Vai decorrer na Universidade de Aveiro, dias 11 e 12 de outubro, um Colóquio subordinado ao título:« Educação e mobilidades: línguas, culturas,discursos e sujeitos».
Convidaram-me para fazer conferência e, como de costume, vou juntar aqui alguns apontamentos da preparação.
O Colóquio pretende
Para já, publico um resumo provisório, como provisórios são todos os textos publicados em blogues...
Convidaram-me para fazer conferência e, como de costume, vou juntar aqui alguns apontamentos da preparação.
O Colóquio pretende
«Consolidar a Rede Internacional PICNAB cujo trabalho se desenvolve em torno das questões da educação linguístico-cultural:
- que educação linguístico-cultural na época da globalização?
- que espaço para as línguas, literaturas, culturas e artes nos sistemas educativos?
- que papel desempenham as línguas e as culturas nas histórias de vida dos sujeitos?
- que articulações estabelecer entre a escola e outros espaços educativos?
- que políticas e práticas educativas para um desenvolvimento sustentável?
- que formação de formadores? que discursos para e sobre a mobilidade? ».Para já, publico um resumo provisório, como provisórios são todos os textos publicados em blogues...
Zonas de proximidade entre a Escola e outros espaços de aprendizagem
«Os espaços e tempos
educativos são hoje afetados por mudanças frequentes nas diferentes dimensões
da vida em sociedade». Aproprio-me, assim, para começar a minha comunicação, de uma
afirmação incluída no programa deste Colóquio. Esta afirmação vai servir-me de
mote para as reflexões que proponho, em seguida, apoiadas em leituras e em
investigações que eu própria conduzi ou dirigi e, até em situações extraídas da
minha história pessoal.
Assim, a minha glosa desta
afirmação vai incidir sobre mudanças: mudanças nos tempos e nos espaços que
determinam muitas vezes mudanças nos indivíduos, nos planos linguísticos,
culturais, sociais, relacionais, afetivos e mesmo físicos, cognitivos e
neurológicos.
O título da comunicação
não é novo no meu percurso. Foi o título de um dos projetos que levei a cabo
enquanto investigadora do CIDTFF, no início do século. Quase 20 anos depois, pareceu-me que se justificaria retomá-lo, no contexto
de um Colóquio centrado sobre efeitos de mudanças
na escola. Aliás, a pergunta «que articulações estabelecer entre a escola e
outros espaços educativos?» foi a pergunta chave dos diferentes projetos que desenvolvi enquanto investigadora e
que determinou práticas de aula e de formação de professores que fui adotando na
minha vida. Reconhece-se na formulação deste título, em palimpsesto, a designação de «zona de desenvolvimento próximo», ou melhor, potencial de Vigotsky, dado que procuro refletir sobre mudanças nos tempos e espaços e efeitos destas dimensões associadas às tecnologias nos sujeitos. Sendo os contextos determinantes no desenvolvimento dos sujeitos, os diferentes espaços a que os indivíduos são expostos parecem potenciar aprendizagens. Encontrar marcas dos efeitos provocados por diferentes espaços e dispositivos tecnológicos, através da análise da comunicação multimodal, tem sido uma das minhas preocupações.
Adoto a primeira pessoa e o tom de história num discurso que se quereria explicativo por razões que se prendem com o meu perfil de professora e de comunicadora, mas também por razões que explicarei mais tarde (e estou a utilizar duas regras adotadas na mise em scène dos discursos mediáticos: a narrativização e o suspense (Hocq, 1994, Ferrão Tavares, in W. Bufe, H.W. Giessen 2003, Ferrão Tavares 2015).
Num primeiro tempo,
apresentarei algumas reflexões gerais sobre a forma como os tempos e os
espaços estão a mudar «as vontades». Num segundo momento, debruçar-me-ei sobre os efeitos dos tempos e dos espaços - que incluem as
tecnologias - numa das dimensões da vida
em sociedade: a comunicação. Acrescento ao termo comunicação o qualificativo multimodal o que me leva a refletir de forma
breve sobre processos neurológicos, relacionais, afetivos
e cognitivos, linguísticos, culturais,
artísticos… com reflexos no plano educativo, «traços» que integram a
compreensão do conceito de comunicação multimodal Ferrão Tavares. 2016:34
Apresentarei alguns exemplos extraídos de um corpus composto por extratos
de aulas, de « amostras» de comunicação mediática, da televisão e da Internet (conferências TED), embora se
trate mais de uma exposição síntese do que uma apresentação de investigação específica.
Por fim, proponho algumas linhas
orientadoras para uma formação multimodal de professores.
Ver também
https://universidadedepasargada.blogspot.com/2018/06/power-point-integrado-na-comunicacao.html
Ver também
https://universidadedepasargada.blogspot.com/2018/06/power-point-integrado-na-comunicacao.html
Palavras-chave: mudança,
tempo, espaço, comunicação multimodal, práticas multimodais, formação de
formadores.