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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O Português e a aprendizagem em Ciências Naturais 3

Já procurei mostrar  que muitos  alunos revelam falta de competências linguísticas  ou mesmo comunicativas que estão implicadas nas aprendizagens em Ciências.
O facto de se tratar de um problema de competência plurilingue tem levado especialistas do Conselho da Europa a refletir sobre o assunto. Este é o documento específico para as Ciências.


N° 2
Eléments pour une description des compétences linguistiques en langue de scolarisation nécessaires à l’apprentissage/enseignement des sciences (fin de la scolarité obligatoire)
Démarche et points de référence
Helmut Johannes Vollmer

Existe versão em Inglês

No blogue, não vou evidentemente ter tempo para analisar  este documento, mas vou selecionar algumas passagens para que o leitor as possa cruzar com a rápida  análise feita do capítulo do Relatório Gave relativo às Ciências. 

(Não apareceu nenhum voluntário para as Ciências! Já apareceram para as Línguas!) 



«5.3.1. Catégories pragmatiques et cognitives

Les conventions formelles des genres de discours (c’est-à-dire les réalisations linguistiques et
structurelles de textes) peuvent être décrites au moyen de catégories qui ne relèvent pas de la
syntaxe de la phrase.
Il peut s’agir de catégories telles que les actes (ou fonctions) de langage ou, à un niveau plus élevé et plus abstrait, les fonctions discursives. Ces catégories analytiques appliquées aux textes (et aussi, ou alternativement, aux  processus cognitifs) doivent être considérées comme la représentation discursive des processus cognitifs et de leur réalisation linguistique (au sens de mise en scène), sollicitée pour l’élaboration ou l’exposition du savoir.
Les fonctions discursives déterminent simultanément les opérations cognitives et leur réalisation verbale ; elles sont à l’interface entre la connaissance et la verbalisation, et comportent des opérateurs (ou termes) tels que les suivants :
analyser
argumenter
évaluer
calculer
classifier
comparer
décrire/représenter
déduire
définir
distinguer
énumérer
expliquer
illustrer/exemplifier
induire/inférer
interpréter
juger/évaluer/apprécier
mettre en relation/confronter/recouper
nommer
esquisser
prouver
raconter
rapporter un discours
résumer
préciser [...]

Parmi ces nombreuses fonctions discursives, certaines sont d’ordre fondamental ou global, et
relativement distinctes pour ce qui est des opérations cognitives et des formes discursives impliquées
– ce sont les « macro fonctions ». D’autres peuvent apparaître et jouer un rôle dans plusieurs macros
fonctions – ce sont les « méso fonctions » et les « micro fonctions », que nous regrouperons sous le
terme « micro fonctions » pour les besoins du présent document.
Il faut ranger parmi les macro fonctions, au moins, les fonctions suivantes :
1. CHERCHER (fonction exploratoire)
2. DÉSIGNER (fonction indexicale)
3. DÉCRIRE (fonction référentielle)
4. RAPPORTER (fonction narrative)
5. EXPLIQUER (fonction descriptive)
6. DÉFENDRE (fonction argumentative)
7. EVALUER (fonction évaluative)
8. NEGOCIER (fonction interactive)
9. CRÉER (fonction créative)
(...)                                               

Parmi les nombreuses micro fonctions, on peut citer les suivantes :
Poser des questions
Interroger
Deviner
Identifier
Classifier
Catégoriser
Collecter
Sélectionner
Rapporter
Résumer
Présenter
Subdiviser
Contextualiser
Structurer
Contraster
Conjecturer
Prédire
Ces micro fonctions s’inscrivent à un niveau inférieur à celui des macro fonctions mais concernent
elles aussi, simultanément, les activités cognitives et verbales.

5.3.2 Fonctions discursives dans l’éducation scientifique
Toutes les macro fonctions mentionnées ci-dessus sont d’une grande utilité pour caractériser les
discours de l’éducation scientifique, tandis qu’au  niveau des micro fonctions, les sous-groupes
d’opérations et de processus cognitifs/discursifs n’interviennent que dans des contextes précis tels
que les suivants :
• rapporter (une expérience)
• classifier (des objets, des phénomènes, des processus)
• définir (un élément, une réaction, une notion comme l’énergie)
• représenter (des données textuelles ou matérielles)
• interpréter (des données générées ou préexistantes)
• mettre en parallèle et/ou en opposition (des données et des interprétations)
• déduire (des interprétations/conclusions à partir de données)
• justifier (des procédures choisies, des déductions, des décisions éthiques)
• intégrer (une observation ou un résultat dans un ensemble)
• soumettre à réflexion, mettre en balance (des arguments pour et contre...)
• [...]
Pour chacune de ces opérations, il est possible d’identifier les ressources linguistiques nécessaires à
sa réalisation, avec les variantes à prévoir d’un genre à l’autre. Il est probable que les expressions
(verbes, opérateurs verbaux) référant à ces opérations cognitives ont des équivalents dans toutes les
langues ; il devrait donc être possible d’en dresser des inventaires transposables (communs à
différentes langues ou différentes disciplines).p. 23, 24

Como primeira conclusão desta transcrição cruzada com uma leitura do Relatório do Gave  sublinho, por um lado, que os professores de Ciências têm de estar muito mais atentos à competência comunicativa (incluindo  a dimensão linguística) para ensinarem Ciências, por outro, que, nas horas de Português(aumentaram), poderia haver  uma distribuição que tivesse em conta o Português como matéria e o Português nas outras matérias...
Continua...
   



terça-feira, 16 de outubro de 2012

Um e-livro para o Português nas outras disciplinas. Convite!

Quando estou zangada (e estou tão zangada, magoada, incomodada, furiosa, irritada ... com os  governantes que procuro canalizar a minha revolta  para propostas.

E trata-se de uma proposta que faço. Poderia até ser um plano nacional, mas conduzido por que ministério? E até sou aposentada!

Então, com os meus recursos, não vou escrever um livro tradicional... Não vou pagar mais impostos! Vou dar o livro, ou melhor o e-livro, que vai nascer aqui antes de emigrar para os novos formatos.

Este livro resulta da minha experiência, neste caso de professora  de Línguas-Culturas,    que ao longo dos anos foi ouvindo os colegas «pois se eles não sabem Português como hão-de ler e escrever em História, Geografia, Matemática (é opcional, escrevo com maiúsculas)…».

Este comentário, glosado em muitas circunstâncias por vários atores, nos diferentes ciclos e níveis de ensino, aparece recentemente declinado no Relatório do Gave  sobre as provas do Ensino Secundário relativas a 2011 (já aparecia em relatórios anteriores). A incapacidade de muitos alunos para compreender enunciados, cronologias, mapas... ou redigir uma resposta mais elaborada é apontada em quase todos os capítulos.

Mas este comentário não é exclusivo do nosso sistema de ensino e tem merecido diferentes respostas nos diferentes países.

O grupo de peritos do Conselho da Europa, depois de ter centrado a sua ação no ensino das línguas estrangeiras, durante anos com implicações em  referenciais e programas para o Inglês, Francês, Espanhol, Alemão…, analisa hoje as questões das línguas numa perspetiva mais abrangente (integrando a língua materna), propondo a 

Plateforme de ressources et de références
pour l’éducation plurilingue et interculturelle

«La Plateforme a notamment pour objet de proposer des instruments de référence pour analyser et construire des programmes relatifs aux langues de scolarisation qui sont
  • enseignées comme matière, comme par exemple le polonais en Pologne, le suédois en Suède, l’allemand dans les écoles de la minorité allemande au Danemark...)
  • et utilisées pour l’enseignement des autres matières (mathématiques, biologie, histoire géographie...), comme le suédois en Suède, etc. ou comme les langues régionales ou minoritaires dans certains systèmes éducatifs...».

Nesta Plataforma estão muitos documentos que  poderão orientar ministros da educação, secretários de estado, diretores, autores de programas, de manuais, de provas de exame...

Porque a carga horária de Português aumentou, para quê? «Mais do mesmo»! E como ensinar hoje Francês ou Alemão... com as categorias da Terminologia Linguística que não é seguida nos outros países e... «un pronom démonstratif c'est quoi en portugais? Et les compléments? »

E estão explicadas as minhas motivações:   

Vou  refletir sobre as dimensões comunicativas da «construção de conhecimentos» nos curricula, neste blogue e no Facebook antes de chegar (ou ao mesmo tempo) ao e ou i- book (parece que terei de comprar um MAC!).    

Mas... e se fosse um projeto coletivo com colegas das Línguas e  também da Matemática, das Ciências, das Artes...? Há tantos colegas aposentados com conhecimentos, competências, experiências...

Procurem na Plataforma  (em Francês ou Inglês os « Éléments pour une description... en Sciences, Histoire, Maths,Littérature...  e os  descritores para  todas as  disciplinas...  

Aqui fica o convite... Aguardo respostas aqui...(é tão fácil comentar!) ou no Facebook




   


Nonverbal communication (space) in classroom 1

D idática das línguas-culturas, supervisão e comunicação multimodal «Ver para crer» ou… ver para pensar, comunicar e agir in Paixão, F, Regi...