domingo, 25 de julho de 2010

Os Mestres, as referências...

Matthias Langhoff, encenador suíço a residir em França, deu uma entrevista ao suplemento Ípsilon do Público de 23 de Julho, na qual se queixa da falta de mestres. Diz o encenador: « olho à volta e pergunto quem são os mestres hoje» e acrescenta: «eu tinha uma massa de mestres, que eu respeitava e que tinham uma função que não se restringia ao teatro. Eram mestres em áreas diferentes e isso obrigava-nos a sermos melhores... as pessoas desaparecem e são apagadas com muita facilidade, e isso é uma característica da nossa sociedade. Faz-me falta a quem ligar, isso faz».

Que falta me fazem também os mestres que me permitiram ser melhor. Uns passaram para o outro lado, outros afastaram-se, caíram no esquecimento..já nem são citados. Citam-se, por vezes, em trabalhos de mestrado, os colegas, os pares... e os mestres, os «clássicos» que ajudaram a construir os campos disciplinares, que contribuíram para o progresso científico, onde estão? É que «não é evidente que, lá porque uma pessoa faça o mesmo que nós, consigamos falar a mesma linguagem», diz ainda Langhoff.

A sociedade, a escola estão a promover os «pares«, o «trabalho colaborativo» e esquecem-se, muitas vezes que há trabalho colaborativo sem ser entre pares. E que «pares» sem orientação de mestres nem sempre são tão «criativos» como se defende.

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