Paul Watzlawick investigador em pragmática da comunicação da designada Escola de Palo Alto, caracterizava a comunicação paradoxal pela existência de num sujeito ou dois sujeitos comportamentos de double bind. Por exemplo, um sujeito poderia dizer sim, mas o comportamento não verbal poderia contradizer a sua aprovação, ficando o seu interlocutor na situação de comunicação paradoxal. Comportamentos de double bind podem surgir quando dois progenitores dão ordens contraditórias a uma criança, ou os professores fazem o mesmo.
Só alguns exemplos de contradições perspetivadas em conjunto, com alguns comentários:
Todos os profissionais devem ser avaliados: nas escolas não.
Os professores devem ser valorizados: entrega-se a educação à sociedade civil, aos municípios, aos pais. Enche-se a escola de gente que não sabe, não quer saber, só quer que os filhos entrem em medicina, como acontece em muito boas escolas. Pais que dizem que as aulas de «8 professores de uma turma não são atrativas para os meninos, logo os professores têm culpa das faltas de atenção e indisciplina». Sociedade e pais que dizem quais os conteúdos que os alunos devem aprender! Desculpem, mas que diriam os senhores advogados, engenheiros, médicos se houvesse ingerências na sua atividade?
Os alunos devem ter manuais gratuitos novos. Mas...não há dinheiro, logo deve-se ensinar a poupar.
As propinas devem ser baixas para todos, mas não há dinheiro e muitas bolsas não dão para livros, alojamento e comida para quem precisa.
Os professores devem ser criativos, flexíveis, mas insiste-se nos manuais, fichas de atividades (papel e eletrónicos).
As neurociências mostram que as crianças foram expostas a demasiado tempo aos ecrãs o que poderá ter efeitos a nível neurológico e motor (já têm dificuldade em segurar um lápis) e as neurociências também mostram que a cognição e a memória dependem também da mobilidade das mãos. È preciso escrever à mão para pensar. Dar tabletes gratuitos para todos quando os computadores das escolas estão avariados? Equipem as escolas e não peçam aos alunos para fazerem trabalhos em casa que impliquem computadores!
Aposta nos manuais digitais... já viram os exercícios, sim não são atividades, dos materiais digitais? Inovação tecnológica com conteúdos da reforma de 1907 (método direto, no ensino das línguas).
Poderia falar de «aulas invertidas», uma inovação pedagógica que vai chegar, mas... já a adotei logo no início do Moodle e cheguei à mesma conclusão que investigações feitas em França e no Canadá têm mostrado: são boas para os bons alunos. Aliás, essa é uma das tendências apontadas por vários estudos: as inovações mal pensadas favorecem os mais favorecidos. Sempre gostei de «maus alunos», de os ver a crescer com práticas antigas e inovações.
https://www.academia.edu/8769720/_SOS_Sinto-me_perdida_na_plataforma_._Mudar_pr%C3%A1ticas_no_Ensino_Superior_Ensino_Superior_em_Mudan%C3%A7a_Tens%C3%B5es_e_Possibilidades_._Braga_Universidade_do_Minho_251-258._ISBN-_978-972-8746-80-3
Já agora, apesar dos «cabelos grisalhos»... não me falta entusiasmo tecnológico. Tenho mais de 80 publicações sobre tecnologias. Sou, nomeadamente, autora da brochura publicada no âmbito do Programa Nacional para o Ensino do Português do Ministério de Educação (com usos propostos para os Magalhães).
http://www.dge.mec.pt/sites/default/files/Basico/Documentos/implicacoes_tic_pnep.pdf
Termino com um conselho para os partidos: estudem antes de proporem!
Só alguns exemplos de contradições perspetivadas em conjunto, com alguns comentários:
Todos os profissionais devem ser avaliados: nas escolas não.
Os professores devem ser valorizados: entrega-se a educação à sociedade civil, aos municípios, aos pais. Enche-se a escola de gente que não sabe, não quer saber, só quer que os filhos entrem em medicina, como acontece em muito boas escolas. Pais que dizem que as aulas de «8 professores de uma turma não são atrativas para os meninos, logo os professores têm culpa das faltas de atenção e indisciplina». Sociedade e pais que dizem quais os conteúdos que os alunos devem aprender! Desculpem, mas que diriam os senhores advogados, engenheiros, médicos se houvesse ingerências na sua atividade?
Os alunos devem ter manuais gratuitos novos. Mas...não há dinheiro, logo deve-se ensinar a poupar.
As propinas devem ser baixas para todos, mas não há dinheiro e muitas bolsas não dão para livros, alojamento e comida para quem precisa.
Os professores devem ser criativos, flexíveis, mas insiste-se nos manuais, fichas de atividades (papel e eletrónicos).
As neurociências mostram que as crianças foram expostas a demasiado tempo aos ecrãs o que poderá ter efeitos a nível neurológico e motor (já têm dificuldade em segurar um lápis) e as neurociências também mostram que a cognição e a memória dependem também da mobilidade das mãos. È preciso escrever à mão para pensar. Dar tabletes gratuitos para todos quando os computadores das escolas estão avariados? Equipem as escolas e não peçam aos alunos para fazerem trabalhos em casa que impliquem computadores!
Aposta nos manuais digitais... já viram os exercícios, sim não são atividades, dos materiais digitais? Inovação tecnológica com conteúdos da reforma de 1907 (método direto, no ensino das línguas).
Poderia falar de «aulas invertidas», uma inovação pedagógica que vai chegar, mas... já a adotei logo no início do Moodle e cheguei à mesma conclusão que investigações feitas em França e no Canadá têm mostrado: são boas para os bons alunos. Aliás, essa é uma das tendências apontadas por vários estudos: as inovações mal pensadas favorecem os mais favorecidos. Sempre gostei de «maus alunos», de os ver a crescer com práticas antigas e inovações.
https://www.academia.edu/8769720/_SOS_Sinto-me_perdida_na_plataforma_._Mudar_pr%C3%A1ticas_no_Ensino_Superior_Ensino_Superior_em_Mudan%C3%A7a_Tens%C3%B5es_e_Possibilidades_._Braga_Universidade_do_Minho_251-258._ISBN-_978-972-8746-80-3
Já agora, apesar dos «cabelos grisalhos»... não me falta entusiasmo tecnológico. Tenho mais de 80 publicações sobre tecnologias. Sou, nomeadamente, autora da brochura publicada no âmbito do Programa Nacional para o Ensino do Português do Ministério de Educação (com usos propostos para os Magalhães).
http://www.dge.mec.pt/sites/default/files/Basico/Documentos/implicacoes_tic_pnep.pdf
Termino com um conselho para os partidos: estudem antes de proporem!
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