Seria normal que, numa apresentação multimédia, o professor(investigador, aluno) soubesse que, também neste caso, não pode deslocar-se perigosamente de esferográfica em riste em direcção à superfície de projecção, virando as costas ao público. Este - que sabe além do mais o preço dos materiais - fica distraidissimo, interrogando-se «será desta que sai risco!!!».
O estilo «Serafim Saudade» - personagem de Herman José em outros tempos- também não é melhor! De comando nas mãos, o orador desloca-se aterafadamente diante do público.
Tive, recentemente, ocasião de ver exemplos destes dois estilos em colóquios...
Aliás, movimentar-se na sala, mostrar dinamismo.... parecem ser representações frequentes do que o bom professor deve fazer, como também tenho lido.
Mais uma vez... algumas leituras de estudos sobre a comunicação interpessoal justificam-se. E que dizem autores como Goodwin, Slama Cazacu, Argyle...?
Quem ouve precisa também de ver, porque parte da mensagem está no gesto que acompanha o enunciado linguístico. E quem fala tem necessidade de ver o olhar do público, as inclinações laterais da cabeça (que demonstram atenção), os sorrisos - ou não... para saber se se deve deslocar no espaço, procurar um sinónimo, ou mudar o tom de voz.
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Se viajarmos no passado à procura de estudos sobre a maneira de expor e de argumentar, recorrendo às componentes verbais e não verbais da comunicação, podemos chegar a Roma. Para Quintiliano, até as pregas da túnica tinham uma função comunicativa.
As tecnologias mudam, mas os princípios comunicativos não mudam assim tanto!
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