quarta-feira, 1 de setembro de 2010

iPad: «A Relíquia» em formato ibook

Com o novo brinquedo digital iPad do qual desconfiava muito- ainda desconfio- fui ler, ou melhor, reler, «A relíquia» de Eça de Queirós. Na estante fui buscar um livro caído no domínio público, e por isso gratuito, graças a um projecto bem intencionado: Projecto Gutenberg.

Situação experiencial: uma esplanada, uma cadeira, um café e com o iPad na mão. Comecei a ler o ibook como quem lê um livro... pude aumentar a letra para não necessitar de óculos, folheei-o. Por vezes, passava várias páginas quando só queria passar 2 ou 3, mas a barra para passarem páginas situa-se no espaço em que eu habitualmente folheio o objecto-livro. Depois ...comecei a ler e- devo dizer- sem estranhar muito o objecto iPad (a não ser a versão de «A relíquia» em causa: tradução completamente adulterada, construção frásica sem ter a ver com a do Mestre, falta de acentos...). Como não existe dicionário em Português, fiquei em dúvida sobre o sentido de algumas palavras e carreguei em «nota». Imediatamente ficou afixada, ao lado da dúvida, uma nota com a data. Gostei. Mais simples do que dobrar a folha! Mais uma dúvida, mais uma nota. E fiquei cheia de dúvidas, interrogando-me se, na minha edição- que tinha em casa- apareceriam alguns vocábulos. Como os meus dedos são de imigrante digital nem sempre carregava na nota e abria-se uma hiperligação, ida ao Google e à Wikipédia, outras vezes passava mais uma vez 2 ou 3 páginas sem querer. Falta de hábito, voltava atrás! Espantada com a versão... resolvi copiar, num ficheiro, algumas frases. Também gostei!

Segunda situação- Dois dias depois, uma esplanada, um café e a edição de «Livros do Brasil», anotada por Helena Cidade Moura. Apesar do meu filho, nativo digital, garantir que não poderia ler mais depressa... só precisei de 7 minutos, em vez de 20, para ler o mesmo número de páginas- talvez o facto se deva à versão do ibook. Também já as tinha lido... mas, mesmo assim. Tenho de confessar... Deu-me outro prazer... e vou terminar este artigo e dedicar-me , agora em casa, a procurar «a camisa de dormir da Mary». Nova «experiência» dentro de dias...

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