sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Des charmes (si) mystérieux des mots.




Un article de Nuno Crato (Jornal Expresso, le 30 décembre) m’a invité  à lire l’ouvrage de Nicholas Ostler «The Last Lingua Franca, English Until the Return of Babel».Je n’ai pas encore eu l’occasion de le lire, mais j’ai lu quelques commentaires sur sa vision prospective des langues.
Selon ce linguiste, la diversification des langues remplacera le monopole actuel de l’anglais. Je suis curieuse de savoir si le mot «intercomprehension» est utilisé par l’auteur ! L’explication, qui tient en compte l’histoire des langues, serait due, d’une part, à l’affirmation des identités nationales et, d’autre part, aux potentialités technologiques qui joueraient  le rôle  fonctionnel que l’anglais joue aujourd’hui.
J’ajouterais, de mon  modeste point de vue, que  cette diversification des langues ressort également du plaisir du voyage, d’évasion  qui caractérise notre société. Arrivant dans un pays étranger, nous avons généralement envie de reproduire les sons que nous entendons et de les répéter auprès des natifs. N’ayant pas la possibilité de voyager, le «charme mystérieux  des mots» (découvert dans mon cas  avec la lecture de Baudelaire  entre autres et en parlant français avec des touristes à Figueira da Foz) nous donne l’envie de dire ces mots.
Dans un ouvrage récemment publié, grand public, adapté au cinéma, «Mange , prie, aime» de Elizabeth Gilbert, la narratrice  quitte sa vie aux États-Unis  pour aller en Italie attirée  par des mots qu’elle résume dans le mot «attraversiamo». Et je cite  «Un mot qui n’a vraiment rien de spécial. Pourtant , pour une raison que je serais bien en peine d’expliquer, il me touche énormément… à mon oreille, c’est la combinaison parfaite des sonorités italiennes. L’attaque mélancolique du au roulement des consonnes, la caresse apaisante du s, et ce finale chantant, i-a-mo. J’adore ce mot p.
Le narrateur de «Le testament français», écrit en français par un écrivain russe  Andrei Makine s’est senti attiré pour le français grâce à une tante qui racontait son séjour en France. Il  a eu l’envie « inventer une langue inédite dont je ne connaissais que les deux premiers vocables : bartavelles et ortolans… », « cette langue qui dirait l’indicible ».

C'est probablement ce charme des langues et notamment du français qui m'a poussée à écrire en français (avec des fautes, certainement) aujourd'hui par exemple. 
Bonne année avec intercompréhension. 

(A Torre de Babel de Escher)



quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Power Point... e comunicação interpessoal

No estágio pedagógico dos ensinos básico e secundário, a primeira coisa que um estagiário aprendia era a expor recorrendo ao quadro, sem virar as costas ao aluno. Depois, o estagiário passou a aprender que não se olha para a projecção quando se usa o retroprojector e que se aponta para a projecção no próprio aparelho, entre outros aspectos.

Seria normal que, numa apresentação multimédia, o professor(investigador, aluno) soubesse que, também neste caso, não pode deslocar-se perigosamente de esferográfica em riste em direcção à superfície de projecção, virando as costas ao público. Este - que sabe além do mais o preço dos materiais - fica distraidissimo, interrogando-se «será desta que sai risco!!!».

O estilo «Serafim Saudade» - personagem de Herman José em outros tempos- também não é melhor! De comando nas mãos, o orador desloca-se aterafadamente diante do público.

Tive, recentemente, ocasião de ver exemplos destes dois estilos em colóquios...

Aliás, movimentar-se na sala, mostrar dinamismo.... parecem ser representações frequentes do que o bom professor deve fazer, como também tenho lido.

Mais uma vez...  algumas leituras de estudos sobre a comunicação interpessoal justificam-se. E que dizem autores como Goodwin, Slama Cazacu, Argyle...?
Quem ouve precisa também de ver, porque parte da mensagem está no gesto que acompanha o enunciado linguístico. E quem fala tem necessidade de ver o olhar do público, as inclinações laterais da cabeça (que demonstram atenção), os sorrisos - ou não... para saber se se deve deslocar no espaço, procurar um sinónimo, ou mudar o tom de voz.
Não é por acaso que as igrejas, os tribunais as escolas tinham um espaço para o orador falar. O modelo panóptico da comunicação pode implicar reforço do poder, mas tem também uma justificação interaccional. Quando o orador expõe, dá instruções, argumenta... lê um texto em voz alta... tem necessidade de se colocar num espaço onde seja visto por todos. O dinamismo é colocado na voz, no olhar, nos gestos e não nas deslocações. As deslocações acompanham a função de animação ou de avaliação individual correspondendo a outros momentos da aula.


Se viajarmos no passado à procura de estudos sobre a maneira de expor e de argumentar, recorrendo às componentes verbais e não verbais da comunicação, podemos chegar a Roma. Para Quintiliano, até as pregas da túnica tinham uma função comunicativa.

As tecnologias mudam, mas os princípios comunicativos não mudam assim tanto!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

iPad, PSP... e Natal

Comunicação interpessoal no Natal  sobre diferentes temas e com iPad e PSP . Poderia ser este o título da narrativa do meu Natal . Os meus sobrinhos receberam uma PSP (não confundir com GNR- PlayStation portátil). E, assim, acabei por criar um Tupi - Fui eu que dei o nome e a minha sobrinha aceitou, que bom! E, assim, nasceu um mamífero, a partir de um ovo!!! que tinha de ser aquecido e que se deslocava na toalha de Natal, graças à realidade aumentada. Entretanto, o meu sobrinho procurava, no meu vestido, uns bichinhos (Não eram pulguinhas, eram virtuais), mas... sem sucesso já que o meu vestido não era bem púrpura- condição necessária para, graças à realidade aumentada, ver o que o meu vestido realmente não tinha.

No iPad do meu filho, descobri  novas maneiras de fazer índices e de ler índices- em mosaico-  na aplicação da CNN para iPad. Tentámos caracterizar os nossos processos de leitura.

Ainda houve em simultâneo mensagens no Facebook e Twitter.

Quatro gerações... se não discutirmos  os «Ídolos», na televisão, não  falarmos sobre os cozinhados de Natal e não nos deslocarmos nos diferentes dispositivos tecnológicos, corremos o risco de não saber reinventar o Natal e a intercompreensão geracional. Quando dei este nome a uma revista não pensava nela  enquanto valor do Natal e de todos os dias.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Treino a distância no futebol

Também  Mourinho  e os jogadores de futebol vão deixar de ter férias. Acabo de ver na televisão uma reportagem sobre treino a distância. Também aqui, não é na tecnologia que está a dificuldade. Está na dimensão «pedagógica» e comunicativa do treino.

Ensino a distância

Sou uma adepta do blearning  desde 2006. Os meus alunos, na altura, foram  também os «YOU» distinguidos  como personalidades do Ano da «Time». Este blogue é o último dispositivo comunicativo que utilizo. Por exemplo, os alunos do Mestrado em Didáctica das Línguas- Culturas lêem aqui o artigo anterior -  tese sobre a ansiedade -   fazem resumos, na plataforma  Ninehub, de  artigos que  constam da bibliografa e, na próxima aula presencial,  vão analisar a tese, por exemplo. 

Alguns colegas perguntam-me como faço- eu imigrante digital- para ser fiel utilizadora e entusiasta. Primeiro, utilizo uma plataforma de acesso livre: Ninehub. Utiliza o sistema Moodle, mas não precisa de instituição.
Que faço na plataforma? Disponibilizo artigos meus, textos não disponíveis no mercado, textos não publicados.  Proponho hiperligações para artigos e para vídeos com práticas pedagógicas. Quando considero que têm interesse que ultrapassa os utilizadores da plataforma, coloco-os aqui.
Trata.-se de tarefas rotineiras sem nenhuma dificuldade técnica. Nos fóruns proponho tarefas que são realizadas semanalmente. Nos chat semanais faz-se a discussão dos artigos lidos e resumidos nos fóruns (Nas disciplinas de licenciatura até tinha fóruns de correcção de erros ortográficos à maneira tradicional!!!). Os chat servem para relacionar rapidamente dados: diferentes autores, definição de conceitos, articulação entre leituras, dúvidas sobre trabalhos, apresentação de exemplos... Os glossários servem para  o que servem os glossários- propor definições e criar auto-glossários...

As grandes dificuldades são, assim, de natureza comunicativa e pedagógica. Como organizar uma sequência pedagógica articulando  os diferentes dispositivos, como gerir, como avaliar, como ser rápido no chat nas avaliações sem gerar ansiedade (cf Mark Daubney)?
Como estar sempre disponível?
Como responder aos alunos que estão às 2, 3 da manhã à espera de respostas?
As disciplinas on-line não conhecem férias.Em Agosto tenho sempre muitas visitas na plataforma. Ainda tenho «alunos» matriculados em 2006.  Alguns  transferiram-se para aqui.
Portanto, os principais problemas são de gestão pedagógica e comunicativa e gestão das nossas próprias vidas!

Tese sobre a ansiedade em professores de língua estrangeira

Fui arguir a tese de Doutoramento de Mark Daubney subordinada ao título «Language anxiety in English teachers during their teaching practice», na Universidade de Aveiro, orientada pela Prof. Doutora  Helena Araújo e Sá. Dado tratar-se de trabalho defendido em provas públicas, vou partilhar, com os  inscritos que seguem os cursos da Universidade de Pasárgada,  algumas breves considerações sobre teses. A tese de Mark Daubney é uma excelente tese. E o que é uma boa tese?


Primeiro argumento: a relevância temática. Muitos trabalhos correspondem ao interesse imediato do investigador e não se  justifica  o investimento feito. Não é o caso. A ansiedade faz parte da «dimensão escondida da aula» e esta  é talvez tão importante como a face visível dessa mesma aula. Como é que a ansiedade de manifesta? Será «facilitadora» ou «debilitadora»? Na aula? Na formação de professores?

Em segundo lugar, e de acordo com a definição de Didáctica das Línguas-Culturas de R. Galisson, uma tese em Didáctica parte de uma problemática gerada num contexto. Foi o caso. Obriga à observação, à conceptualização. Foi o caso, também. E tem implicações. Trata-se claramente de uma investigação implicada.

Depois, exige-se um quadro teórico rigoroso que sustente a investigação a realizar nas diferentes fases e que vai sendo alargado nessas diferentes fases. O autor apresenta um ensaio sobre a ansiedade, as emoções, a comunicação notável - passagem obrigatória para todos os estudantes que se interessem por emoções.

Exige-se coerência metodológica -  entre o quadro teórico e o estudo empírico - neste caso.
 E que o estudo empírico adopte uma metodologia  que permita respeitar a natureza da problemática. O autor adoptou uma metodologia etnometodológica com permanência do local, durante muito tempo, e com diferentes tipos de dados: entrevistas, observação de aulas, de conversas, planificações... Horas e horas de transcrições.  Observações em stimulated recall protocols... Um corpus heterogéneo. Difícil.


Exige-se rigor na análise. As categorias que emergem na observação - neste tipo de metodologia - cruzam-se com as categorias de autores. A voz do autor dialoga  com as vozes convocadas no enquadramento teórico. O autor faz «falar os dados», relaciona-os, analisa-os.


Coerência e coesão são exigências de todos os trabalhos escritos. Os performativos discursivos (que dizem as operações cognitivas que realizou o autor e que  levam a operações de antecipação por parte do  leitor) são claramente expressas (Vamos em seguida sintetizar... desenvolveremos em seguida...), aos quadros seguem-se paráfrases, quadros claros, sínteses intermédias...

O aspecto documental está no quadro teórico e reflecte-se na bibliografia que deve ter os «clássicos» e referências actuais.

Foram alguns dos aspectos que salientei na tese. Com mais tempo, haveria a possibilidade de convocar mais autores ouvidos na primeira parte no estudo... mas essa é a continuação deste trabalho com publicações em revistas, apresentações em colóquios para que a formação de professores, os professores, os alunos, a aula de língua estrangeira ou outra sejam beneficiários do estudo desenvolvido com tanto empenho e dedicação.
Um exemplo a seguir...

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Personalidade do Ano da Revista Time

Não gosto da personalidade do Ano, mas, do mal o menos. As nossas sociedades construíram-se com base em valores. Como referi no artigo sobre «A rede social», o  inventor do Facebook -  que até utilizo...- é um «homem rápido» (cf David Lodge) que, a crer no filme, passou por cima dos colegas... mas ainda havia outros escolhidos com perfil  mais duvidoso. Esse facto é preocupante. Como é que os heróis de hoje são homens sem valores?  E quais os valores de quem os escolhe?

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Informação sobre Tenerife... e a praia aqui tão perto!

A Universidade de Pasárgada esteve fechada durante uma semana. Estive em Tenerife. Normalmente quando se fala de férias nas Canárias, torcemos o nariz.  «Lanzarote ainda escapa». Saramago, César Manrique, ... tornaram-na bem conhecida. O turismo não foi tão agressivo, não há tantos prédios...



(fotografia tirada na Fundação Cesar Manrique).

Há também Almodovar...



Mas quer a  Gran Canária quer  Tenerife,  ilhas muito diferentes,  são sítios óptimos e aqui tão perto.
A diversidade de paisagens é fabulosa, quer num caso quer no outro. Mas agora recém chegada de Tenerife, não posso deixar de salientar cidades como La Orotava e La  Laguna (património da Unesco) impecavelmente recuperadas. O Teide com os seus 3718  metros e a neve vê-se do mar (quando não está vestido de nuvens!) . Aliás saindo deste (Playa dos Cristianos - praia com areia vulcânica, claro, e água transparente) atravessa-se  uma paisagem verde (agora) de cactos e bananeiras. 10 Km depois é a vinha, depois os pinheiros, diferentes variedades e depois a diversidade  de rochas vulcânicas e chega-se à neve. Dos 25 graus da costa  até 5 graus na entrada do parque do Teide! Paisagens deslumbrantes  com  montanha,  vulcão,  mar (há sítios em que só há prédios, mas procuramos não os ver)!
Não falo das cidades mais conhecidas... demasiados prédios.
Temperaturas entre os 20 e os 25 graus... o mar entre 20-22 graus.


Um bom livro, caminhadas...  não é preciso mais nada.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Appel à collaboration- Projet «La verbalisation des émotions»


Dans la cadre d’un projet de recherche sur les littératies académiques multimodales (projet de UIIPS - Unidade de investigação do Instituto  Politécnico de Santarém ,en collaboration avec d’autres institutions, notamment Universidade Lusófona) nous  sommes en train de mettre en oeuvre un projet sur les ressorts des motivations pour les langues et sur  des effets des nouveaux dispositifs technologiques sur les apprentissages,  en nous appuyant  sur des études récentes sur les  verbalisations des émotions.
Nous aimerions élargir notre équipe à des chercheurs en Didactique des Langues, du Plurilinguisme… dans d’autres pays, souhaitant s’impliquer dans un recherche parallèle. Cette équipe devrait disposer d’équipement d’eye tracking  et d'autres techniques (cf posts sur  ce même sujet dans ce blog).
Au Portugal, des études ont été menées par  Universidade LusófonaANACOM et  par l'entreprise qui commmercialise la technologie  Tobbi et d'autres instituutions.  Aux États Unis, les premières études que j'ai connues ont été celles menées par Poynter Institut.

Et comment lit-on le même texte en français, portugais, anglais, italien? Quels sont les points de fixation du regard?




à suivre donc!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Revista Intercompreensão nº 16 - Literacias académicas multimodais


INTERCOMPRENSÃO 16
   A revista Intercompreensão, «clássica», tem  a partir deste número 16, uma nova vida pautada por uma edição renovada - da responsabilidade da Unidade de Investigação do Instituto Politécnico de Santarém – e pela existência de uma “publicação irmã” – Intercompreensão - REDINTER. Às mudanças institucionais que decorrem da criação de uma Unidade centrada na Investigação, acresce o interesse em alargar o âmbito e o público da revista.
Este primeiro número, desta nova série, coordenado por Clara Ferrão Tavares e Luísa Álvares Pereira,  ao centrar-se numa problemática muito actual e muito relevante do ponto de vista das transformações por que está a passar o Ensino Superior em Portugal – as Literacias Académicas Multimodais -, procura, assim, contribuir para a tematização de um campo que não tem sido objecto de grande reflexão entre nós, apesar da sua tradição em outros países.
Na realidade, quer nos Estados Unidos – Composition Studies -, quer em Inglaterra - Academic Literacies -, esta temática tem já ampla produção de conhecimentos, procurando-se em alguns países europeus dialogar com estes dois campos, no sentido de potenciar o conhecimento e contribuir, assim, para uma reflexão mais rigorosa e mais produtiva do ponto de vista da Leitura e da Escrita no Ensino Superior.
  No caso de Portugal, e tendo em conta que, com Bolonha, se reforça a autonomia do estudante, que realiza mais trabalhos académicos, a reflexão em torno das Literacias Académicas Multimodais tem emergido sobretudo motivada pela dificuldade que os professores diagnosticam nos seus estudantes em dominar a leitura e escrita de géneros académicos a que estão expostos neste contexto. Com efeito, para além dos aspectos referenciais dos géneros, estes requerem a gestão e proficiência em técnicas socioculturais, discursivas e linguísticas que os estudantes nem sempre dominam. Construir uma tese, uma monografia, um relatório, um projecto implica caracterizar, num primeiro tempo, os géneros discursivos que enformam esses tipos de trabalhos. Por estas razões se compreende que tanto se tem revelado difícil para os estudantes a aculturação a géneros académicos como também para os professores a orientação de todo este processo. Assim, a tematização em torno das Literacias Académicas tem permitido, antes de mais - mas não só - questionar a forma como podem ser interpretadas as dificuldades dos alunos na leitura e na escrita, deslocando o foco da análise para a relação com os contextos nos quais os estudantes escrevem e, logo, para a forma como estes são capazes de entrar nos universos culturais que as diferentes disciplinas exigem.
Conceber os escritos no Ensino Superior como géneros discursivos pressupõe, portanto, uma focalização nos usos reais da língua em contexto e passa por uma reflexão sobre muitos eixos temáticos que se inscrevem no universo das Literacias. As literacias académicas multimodais podem, assim, ser entendidas como práticas de cultura a que estão associadas capacidades de proceder ao tratamento de diferentes textos, de diferentes linguagens em diferentes suportes, em diferentes espaços, em condições temporais diversificadas, em diferentes situações.
Partindo destes pressupostos e das exigências em matéria de literacia académica, a prática habitual de centrar a intervenção docente no domínio de conteúdos disciplinares específicos tem-se revelado insuficiente face a dificuldades de vária ordem – derivadas não só da componente linguística (ortográfica, lexical, morfológica, sintáctica…), mas, sobretudo, da competência referencial em articulação com a área de especialidade em que os estudantes se situam e das competências discursiva e pragmática (em relação com o contexto e com a cultura académica), entendidas numa dimensão plurisemiótica. Do que foi dito se constata a necessidade evidente de um ensino mais sistemático da especificidade linguística e discursiva dos géneros – como também o questionamento dos moldes em que este ensino pode ser feito e em que instâncias das instituições de Ensino Superior.
   No contexto Português, e em virtude do aumento de cursos de pós-graduação (Mestrados e Doutoramentos), esta temática tem sido contemplada em muitos Seminários e outros Cursos.
    Neste sentido, importa, por um lado, partilhar e divulgar os estudos e as práticas que têm sido mobilizados, no sentido de descrever as dificuldades dos estudantes e de identificar tanto os pontos críticos como a forma positiva de os analisar. Assim, serão bem recebidos artigos que contemplem uma problematização e/ou estudos empíricos sobre:
·        As diferenças entre as práticas de escrita dos alunos e as exigências da escrita académica;
·         A descrição de géneros discursivos mais comuns no Ensino Superior (teses, monografias, relatórios, projectos…);
·        A análise de determinadas práticas discursivas a que os alunos são expostos (portefólios, apresentações multimédia, reflexões…);
·        As características discursivas do discurso científico (polifonia, citação de vozes de autores, construção da sua voz no interior dos textos, reformulações, resumos, paráfrases, paráfrases de esquemas…);
·        Análise de produções dos alunos, sempre enquadrada pela contextualização;
·        Outros que se revelem interessantes do ponto de vista, quer da conceptualização do campo das Literacias Académicas Multimodais, quer da emergência de metodologias de ensino e de análise dos (géneros de) textos académicos.

Prazos- Entrega de propostas- 1 de Julho de 2011
Informação  sobre aceitação de artigos- 15 de Julho de 2011

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Revue Intercompreensão- REDINTER: Appel à contribution


Appel à contribution pour le numéro 2 de la revue
 Intercompreensão- Redinter

 Pesquisa sobre a metodologia da intercompreensão
Numéro coordonné par Christian Degache et Clara Ferrão


Que sait-on des effets des choix méthodologiques en vigueur dans les approches se réclamant de l’intercompréhension ? Qu’est-ce que la recherche est en mesure d’apporter sur la question ?
Depuis une vingtaine d’années, de nombreux travaux ont été consacrés à la conception méthodologique, à l’analyse des stratégies et processus de compréhension ou à celle des interactions en situation pédagogique d’intercompréhension, alors qu’un nombre moins important de travaux se sont penchés sur une observation systématique des effets des choix méthodologiques.
Il est à ce sujet souvent question de « bonnes pratiques », sans que l’on sache réellement sur quoi se baser pour que telle ou telle pratique soit considérée comme « bonne ». Du reste, souvent, les arguments avancés ne sont pas nécessairement à mettre en relation avec l’efficacité pédagogique.
Le projet de ce numéro 2 de la revue Intercompreensão-Redinter est de contribuer, dans une perspective didactique, à combler ce déficit. Ainsi il s’agira ici de rassembler des études empiriques portant sur les effets des choix méthodologiques dans des situations d’enseignement/apprentissage orientés explicitement vers des objectifs affichés comme relevant de la didactique de l’intercompréhension, à l’écrit comme à l’oral, séparément ou conjointement.
Les travaux soumis devraient porter plus spécifiquement sur les modalités et les effets :
·         de la traduction endogène, c’est-à-dire produite par l’apprenant ou par le groupe : quand la lui/leur demande-t-on ? Sur quoi ? Dans quel but… ?
·         de la traduction exogène, c’est-à-dire proposée par autrui (enseignant, tuteur, pair…), natif ou non de la langue considérée : à quel moment est-elle proposée ? Où et pour quoi ?
·         des aides (écrites, orales, multimodales), délivrées ou mises à disposition de l’apprenant, ou encore utilisées à son initiative, pour soutenir ses processus réceptifs, y compris en situation d’interaction bi-plurilingue
·         de l’activité métalinguistique suscitée, c’est-à-dire de l’incitation à réfléchir sur les structures de la/des langue(s), qu’il s’agisse du lexique, de la morphologie, de la syntaxe, de la phonologie…
·         de la progression, ou autrement dit, des critères retenus comme prioritaires pour une augmentation progressive de la difficulté, par exemple l’introduction des différentes langues visées, le niveau de difficulté des documents et autres sources langagières, la diversification des genres textuels ou types discursifs…
Les auteurs sont invités à décrire les contextes d’enseignement concernés, que ceux-ci soient réels ou expérimentaux, en présentiel, à distance ou hybrides, ainsi que les démarches pédagogiques adoptées. Ceci avant d’aborder, à partir d’un corpus de données, la question des effets obtenus sur la connaissance et la maitrise de tel ou tel aspect linguistique, pragmatique, sociolinguistique, discursif, socioculturel… de la ou des langues visée(s), par exemple à travers une analyse de productions ou une analyse de discours (de la classe, en ligne…), ou encore à travers une analyse comparée des résultats obtenus avec différentes démarches (auprès de différents groupes comparables, auprès d’un même groupe avec différents matériels, dans différents environnements…).
Calendrier :
Les propositions d’articles devront nous parvenir sous la forme d’un court texte (une page maximum avec quelques références) avant le 31 janvier 2011.

Notification aux auteurs de l’acceptation ou non de leur projet de publication : 15 février 2011

Réception des contributions acceptées : 31 mars 2011

Relecture et mise au point des textes : 1er avril – 31 mai 2011

En fonction des impératifs et choix éditoriaux, les articles retenus seront publiés dans la version papier et/ou en ligne (voir ci-après). La publication de l’une comme de l’autre est prévue pour septembre.

Instructions :
Les articles définitifs devront :
1.    être entièrement anonymisés (pour transmission anonyme à deux membres du comité de lecture)
2.    respecter les « consignes aux auteurs » ci-après
3.    être envoyés par courrier électronique aux coordinateurs du numéro.

4.    être accompagnés d’un document séparé indiquant le titre de la contribution et le nom de/des auteur/s.


Consignes aux auteurs
Les articles soumis à la revue doivent être inédits et ne doivent pas dépasser 40 000 signes en tout (texte, graphiques, tableaux, bibliographie...) espaces blancs compris pour la version papier. Les articles plus longs devront être revus par leurs auteurs si une publication papier est souhaitée. Ils pourront toutefois être publiés sur la version en ligne.
Les articles seront accompagnés de 4 à 5 mots-clés et de deux résumés ne dépassant pas 700 signes, espaces vides compris. Mots-clés et résumés seront fournis dans deux langues différentes de la langue de l'article et appartenant à deux familles de langues différentes.
La direction de la revue ne peut être tenue responsable ni du contenu des articles ni des opinions exprimées.
Les articles seront soumis par courrier électronique au format rtf.


Présentation de la revue Intercompreensão- Redinter
La Revue Intercompreensão-Redinter est une revue internationale qui a vu le jour dans le cadre de Redinter, le réseau européen de l’intercompréhension, créé avec le soutien de la Commission Européenne. Ce réseau réunit 44 institutions qui travaillent ensemble au développement et à la diffusion de la notion d’intercompréhension. La revue est, en outre, née en articulation avec la revue Intercompreensão – Revista de Didáctica das Línguas, revue de dimension européenne créée en 1991 à l’Institut Polytechnique de Santarém.
Le réseau Redinter se positionne, tout comme la revue initiale, dans une optique de « dialogue entre les langues, les cultures, les nationalités et les différents acteurs didactiques » et se réclame d’une perspective actionnelle de l’enseignement / apprentissage des langues. Sa revue s’intéresse, par conséquent, à toutes les questions touchant aux approches plurilingues et pluriculturelles dans l'enseignement des langues et tout spécialement à la notion et à la didactique de l’intercompréhension.
La revue se présente sous deux versions :
a) Revue Intercompreensão – REDINTER. Revue papier, dirigée par Clara Ferrão Tavares de l’Instituto Politécnico de Santarém
b) Revue Intercompreensão – REDINTER en ligne, dirigée par Christian Ollivier de l’Université de la Réunion.
Les articles seront publiés en version papier et/ou en version en ligne en fonction des impératifs et choix éditoriaux. La décision revient aux directeurs de numéro.
Le Comité scientifique est constitué de :


·         Isabel Alarcão
·         Paolo Balboni
·         Elisabetta Bonvino
·         Michael Byram
·         Filomena Capucho
·         Edvige Costanzo
·         Daniel Coste
·         Christian Degache
·         Adriana Martins
·         Franz-Josef Meißner
·         Julio Murillo
·         Todor Shopov
·         Patrice Pognan
·         Manuel Tost.



Les articles envoyés à la revue et acceptés par les directeurs de numéro pour leur adéquation à la thématique visée sont évalués par le Comité Scientifique qui sélectionne ceux qui seront retenus pour publication et demande éventuellement des réaménagements aux auteurs.
Un comité de lecture réunissant des chercheurs de différentes langues sera chargé de la finalisation des numéros. Ce comité se réserve le droit d'effectuer de légères modifications en fonction de la mise en page.

Homenagem a Santana Castilho

Não me despedi do Professor e amigo, porque, há uns tempos, deixei de ler os seus artigos e a Covid impede-me de estar hoje com ele. Mas, vo...