segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Didática de Português: Contributos para Projeto de Formação de Professores de Português em Cabo Verde (Cátedra Eugénio Tavares): 1- O PREBA

Antes de pensar numa nova formação é conveniente refletir sobre os projetos de formação em que estive envolvida, nomeadamente:
 PREBA, projeto de reforma do ensino básico em Cabo Verde ( 1988-1991)
 Polyphonies, formation de formateurs de langues en Europe, projeto europeu no âmbito do programa LINGUA
PNEP, projeto nacional para o ensino do Português, Ministério da Educação (2006-2009)


Para além de participações em programas como os da formação de leitores (ICALP), formação de  professores de Português em França (coordenação do ensino de Português em França) cursos de férias para professores de francês nas Universidade de Lille 3 e Universidade de Grenoble- CUEF, Universidade Menendez Pelayo, Santander, participação na formação de professores na Universidade Aberta...

1- O PREBA: Projeto de Reforma do Ensino Básico em Cabo Verde

Foi um projeto desenvolvido pelo Ministério da Educação de Cabo Verde em colaboração com a ESE de Santarém (1989-1991)

Foi um programa de blended learning, avant la lettre e multicanal.

De blended learning  porque  havia sessões presenciais, dinamizadas pela equipa local em todas as ilhas,  e sessões a distância através da rádio, de cassetes (e leitores) distribuídos a todas as escolas e «brochuras». Assim, foi um programa que incluiu presença física, voz e texto escrito, logo multicanal.

Compreendeu formações nas diferentes disciplinas, tendo-me competido a coordenação do programa de Língua Portuguesa e Didática do Português.

Tinha como objetivos:

- desenvolver a competência comunicativa dos professores no terreno (incluindo a dimensão linguística, evidentemente);
-desenvolver a competência didática dos professores;
-fornecer materiais «autênticos», refletindo usos do português em diferentes contextos, tanto textos de âmbito literário como textos «escolares» (as línguas nas outras matérias), como de âmbito funcional, em suporte audio - diferentes vozes da lusofonia-  e ao mesmo tempo fornecer propostas de usos didáticos desses materiais.


Materiais produzidos: cerca de 15 brochuras reunidas em manual e 15 cassetes construídas a partir de guiões (complementares das atividades propostas por escrito).
As gravações foram feitas por técnicos da ESE de Santarém e da Rádio de Cabo Verde, sendo a locução feita pelos professores de Cabo Verde e por vozes de profissionais de rádio de Cabo Verde e Portugal.

Brochuras :

  •  Abordagem comunicativa
  •  Compreensão oral
  •  Expressão oral
  •  Compreensão Escrita (com parte relativa a métodos de leitura e consciência fonológica)
  • Conhecimento explícito (talvez formulado em termos de ensino da gramática, embora a gramática estivesse presente em todas as brochuras)
  •  Metodologia de estaleiro e tipologias textuais
  •  Contar
  •  Descrever
  •  Explicar
  •  Prescrever
  •  Argumentar
  •  Construir  poemas
  •  Escrever cartas
  •  Construir e animar  entrevistas
  •  Animar debates....    

Olhando para este «índice» são, hoje, claras as opções tomadas: uma abordagem onomasiológica: do sentido e dos usos para as formas. Essa abordagem (já adotada nos meus manuais para o ensino do Francês) permitiu a entrada das outras matérias na aula de Português, antecipando a linha proposta, hoje, nos trabalhos do Conselho da Europa. Por exemplo, «operações cognitivas e discursivas» como definir, sintetizar, parafrasear esquemas... constituíam objetivos do módulo «Explicar», sendo fornecidos aos professores os meios linguísticos para verbalizarem essas operações e para levarem as crianças a verbalizarem essas operações.

A abordagem temática tradicional foi assim parcialmente anulada, já que a entrada era feita pelo discurso.
Também foi um programa «acional» avant la lettre, dado que implicou a ação dos professores e das crianças. A língua para agir em estaleiro, em projetos, graças a atividades interativas como information gap, simulações globais, por exemplo,

Evidentemente esta metaanálise esteve ausente das sessões de formação e dos módulos, embora essa preparação tivesse sido feita pelos membros da equipa  local que estiveram à frente do projeto.

Assim este projeto chegou a todas as ilhas e aldeias, envolveu a rádio, responsáveis locais, uma equipa formada e competente... Como todos os projetos... teve vida curta. Os responsáveis mudam e os novos atiram para o caixote do lixo, muitas vezes, trabalho de muitos anos e que muitas vezes são financiados pelos próprios governos! É pena, mas é prática cá como lá! Mas o PREBA  poderá constituir uma das bases  de um novo programa de formação contínua.
As hiperligações perdem-se, por vezes, daí a duplicação das referências bibliográficas.
http://www.coe.int/t/dg4/linguistic/langeduc/BoxD2-OtherSub_fr.asp



  

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

terça-feira, 6 de outubro de 2015

terça-feira, 23 de junho de 2015

As línguas nas outras disciplinas curriculares.

As línguas nas outras disciplinas curriculares. As línguas nas práticas académicas
Texto de preparação para eventual seminário

As línguas são disciplinas que atravessam todas as disciplinas e, por isso, explicam muitas vezes o insucesso nestas. Apesar de se considerar que «todos os professores são professores de língua materna», por um lado, nem todos os professores querem intervir quando se fala da competência comunicativa dos alunos/ estudantes, por outro, nem todos os professores sabem intervir, mesmo os professores de língua materna, quando se trata de outros domínios disciplinares. Ora a dificuldade nem sempre está na especificidade das outras matérias, residindo, muitas vezes, na incapacidade de mobilizar as operações cognitivas  adequadas e de as verbalizar. Estudos conduzidos por equipas pluridisciplinares do Conselho da Europa têm levado à publicação de referenciais que podem ser adotados na formação de professores, nomeadamente documentos integrados na rubrica Langue(s) des autres matières da  Plataforma


Plateforme de ressources et de références
pour l’éducation plurilingue et interculturelle

http://www.coe.int/t/dg4/linguistic/langeduc/BoxD2-OtherSub_fr.asp#s1
O Relatório de 2012 do EU HIGH LEVEL GROUP OF EXPERTS ON LITERACYdesenvolve um conceito que  pressupõe  uma competência plurilingue e pluricultural: o conceito de literacia multimodal 

Neste Relatório defende-se  a necessidade de desenvolver   nos alunos/estudantes e sobretudo professores  uma «MULTIPLE LITERACY» que é definida como:
Multiple literacy: the ability to use reading and writing skills in order to produce, understand, interpret and critically evaluate multimodal texts».
Neste relatório é apresentada a seguinte sugestão «MAKE EVERY TEACHER A TEACHER OF LITERACY».

Em todos os ciclos do  Ensino Superior é, assim, necessário desenvolver a literacia multimodal, mas é  nos outros ciclos que as competências subjacentes à literacia multimodal devem começar a ser desenvolvidas, na linha do que é ainda referido no Relatório que teve como relator Roberto Carneiro:
«Mainstreaming reading literacy across the curriculum, addressing reading aspects in the subject curricula throughout secondary education, whether in academic or vocational routes. Curricula need to integrate more reading and comprehension aspects in other subject areas besides the national language, such as mathematics, science and technology».
Passando ao contexto Português e interrogando-nos sobre a competência comunicativa dos alunos espelhada (parcialmente, claro!)  nos resultados dos exames, não nos surpreende que muitas dificuldades estejam nas «línguas nas outras matérias».


ENSINO BÁSICO E ENSINO SECUNDÁRIO
   Nas  Provas Finais — 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico, Relatório Nacional: 2010-2014, do Iave 2015 (http://iave.pt/np4/file/182/Relat_EB_2015_LV.pdf),  pode ler-se:
«As dificuldades significativas verificadas na resolução de problemas e nas situações que implicam comunicação e raciocínio matemáticos requerem a resolução sistemática de problemas que impliquem a identificação da informação relevante IAVE — Relatório Nacional do 2.º e 3.º CEB — 2010/2014 55/58 (leitura e interpretação do enunciado), a utilização de contextos e de estratégias diversificadas, a verificação dos resultados alcançados e a discussão das estratégias utilizadas e dos resultados obtidos».

Já em 2012, as Conclusões do Relatório do Gave PROVAS FINAIS DE CICLO E EXAMES FINAIS NACIONAIS 2012 apontavam para dificuldades do mesmo tipo:
http://iave.pt/np4/file/111/RelExames_2012_23jul.pdf
«Podemos, pois, concluir que se deve continuar a insistir na necessidade de assegurar a melhoria de desempenho ao nível dos processos de leitura e de escrita. As fragilidades, a este nível, são recorrentemente diagnosticadas na análise dos resultados da generalidade das disciplinas, sobretudo na de Português, mas com igual relevo nas áreas da Matemática, das Ciências Naturais e das Ciências Sociais e Humanas, em qualquer dos níveis de ensino em causa. A dimensão da leitura reflete-se na capacidade para entender os enunciados e os suportes que constituem cada prova (o que implica desde logo a plena compreensão do significado dos verbos de comando dos itens)5 . Quando a qualidade da leitura apresenta fragilidades, esta reflete-se também na qualidade das repostas a qualquer dos tipos de itens (seja nos de resposta de seleção, seja nos de resposta construída), tendo consequências nos resultados finais alcançados.                                                            4    Os resultados de vários anos de aplicação de Provas de Aferição e, mais recentemente, dos Testes Intermédios do 2.º ano de escolaridade (2011 e 2012) nas disciplinas de Português e de Matemática confirmam esta evidência. 5 Ser capaz de fazer a distinção entre o que se exige de uma resposta cujos verbos de comando sejam «refere», «identifica», descreve», «carateriza» e de outras em que o comando seja «explica», «relaciona», «demonstra» é condição essencial para não ver limitada a oportunidade de apresentar respostas cuja classificação evidencie um bom desempenho. As dificuldades ao nível da leitura, quando no plano concreto da leitura inferencial, condicionam ainda a utilização adequada da informação contida nos suportes que acompanham muitos dos itens da generalidade das provas - como textos, tabelas, gráficos, mapas, entre outros. Já no que se refere à produção escrita, as dificuldades evidenciadas na redação de um texto bem estruturado e coerente, quer no plano formal quer no plano do conteúdo (onde não se devem ignorar fragilidades genéricas no que se refere ao uso de terminologia específica de cada disciplina), refletem-se, em particular, em piores desempenhos nos itens de resposta construída extensa, cujo peso relativo na distribuição da cotação de muitas provas é significativo. Em contextos disciplinares mais específicos, para além das capacidades e limitações no uso das ferramentas linguísticas atrás elencadas, os resultados continuam a mostrar que, em termos médios, são persistentes as dificuldades em várias vertentes, de que se destacam as capacidades para: · estabelecer adequadamente conexões entre os vários tópicos de uma mesma disciplina; · desenhar estratégias de resposta que impliquem duas ou mais etapas na sua construção; · explicitar relações causa-efeito; · desenvolver raciocínios lógico-dedutivos, bem como raciocínios demonstrativos; · resolver problemas». P.136-137

ENSINO SUPERIOR
No Ensino Superior, o Decreto-Lei 74/2006 (alterado e republicado em 7 de agosto de 2013) define as competências que os estudantes dos três ciclos devem revelar no final do seu percurso,  prendendo-se algumas destas competências com o domínio das línguas nas outras matérias ou, por outros termos com a competência plurilingue e pluricultural dos estudantes.
Assim , no que diz respeito a Licenciatura, artigo 5, os estudantes devem revelar:
d) Capacidade de recolher, selecionar e interpretar a informação relevante, particularmente na sua área de formação, que os habilite a fundamentarem as soluções que preconizam e os juízos que emitem, incluindo na análise os aspetos sociais, científicos e éticos relevantes;
 e) Competências que lhes permitam comunicar informa- ção, ideias, problemas e soluções, tanto a públicos constituídos por especialistas como por não especialistas;
No que diz respeito a Mestrado, artigo 15, os estudantes devem revelar:
c) Capacidade para integrar conhecimentos, lidar com questões complexas, desenvolver soluções ou emitir juízos em situações de informação limitada ou incompleta, incluindo reflexões sobre as implicações e responsabilidades éticas e sociais que resultem dessas soluções e desses juízos ou os condicionem; d) Ser capazes de comunicar as suas conclusões, e os conhecimentos e raciocínios a elas subjacentes, quer a especialistas, quer a não especialistas, de uma forma clara e sem ambiguidades;
No que diz respeito a Doutoramento, artigo 28, os estudantes devem revelar:
d) Ter realizado um conjunto significativo de trabalhos de investigação original que tenha contribuído para o alargamento das fronteiras do conhecimento, parte do qual mereça a divulgação nacional ou internacional em publicações com comité de seleção;
 e) Ser capazes de analisar criticamente, avaliar e sintetizar ideias novas e complexas;
 f) Ser capazes de comunicar com os seus pares, a restante comunidade académica e a sociedade em geral sobre a área em que são especializados».


Ora, basta assistir a defesas públicas ou a apresentação de investigações em colóquios para nos apercebermos das dificuldades sentidas pelos estudantes  e  mesmo por muitos professores.
Os estudantes revelam, muitas vezes, dificuldades ao nível da conceção de tipo de trabalho de escrita académica, da estrutura da mesma,  confundem «o demonstrativo e o interessante» (cf Porcher), utilizando marcas de modalização apreciativa logo no início de teses, dissertações ou relatórios («eu acho, evidentemente… «e se já sabia a resposta não precisava de investigar!». Essas marcas são, ainda, mais frequentes  na elaboração de relatórios que se revelam «muito gratificantes«, correspondendo a «experiências» no terreno que os estudantes consideraram «muito inovadoras» e «muito motivadoras»! Os «enquadramentos teóricos», são frequentemente  parágrafos inteiros sobre generalidades e banalidades, com colagens,  transcrições descontextualizadas no tempo (Vigotsky, por exemplo legitima com frequência  o uso dos computadores, embora se compreenda que estes têm «potencialidades» para o desenvolvimento da criança ou até do adulto, como outros dispositivos no futuro!). Em outros casos, os estudantes  fazem dizer aos autores o que eles nunca teriam dito. Até pelo uso dos conectores que são utilizados e pela ausência generalizada de introdutores de citação. Introdutores de capítulo, referências ao já dito, anafóricos… não são necessário porque… pertencem a ficheiros diferentes! Pelo mesmo motivo, os conceitos que deveriam surgir no enquadramento teórico para serem retomados nas categorias de análise e nas conclusões ficam a «dormir» no 1º capítulo do enquadramento!  Ou então cola-se o mesmo parágrafo em várias secções. Como se lê no ecrã e se enviam os textos cada vez mais por via digital aos membros dos júris… ! Para as apresentações orais , podem ler-se comentários em outro post. 

Com dezenas ou centenas de mestrado, que fazem   os orientadores? Começam a surgir seminários de escrita académica integrados ou não nas formações (Nos países anglófonos e francófonos já existem há muito tempo!). 


Nunca falei da minha experiência de Perita da A3ES no blogue, mas creio que poderei dizer que, nas recomendações, insisto para a inclusão de conteúdos, nas UC ou em UC - Seminário específico,  que desenvolvam as competências dos artigos referidos do  Decreto-Lei 74/2006.  Também posso referir que aconselho como bibliografia  os trabalhos do Conselho da Europa  para as «Línguas nas outras Matérias» (Língua em História, Língua em Matemática, Língua em CiênciasNaturais, Língua em Literatura).  Muitos  CE de 2º Ciclo combinam, no perfil de docente, o Português, com o Inglês, com a História e Geografia, com as Ciências e a Matemática…

Os estudantes de Bolonha têm de comunicar para encontrar trabalho! Os professores sempre foram comunicadores! 
A situação exige formação dos professores! Há muitos anos adotei a videoformação, metodologia de formação que combinei com diferentes tecnologias. Adotei formatos contraídos para apresentações multimodais. Segundo os jornais da semana passada, foi apresentada uma tese em 7 minutos (Pechakucha) ! Um acontecimento jornalístico! Os meus alunos já o fizeram há alguns anos, numa fase intermédia. Na fase final? O tempo também é necessário para a organização e comunicação do pensamento! 
Em alguns casos, as hiperligações não funcionam, daí a explicitação do endereço!



Blogues na aula! Relatório de estágio

Como é hábito, de vez em quando, quando participo em provas públicas muito boas, comento-as aqui (nem sempre tenho tempo!) . É a minha  maneira de rentabilizar o trabalho que tive na preparação da arguição e pode ser útil para outros candidatos.
  
O blogue na disciplina de Portugês Língua-Cultura Materna: um estudo de caso no Ensino Secundário Português, Relatório de Estágio de Cláudio Macedo, Universidade Católica

Sou  e hoje estou particularmente otimista! Ontem estive num júri  a arguir um excelente relatório de estágio de mestrado, em Didática das Línguas Culturas, com uma apresentação multimodal. 

Um «Relatório de Estágio» está a ser, muitas vezes, uma descrição factual de atividades desenvolvidas na aula. Os professores perguntam aos meninos se gostaram da aula (s) na qual foi introduzida uma inovação e os professores acham que foi muito «gratificante» e os estudantes também acharam a aula «muito motivadora» ou  «muito inovadora». Por vezes, depois do relatório factual, há um capítulo sobre as representações dos meninos ou dos pais ou de outros professores sobre a importância do Inglês, a importância do quadro interativo multimédia, os computadores, os média... Tudo muito «achativo»! Ou sobre um outro assunto que nada tem a ver com a prática realizada!

Ora não nos podemos esquecer das competências  a desenvolver com Bolonha, expressas no Decreto-Lei 74/2006.

No que diz respeito a Mestrado, artigo 15, os estudantes devem revelar:
« d) Ser capazes de comunicar as suas conclusões, e os conhecimentos e raciocínios a elas subjacentes, quer a especialistas, quer a não especialistas, de uma forma clara e sem ambiguidades». 

Logo, os candidatos têm de desenvolver capacidades «investigativas» que ponham em ação. Esta ação deverá ter implicações nas suas práticas e têm de ser capazes de  apresentar metodologia e conclusões a público de especialistas e não especialistas. 

Como as defesas se tornaram muito frequentes, os relatórios de estágio não justificam deslocações de arguentes externos. Não há dinheiro! E os arguentes têm mais que fazer do que participar nestas provas! Vão a doutoramentos e agregações!

E as provas de Mestrado estão, em muitos casos, «desqualificadas» pelo facto do trabalho final se intitular relatório!

Ontem, com dizia, e estou a falar de teses sobre blogues, num blogue... Fui arguir um relatório!
E  um relatório em consonância com a Didática das Línguas-Culturas! A partir da problematização em contexto de estágio. Implicou  a introdução de uma inovação tecnológica: o blogue. Uma situação problemática, um conteúdo foi eleito para a construção de uma «blogaula»: noção de herói em três escritores. O conceito foi definido, em relação a «edublogue». O enquadramento teórico implicou a contextualização didáctica das tecnologias ao serviço da  aprendizagem. Foi  explicitado o enquadramento metodológico decorrente da investigação em Didática das Línguas-Culturas. Foi desenvolvida intervenção em contexto de espaço «virtureal». As intervenções dos alunos (em estágio, em férias, à noite… depois da avaliação escolar estar concluída) foram analisadas através do levantamento de estratégias mobilizadas. Ficou demonstrada (com marcas de estratégias e de conteúdos linguísticos na produção escrita dos alunos)  a construção de um percurso de aprendizagem na blogaula. Os alunos expressaram as suas opiniões em articulação com as marcas de aprendizagem produzidas. Percurso completo: problematização em contexto, conceptualização externa, intervenção, conceptualização interna dos próprios dados (marcas e representações. Trata-se de um relatório de estágio com implicações de acordo com a finalidade da didáctica, para o estudante e para todos os outros professores que queiram introduzir o blogue. Apresentação multimodal!
Relatório bem articulado, bem estruturado, bem escrito,bem documentado. Apresentação multimodal, articulando o discurso oral com os esquemas muito claros.
Foram  visíveis as marcas de construção do relatório em «estaleiro» de discurso académico, no interior do seminário, com algumas partes redigidas em grupo- tudo devidamente identificado.

As implicações... a integração coerente do blogue  nas práticas do docente! Outros projetos de investigação-intervenção sobre blogues na sala de aula e depois da sala de aula! E se forem as outras redes sociais! 



terça-feira, 2 de junho de 2015

Enseigner la grammaire : discours, descriptions et pratiques

Colóquio do GRAC

Il était une fois... des grammaires en histoires. L’approche onomasiologique dans les instructions officielles et dans des manuels de français, au Portugal

Le titre de cette communication reprend en palimpseste le titre d'une grammaire dont nous sommes l’une des coauteures pour l'enseignement du portugais langue maternelle dans le cadre de l'enseignement primaire : Era uma vez, uma gramática em histórias (Ferrão & Fróis, 1997). L’emploi du pluriel est dû au fait que l’approche grammaticale retenue dans cette grammaire coïncide avec l’approche qui sous-tend nos manuels de FLE, publiés entre 1979 et 1995, pour les enseignements de base et secondaire portugais, même si d’autres désignations sur le plan scientifique seraient plus adéquates, telles que celles de grammaire notionnelle ou «grammaire du sens».

Les quatre méhodes  dont nous sommes l’une des coauteures constituent le corpus de l'étude que nous présentons dans ce colloque organisé dans le cadre de Grammaire et contextualisation (GRAC).  La distance temporelle entre notre production didactique d’ordre méthodologique et le ici et maintenant de cette étude métadidactique nous permettra de dépasser – ainsi l'espérons-nous – les barrières de la subjectivité, puisque agents et objets d'analyse pourraient se confondre facilement.

Le corpus comprend également les instructions officielles qui orientaient, à cette époque-là, la production des manuels, qui étaient adoptés en toute liberté par les écoles et, par conséquent, informaient la classe.

Nous nous interrogeons sur la notion de contextualisation et nous dégagerons des marques de contextualisation/continuité/rupture dans nos manuels en relation avec les instructions officielles et la formation des enseignants, où nous étions également engagées en tant qu’agents. En effet, dans le contexte portugais,  les instructions officielles et la formation des enseignants entre 1974, date de la « révolution portugaise »  et le début des années 2000,  concernant la classe de français et la classe d’anglais ont toujours pris le devant, adoptant une grammaire de type notionnel et une démarche de conceptualisation, en rupture avec la tradition et avec la classe de portugais langue maternelle qui n’a adopté partiellement cette voie qu’à partir de l’ année  2006, avec un projet national. Si les pratiques, souvent configurées dans les manuels, ont suivi cette tendance, c’est un autre problème que d’autres sont censés analyser dans le cadre du Colloque.


En conclusion, nous essaierons de dégager des marques de continuité depuis notre démarche des années 80 du siècle dernier et celle véhiculée actuellement par les récents documents du Conseil de l'Europe dans le cadre de sa Plateforme de ressources et de références pour l’éducation plurilingue et interculturelle, notamment en ce qui concerne les langues dans les autres matières.



quarta-feira, 27 de maio de 2015

Cruzeiro Costa Deliziosa Mediterâneo Oriental

Barco: estilo casino. Sem charme! Muitas cores, muitas  napas, plásticos, dourados, prateados!
Muita animação, muito barulho, música aos berros (na piscina principal coberta, nos shows, no ultimo jantar...)
Mas
Quarto grande, com varanda espetacular, bar com pouca gente com música para dançar: piano bar!
Buffet com muita confusão!
Sala de jantar para pequeno almoço, almoço e jantar. Poucas mesas para 2 pessoas. Ao jantar a mesa é fixa! Felizmente ficámos com companheiros simpáticos, mas poderiamos ter ficado com alguém de boné! Em jantares chamados de gala! Não haverá ninguém que chame a atenção de passageiros  para regras básicas de educação! Comida boa! 
Pouco espaço!
Muita gente! À noite, empregado simpático e eficiente. Ao almoço... Confusão! Pouco cuidado!
O problema não estã no pessoal, está na conceção de cruzeiro! Mas... Os espaços de animação estavam cheios!
Na zona ao ar livre, os espaços tranquilos eram pagos à parte! Na piscina  principal o barulho era impossível! Na outra estava frio! Restaurantes tranquilos... Pagos à parte! Mais 25 euros!
Não penso voltar a viajar nos Costa Cruzeiros!
Gostei mais do MSC Ópera, apesar do quarto mais pequeno! 
Excursões: pouco tempo!
Não vale a pena comprar excursões, mas aconselho comprar transferts para as cidades. A pé é possível, mas depois o tempo não chega para ver Bari, Corfu ou Dubrovnick! Em Santorini, aconselho taxi depois do teleférico para Fira  para ir a Oia ( mais bonito que Fira). O taxi deve esperar para garantir regresso. Perto, mas muito trânsito! Apanhámos o autocarro 
 público, mas quando chegámos ao teleférico havia uma fila enorme! Muito arriscado!
Em Mykonos há lancha para a cidade! 
Em Veneza, há depósito de bagagens (7 euros) na Plazza de Roma ao lado do "metro" e, em frente, transporte para aeroporto! (6 €)!
Boa viagem! Post escrito em viagem a partir de iphone!




sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Facebook, Moodle e educação, comunicação multimodal, tutorias, Bolonha...

No Congresso da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação, em 2014, apresentei uma comunicação 

file:///C:/Users/Admin/Downloads/SPCE2_EIXOS_BOOK%20CC%20(1).pdf

(A hiperligação demora a funcionar  Atas do Congresso da SPCE, p. 1043)

sobre usos do Facebook da minha «comunidade escolar de amigos». Criei esta comunidade (mais alargada)  a partir de 2006, dinamizando espaços de fórum e de chat (as tutorias de Bolonha) na plataforma Moodle.  Os fóruns de dúvidas (dois ou três dias antes das frequências), os espaços de correção individual de perguntas, de correção em chat  de conteúdos, até de  erros ortográficos (Sim, eu confesso! Os estudantes escreviam 5 vezes as palavras em que tinham dado erro, à minha «frente», (entre as 21 e as 22, mas às vezes prolongava-se até às 24, todas as semanas (em dois horários para todos poderem participar),  riamos, fazíamos comentários...  ( E é verdade que ainda vejo alguns «há» do verbo haver- existir de tempos a tempos nos comentários que publicam, mas no período analisado não apareceu nenhum).
Curiosamente, sei que hoje a WEB 2.0 já não é a novidade que era em 2006, sei que Moodle todos os professores dizem que utilizam, mas, mas, mas... como depósito! Os estudantes sabem que «lá têm uns textos» que às vezes abrem na véspera de um teste, que põem lá os trabalhos uns dos outros, mas onde está a dimensão partilhada proporcionada pela plataforma? Quem diz Moodle, diz outras plataformas!
As tutorias on line dão muito trabalho, responder a uma aluna, em estágio, que diz que não sabe  se deve ler em voz alta ou silenciosa  um poema ou um cartaz de espetáculos que pense na materialidade do referido texto, se é de natureza sonora ou se «o texto é uma imagem» e que o procedimento decorre da resposta a esta pergunta. Ou ainda, se pode «dar» o pretérito perfeito num dia e o imperfeito em outro dia (A história começa quase sempre por um articulador (era uma vez...) que pede imperfeito... mas outro dia... Dois articuladores um lógico e um temporal que vão introduzir a complicação e... Tem de ser pretérito perfeito). «Mas a professora cooperante diz-me que não pode ser...».
Eu sei que não é fácil responder à hora de jantar, mas encontram-se horas para chat e essas horas têm de ser reconhecidas pela Instituição como tutorias. (Na ESE de Santarém, esse princípio era respeitado). E sempre agreguei ao relatório de UC o relatório de MOODLE. Até na documentação para as provas para Prof . Principal que não cheguei a fazer porque chegou reforma e o juri já não reuniu... inclui relatório comentado da Plataforma.   É tão fácil ver o que o professor faz em casa!

Estes alunos (todos os dias recebo pedidos) estão na minha comunidade de amigos do Facebook. Continuamos a dar os parabéns uns aos outros, a partilhar notícias de emprego, comentários a espetáculos, poemas e até... a corrigir erros ortográficos! Mas o melhor é mesmo ler a comunicação! E o meu agradecimento aos 10 estudantes que colaboraram na investigação (escolhidos por aplicação informática de acesso livre)!



      

Homenagem a Santana Castilho

Não me despedi do Professor e amigo, porque, há uns tempos, deixei de ler os seus artigos e a Covid impede-me de estar hoje com ele. Mas, vo...