintor. Um bocadinho de história ajuda a perceber as metáforas. Foi este o título que fui buscar a Michel Serres para encomendar, também, a José Manuel Soares uma obra que representasse o IPS numa exposição do Ensino Superior Politécnico, em 1997.  


Arlequim   começa por ser uma personagem da comédia italiana que faz divertir o público, para se transformar posteriormente numa personagem espiritual, sensível e com profundidade dramática, sem perder o Humor: Arlequim, vestido de várias peças, capaz de transformação, com rigor, sensibilidade e humor. As peças  coloridas encontram-se no quadro, compondo o conceito de puzzle.  José Manuel Soares,  além do conceito de diversidade expresso através  do puzzle, do colorido,  retomou em palimpsesto, a  representação do homem de Vitrúvio   de Leonardo da Vinci e com  essa representação as metáforas da  construção,  da articulação de temporalidades, de transformação, de harmonia, de confiança nas descobertas do Homem.  De Vitrúvio deriva o conceito de rigor, de equilíbrio, de construção.  Leonardo da Vinci,  escultor, arquitecto, engenheiro, pintor, físico, matemático, investigador em anatomia, organizador de festas, em resumo investigador,  cientista, artista, inventor, um mestiço de culturas. Para Michel Serres, o cidadão do futuro é  um  mestiço de culturas humanística, científica, tecnológica, artística. É essa a missão do Ensino Superior: «formar mestiços».

A UIIPS apropriou-se  desta representação  pictórica no seu logótipo (de José Manuel Soares, claro!:) Construção transformação, equilíbrio, rigor, qualidade estética, harmonia, confiança, diversidade, versatilidade, profundidade, mestiçagem ou interdisciplinaridade.

Nesta capa do livro da Maria do Céu, está também um  «sopro » do «currículo» da Maria de Céu: rigor, equilíbrio, versatilidade, mestiçagem de culturas, confiança no futuro, na transformação, humor e prazer nas festas...



Nonverbal communication (space) in classroom 1

D idática das línguas-culturas, supervisão e comunicação multimodal «Ver para crer» ou… ver para pensar, comunicar e agir in Paixão, F, Regi...