Analiso há muitos anos as conferências TED, centrando-me no caso dos comunicadores de sucesso. Agora, é a vez de analisar o formato TEDx e um «conferencista» novo. Miguel Gonçalves é um caso de sucesso entre os jovens. Entre os mais velhos há muitos sorrisos (Ver Prós e Contra). Mas tem sucesso junto de empresas!
Por causa do conteúdo, mas muito pela forma!
Então qual a razão: a primeira não se serve do power point! Só fala, utiliza o «método expositivo»!
Apropria-se do espaço palco.
Utiliza as regras de construção dos discursos e produtos dos média:
Serve-se de uma linguagem clara, viva, com o tratamento por tu (você), algum calão «(isto não é só à chapada» e expressões populares e interpelação constante do público, emprego do imperativo: «Não desistas», «Faz»..
Utiliza frases-slogan: «se não estás a tremer não está a acontecer», «currículos são spam», «cv é canal de vendas».
Utiliza expressões figurativas: «um mal nunca vem só»
Metáforas constantes: chave de fendas, gato preto...
A entoação e o ritmo reforçam a dramatização.
Passando aos comportamentos no espaço, desloca-se...ao mesmo tempo que fala. Tem muito gestos interativos, de regulação da atenção do público, de empatia. Ao mesmo tempo que utiliza o nós utiliza gestos de designação, mas sobretudo gestos que envolvem o público ao mesmo tempo que o trata por tu.
Gestos com função cognitiva, de tipo ilustrativo, que levam o público a antecipar o conteúdo. O gesto precede, por exemplo enunciados do tipo « empurra para a frente», «desagrafar áreas», «enormíssimo»...
Pontua a intervenção com gestos discursivos (os tais que desaparecem muitas vezes quando os meus alunos utilizam power point, aliás todos os gestos - a não ser os de manipulação do computador ou do comando desaparecem).
Se lecionasse discurso dos média ou comunicação interpessoal, analisaria com os meus alunos estes vídeos. É um caso de sucesso jovem que contraria todos os discursos sobre os males dos «métodos expositivos», sobre a necessidade de recorrer o power point (que pode, por vezes, transformar os bons em maus comunicadores e que pode ajudar os maus comunicadores, professores). Os bons professores sempre utilizaram métodos expositivos e fazem-se ouvir. Tem um conteúdo positivo e bem precisamos dele! Situa-se na mesma linha de muitos professores, no Ensino Superior, que «ensinam» os alunos a comunicar e a ter atitudes positivas e a respeitar os outros... Não é só o Miguel Gonçalves!
Poderemos dizer que é um «vendedor de banha da cobra» ou até pode ser ele a ganhar as próximas eleições... !
É,seguramente, um caso a analisar para encontrar meios de encenação dos discursos.
Por causa do conteúdo, mas muito pela forma!
Então qual a razão: a primeira não se serve do power point! Só fala, utiliza o «método expositivo»!
Apropria-se do espaço palco.
Utiliza as regras de construção dos discursos e produtos dos média:
- a dramatização e a narrativização
- a exemplificação
- a cenarização
- o suspense
- a anedotização.
Serve-se de uma linguagem clara, viva, com o tratamento por tu (você), algum calão «(isto não é só à chapada» e expressões populares e interpelação constante do público, emprego do imperativo: «Não desistas», «Faz»..
Utiliza frases-slogan: «se não estás a tremer não está a acontecer», «currículos são spam», «cv é canal de vendas».
Utiliza expressões figurativas: «um mal nunca vem só»
Metáforas constantes: chave de fendas, gato preto...
A entoação e o ritmo reforçam a dramatização.
Passando aos comportamentos no espaço, desloca-se...ao mesmo tempo que fala. Tem muito gestos interativos, de regulação da atenção do público, de empatia. Ao mesmo tempo que utiliza o nós utiliza gestos de designação, mas sobretudo gestos que envolvem o público ao mesmo tempo que o trata por tu.
Gestos com função cognitiva, de tipo ilustrativo, que levam o público a antecipar o conteúdo. O gesto precede, por exemplo enunciados do tipo « empurra para a frente», «desagrafar áreas», «enormíssimo»...
Pontua a intervenção com gestos discursivos (os tais que desaparecem muitas vezes quando os meus alunos utilizam power point, aliás todos os gestos - a não ser os de manipulação do computador ou do comando desaparecem).
Se lecionasse discurso dos média ou comunicação interpessoal, analisaria com os meus alunos estes vídeos. É um caso de sucesso jovem que contraria todos os discursos sobre os males dos «métodos expositivos», sobre a necessidade de recorrer o power point (que pode, por vezes, transformar os bons em maus comunicadores e que pode ajudar os maus comunicadores, professores). Os bons professores sempre utilizaram métodos expositivos e fazem-se ouvir. Tem um conteúdo positivo e bem precisamos dele! Situa-se na mesma linha de muitos professores, no Ensino Superior, que «ensinam» os alunos a comunicar e a ter atitudes positivas e a respeitar os outros... Não é só o Miguel Gonçalves!
Poderemos dizer que é um «vendedor de banha da cobra» ou até pode ser ele a ganhar as próximas eleições... !
É,seguramente, um caso a analisar para encontrar meios de encenação dos discursos.