quarta-feira, 18 de maio de 2011

O discurso dos políticos

Ainda não encontrei discursos de políticos do mesmo dia. Mas, ao ouvi-los de forma ocasional, tenho a sensação de que Paulo Portas assume-se como «Eu», utiliza a modalidade deôntica (discuso prescritivo) e predominam verbos de acção, muitos no futuro; noção de quantificação, com numerais. Sócrates está a utilizar muito o discurso narrativo, muitos verbos de acção, mas demasiados tempos do passado, noção de quantificação. Passos Coelho anda enredado na modalidade apreciativa, muitos substantivos abstractos para a qualificação... e assumiu o «eu» de forma curiosa... em relação ao seu futuro ministro «Eu é que decido!» E que está na memória de todos nós... que figura de humorista? E onde estão os argumentos com substantivos concretos, números... as novas oportunidades são más, mas... com que argumentos justifica essa sua avaliação? E, na cultura, qual é a sua formação? Não encontrei nada na página do sítio do partido. Gostaria de saber. Discurso líquido ainda!

Não estou a gostar. O país continua com poucas expectativas em relação a futuros ministros com competências culturais (quem é o Conde de Abranhos, quem é ?), científicas, técnicas, relacionais - de todos os partidos.

1 comentário:

  1. Alguns dos seus posts desenvolvem em mim a curiosidade literária, artística e pedagógica. É sempre um desafio só tenho pena de não ter mais tempo.
    Não sabia que era o O Conde de Abranhos, mas agora já sei.
    Eça de Queirós foi o autor do Conde de Abranhos, publicado em 1925, a partir do Porto.
    O Conde é a personagem central da obra póstuma de Eça de Queirós intitulada Conde de Abranhos.
    A obra representa o político imbecil, oportunista e hipócrita.
    A personagem principal tem percurso ascendente, até momento em que trai o seu partido transitando para a oposição.É arrivista sem inteligência e sem escrúpulos.

    Arrivista: s.m. Ambição, desejo de alcançar bom êxito a todo custo

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